tag:blogger.com,1999:blog-82741840065915423842024-03-12T23:41:50.379-03:00VERDADE NA INTERNETA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.comBlogger420125tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-45837980461146128402012-05-12T14:29:00.001-03:002012-05-12T14:29:15.715-03:00Eternos chapa-branca<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkjASnlKwIheK_5HGwhRQuZ95XfGlB59NPmgFi0qDGC0Ea44f4kI_MddnCCvquRDxBvKVW6_72nOyO-LOzjMF4PNTsqKefdXeFaq77ljz0uCBfGiWEjOH5bstccFzeuItfMrn6K8ntfM/s1600/novelas-da-globo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkjASnlKwIheK_5HGwhRQuZ95XfGlB59NPmgFi0qDGC0Ea44f4kI_MddnCCvquRDxBvKVW6_72nOyO-LOzjMF4PNTsqKefdXeFaq77ljz0uCBfGiWEjOH5bstccFzeuItfMrn6K8ntfM/s320/novelas-da-globo.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<i>Por Mino Carta </i><br />
<br />
O jornal <i>O Globo</i> toma as dores da revista <i>Veja</i> e de
seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é
Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do
jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de
mudança.<br />
Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do
metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá
pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha
usado. Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas
a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se
unir, automática e compactamente.<br />
Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta
alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém
mais o escuta. E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar
quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto
global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de <i>Veja</i>.
A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a
Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o
mal de um pode ser de todos.<br />
<b><br />
O autor do editorial </b>exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora
de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena
(imortal?) os argumentos de <i>CartaCapital</i>. Arrisca-se, porém,
igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI,
vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”. Com notável
candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de <i>Veja</i> em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista.<br />
Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o <i>Washington Post</i>,
bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de
Watergate, do extraordinário diário da capital americana. Poupo os
leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos
Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal
diferença entre o diretor de <i>Veja</i> e Ben Bradlee, diretor do <i>Washington Post</i>,
e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série
que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável <i>impeachment</i>. E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso.<br />
<b>Recomenda-se um</b> mínimo de apego à verdade factual e
ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a
clamorosa ignorância das redações nativas. Vale dizer, de todo modo,
que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre
outras façanhas de <i>Veja</i>, aquele épico momento em que a revista
publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior
de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula.<br />
<br />
Concentro-me em outras miopias de <i>O Globo</i>. Sem citar <i>CartaCapital</i>,
o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que
atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”. Anotação
marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os
brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena
exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez. Há tempo <i>CartaCapital</i> lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos.<br />
Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca.
Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente
Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus
antecessores? Chapa-branca é a mídia nativa e <i>O Globo</i> cumpre a
tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos
interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a
senzala até o derradeiro instante possível.<br />
Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento
básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente. Ou que os nossos
índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a
par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a
renda. Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires
árabes.<br />
<br />
<b></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_3ZPw1I6x0pfelRW2gG9iRzjtP8BeccgABK-HYSwcnhlCpDuN3GJo6z5OuOYp6OkWaqF1wqfGx7icKvq8-gJMcdFaPfMKAPio3S7klKorxynHufbff7_Rl_HYpD6X_qndGi1QD8oO7Z8/s1600/Armando-Falc%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_3ZPw1I6x0pfelRW2gG9iRzjtP8BeccgABK-HYSwcnhlCpDuN3GJo6z5OuOYp6OkWaqF1wqfGx7icKvq8-gJMcdFaPfMKAPio3S7klKorxynHufbff7_Rl_HYpD6X_qndGi1QD8oO7Z8/s320/Armando-Falc%C3%A3o.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<b></b><br />
<b></b><br />
<b></b><br />
<b><br />
Chapa-branca a favor</b> de quem, impávidos senhores da
prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da
hipocrisia? Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à
sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o
Brazil-zil-zil. Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a
repressão feroz. <i>Illo tempore</i>, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão.<br />
Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda
Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de
Antonio Carlos Magalhães. O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre
debate Lula <i>versus</i> Collor, para opor-se a este dois anos
depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios
exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras,
circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela
revista <i>IstoÉ</i>, dirigida então pelo acima assinado.<br />
Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente, com o
aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria
tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após
ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da
estabilidade. Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu,
teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul.
Haja chapa-branca.<br />
Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a
enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do
PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de <i>O Globo</i>.
A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo. Ao
contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o
acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se
quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva,
seguido a conveniente distância por sua corte de hienas.<br />
Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da
casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua
nação merecem. Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um
País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. No mais,
sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se
permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao
meio-dia. Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários
deste milagroso objeto.<br />
<br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/eternos-chapa-branca/">CartaCapital </a><br />
<br />A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-8986846500690110372012-03-27T22:27:00.000-03:002012-03-27T22:27:31.964-03:00Os cevadores de trolls<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiyBzPUH6mr1_39Mzif3JM50R6sm2egOIu0VZxv32jxE9jotfcvqJptjhB0zcctyd1h3EbahHPEnmCwnzdzCpxyRrZ5RSf6FMlFNzcVc8TWIM_5S-SBjF7bn7jivdVxiC62EYf6Dv_wSU/s1600/troll.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiyBzPUH6mr1_39Mzif3JM50R6sm2egOIu0VZxv32jxE9jotfcvqJptjhB0zcctyd1h3EbahHPEnmCwnzdzCpxyRrZ5RSf6FMlFNzcVc8TWIM_5S-SBjF7bn7jivdVxiC62EYf6Dv_wSU/s400/troll.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
No livro “You Are Not a Gadget” (“Você não é um aplicativo”, editora Saraiva), lançado ano passado, o americano Jaron Lanier, um dos pioneiros da realidade virtual, adverte e lamenta que a internet esteja servindo para libertar o “troll interior” que todos carregamos.<br />
<br />
Quando um colunista escreve que homofobia não é crime, não é porque ele respeita o direito de alguém não gostar de homossexuais. O que ele quer é angariar notoriedade mesmo que isso custe incentivar o preconceito contra os gays<br />
<br />
Nós, seres cordatos e decentes na vida em sociedade, estaríamos sendo tentados pelo anonimato da rede a confessar em blogs e fóruns nossos pensamentos e preconceitos mais sórdidos. Uma espécie de Médico e o Monstro virtual cuja poção capaz de liberar o lado escuro é a certeza de que ninguém saberá que somos capazes de pensar aquelas coisas –além, claro, de evitar processos judiciais.<br />
<br />
Lanier defende o fim dos comentários apócrifos, sem a identidade de seus autores, mas antes de tudo dá alguns conselhos às pessoas em geral para resistirem à sedução da trollagem. A primeira e mais importante delas é: nunca poste anonimamente a não ser que, se você se identificar, corra algum perigo. É um conselho muito bacana, mas ele esqueceu ou não quis se dirigir também aos trolls que estão detrás das telas destes trollzinhos, com colunas opinativas impressas ou em vídeo, instigando estes pensamentos e preconceitos sórdidos. Cevando os trolls interiores.<br />
<br />
Foi-se o tempo em que recebíamos correntes de e-mails com artigos edificantes ou engraçados. Era até chato, eu sei, mas já comecei a sentir saudade, juro. Sobretudo de quando a leitura de uma coluna mexia comigo, quando era capaz de me fazer concordar, discordar ou até me fazer mudar de opinião sobre um assunto. Felizmente ainda há exceções, mas hoje alguns colunistas só conseguem me causar indignação. O que no passado era conhecido como “polemista” se transformou num criador de casos banal, tipo aquele bêbado do bar da esquina que provoca todo mundo. Na vida real, o bêbado iria causar repulsa nos frequentadores do boteco. No mundo virtual, arrasta um monte de gente atrás dele, rindo e replicando suas asneiras.<br />
<br />
O cevador de troll é mais perigoso do que o troll, porque, alimentando-os, os multiplica. Quando um colunista escreve que homofobia não é crime, não é porque ele respeita o direito de alguém não gostar de homossexuais. O que ele quer é angariar notoriedade mesmo que isso custe incentivar o preconceito contra os gays e consequentemente os trolls da rede, que são atraídos por estes textos que nem moscas. Quando um articulista chama uma senadora de “primeira-dama das estrebarias” está, sim, chamando: ti, ti, ti, venham, trollzinhos, que aqui tem alpiste.<br />
<br />
Quando alguém com meia página num jornal diz que detesta classes emergentes, dá razão ao troll mais mesquinho e o incentiva a ir em frente. Come, trollzinho, pra ficar gordinho. Saciado, o troll deve pensar: “Nossa, é legal pensar desse jeito. Se eu continuar assim, um dia vou conseguir trabalho num jornal ou revista importante”. Ou: “O segredo do sucesso é sempre dizer o que se pensa, mesmo que isso seja nojento”. Nham, nham. Arf.<br />
<br />
Esqueça todas aquelas condenações que leu na imprensa aos internautas capazes de tripudiar sobre a doença de um ex-presidente. Elas não passam de uma tentativa de maquiar com as tintas da civilidade o fato de que estas criaturas horrendas possuem um criador. Alguém que lhes dá de comer na boquinha, que os estimula a crescer, a se encorajar, a não se reprimir. Os cevadores de trolls estão todos bem empregados, não vai lhes faltar emprego. Alimentar monstrinhos atrai leitores. E eleitores.<br />
<a href="http://www.blogger.com/goog_478430729"><br />
</a><br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/sociedade/os-cevadores-de-trolls/" target="_blank">Cynara Menezes - CartaCapital</a>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-43507782152825301322012-02-25T16:01:00.004-02:002012-02-25T16:08:18.545-02:00Laranjas cortadas não param em em pé<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPCjJpBhs1f7p39th-2gAYAgXr6kVA-qZz_raQW7AEGywXhDr872Iv4eBlIJUEV4WWv-fEtII2Z6HDO0FHT7dVA-Zol0QdpaRRMCsLGWrcEnLCewIQJxePVXMP-9Pu-7km0hlQsmiGMo/s1600/greve-pm-salvador-20120207-74-size-598.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPCjJpBhs1f7p39th-2gAYAgXr6kVA-qZz_raQW7AEGywXhDr872Iv4eBlIJUEV4WWv-fEtII2Z6HDO0FHT7dVA-Zol0QdpaRRMCsLGWrcEnLCewIQJxePVXMP-9Pu-7km0hlQsmiGMo/s400/greve-pm-salvador-20120207-74-size-598.jpg" width="400" /></a></div><br />
<span style="font-size: large;"><i><b> <span style="font-size: small;">- As razões pelas quais o Brasil precisa de um novo modelo de polícia - </span></b></i></span><br />
<br />
As recentes greves e mobilizações de policiais em vários Estados são um reflexo tardio de uma crise profunda que ultrapassa em muito as reivindicações salariais. Para se compreender a natureza dos fenômenos em curso, é preciso, primeiramente, observar que as duas polícias que atuam nos Estados (Civil e Militar) possuem suas origens respectivas em “campos” (no sentido de Bourdieu) determinados – que não representam especificamente os desafios da segurança pública: as Polícias Civis emergiram do campo do Direito, e as Polícias Militares, do campo da Defesa. Suas origens remontam à criação, em 1808, da Intendência Geral de Polícia da Corte e, um ano após, da Guarda Real da Polícia da Corte, por Dom João VI.<br />
<br />
Essas estruturas, é oportuno lembrar, não surgiram para o enfrentamento das dinâmicas criminais ou para a garantia dos direitos da cidadania, mas – como ocorreu também na grande maioria dos Estados modernos – para atender à ne- cessidade de contenção de distúrbios so- ciais antes enfrentados diretamente pelas Forças Armadas. Por conta desse perten- cimento original, as instituições policiais foram “mimetizando” os campos da Defe- sa e da Justiça. Assim, durante muito tem- po, as polícias estaduais atuaram como se exércitos fossem. A Força Pública de São Paulo contou com artilharia aérea e esteve envolvida em conflitos em vários Estados. Em 1905, essa polícia contratou a Missão Francesa, recebendo dela instrução mi- litar, 12 anos antes do Exército. Em 1932, travou guerra contra o Exército, disputa que Getúlio Vargas só venceu por contar com o apoio da polícia mineira. Isso esti- mulou a Constituição de 1934 a declarar as forças públicas estaduais como “forças auxiliares e de reserva do Exército”, dispo- sição que permanece até hoje. <br />
<br />
De outra parte, as polícias civis trans formam-se em “filtros” do Poder Judiciá rio, selecionando os fatos que mereceriam apreciação dos magistrados. De novo, a força mimética, com o inquérito policial operando como um “pré-processo” penal, em que se forma a culpa sem as garantias do contraditório e da ampla defesa – em desrespeito, portanto, à ordem igualitária que segue sendo declarada pela lei, mas violada pelo modelo. O inquérito policial, assinale-se, é outra característica do nosso modelo que se afasta da experiência inter nacional e que é, sabidamente, contrapro ducente.<br />
<br />
Praças das PMs identificam no espelha mento de sua corporação com as Forças Armadas um dos problemas mais sérios da instituição. A maioria deles, inclusive, desejaria uma polícia desmilitarizada. Já a maioria dos oficiais preza o reflexo e atri bui destacada importância às noções de disciplina e hierarquia típicas do Exército. De outra parte, os integrantes das carreiras iniciais das PCs não se identificam como “operadores do Direito”; o que demarca uma diferença plena de repercussões com a autoimagem dos delegados, bacharéis em Direito, que lutam pela equiparação funcio nal com as chamadas “carreiras jurídicas”.<br />
<br />
Importa perceber, então, que – em contraste com as nações modernas – os esforços pela “policialização” das polícias (conforme a expressão de Karnikowski) e pela formação de um “campo da segurança pública” ainda não foram concluídos no Brasil. Como assinala Mateus Afonso Medeiros, “está incompleta a conquista democrática da separação institucional Polícia-Justiça e Polícia-Exército”.<br />
<br />
O que há de mais notável no modelo de polícia construído no Brasil, entretan to, deriva da opção pela repartição do ci clo de policiamento. A instituição policial moderna em todo o mundo desempenha suas funções a partir do que se denomi na “Ciclo Completo de Policiamento”; em outras palavras: as polícias modernas são instituições profissionais cujo man dato envolve as tarefas de 1) manutenção da paz pública, 2) garantia dos direitos Lucio TAvorA, AP Exército interveio durante a greve de policiais militares em Salvador, na Bahia, em janeiro RefeRências KARNIKOWSKI, Romeu Machado. De Exército Estadual à Polícia-Militar: o papel dos oficiais na policialização da Brigada Militar (1892 – 1988). Porto Alegre; Tese de Doutorado: Sociologia, UFRGS, 2010. MEDEIROS, Mateus Afonso. Aspectos Institucionais da Unificação das Polícias no Brasil. DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 47, no 2 : 271- 296; 2004. MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Edinilsa Ramos e CONSTANTINO, Patrícia. Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(11): 2767 2779, 2007. RAMOS, Sílvia. ROLIM, Marcos e SOARES, Luiz Eduardo. O que pensam os profissionais da segurança pública, no Brasil. Ministério da Justiça/SENASP/PNUD. Relatório de pesquisa. 2009. Por MARCOS ROLIM Professor da cátedra de Direitos Humanos do IPA, autor de “A Síndrome da Rainha Vermelha” (Zahar/Oxford University, 2006) elementares da cidadania, 3) prevenção do crime e 4) apuração das responsabili dades penais. Mas, no Brasil, se entendeu que uma das polícias – a Militar – seria encarregada da “prevenção”, pela presen ça ostensiva do patrulhamento fardado e outra – a Civil – seria encarregada da in vestigação criminal. Assim, a especializa ção entre patrulheiros e investigadores, em todo o mundo feita dentro das polícias, foi aqui dividida entre duas instituições com culturas e estruturas completamente dis tintas. O resultado é que nunca tivemos duas polícias nos Estados, mas duas “me tades de polícia”, cada uma responsável por metade do ciclo de policiamento.<br />
<br />
A bipartição do ciclo impede que os policiais encarregados da investigação tenham acesso às informações coletadas pelos patrulheiros. Sem profissionais no policiamento ostensivo, as Polícias Civis não podem contar com um competente sistema de coleta de informações. Não por outra razão, recorrem com tanta frequên cia aos “informantes” – quase sempre pes soas que mantêm ligações com o mundo do crime, condição que empresta à inves tigação limitações estruturais e, com fre quência, dilemas éticos de difícil solução. As Polícias Militares, por seu turno, impe didas de apurar responsabilidades criminais, não conseguem atuar efetivamente na prevenção, vez que a ostensividade – ao contrário do que imagina o senso comum – não previne a ocorrência do crime, mas o desloca (potenciais infratores não costu mam praticar delitos na presença de po liciais; mas não mudam de ideia, mudam de local). <br />
<br />
Patrulhamento e investigação são, na verdade, faces de um mesmo trabalho que deve integrar as fases do planejamento da ação policial, desde o diagnóstico das tendências criminais até a formulação de planos de ação, monitoramento e avalia ção de resultados. No Brasil, isso se tornou inviável. Mas, como laranjas cortadas ao meio não permanecem em pé, as polícias intuem que precisam do ciclo completo (da outra metade). Por isso, historica mente, ambas procuram incorporar as “prerrogativas de função” que lhes faltam, o que tem estimulado a conhecida e dis funcional hostilidade entre elas, traduzida pela ausência de colaboração e, não raro, por iniciativas de boicote. Não satisfeito com a bipartição do ciclo, nosso mode lo de polícia – também de forma inédita – ainda estabeleceu diferentes “portas de entrada” para cada polícia, o que gerou no vo “corte” – agora horizontal – dentro das corporações: nas PMs temos duas partes, oficiais e não oficiais, e nas PCs, delegados e não delegados. Entre estas “partes” de polícia há um abismo de prestígio, poder, formação e remuneração que é, cada vez mais, insuportável. A ausência de carreira única em cada polícia, com efeito, inviabiliza a instituição policial brasileira, porque reafirma a desigualdade, estimula o auto ritarismo e consagra privilégios; promo vendo, muito compreensivelmente, uma “guerra” não declarada dentro das corpo rações. Também por isto, nossas polícias não conseguem completar seus efetivos e parcelas expressivas de policiais apenas aguardam oportunidade para deixar suas instituições. O problema da evasão, é cla ro, vincula-se também aos baixos salários. Esta realidade, por sua vez, agencia outras distorções, entre elas o “bico” e a forma tação de jornadas absolutamente irracio nais para a lógica do serviço público, mas funcionais para a prevalência do segundo emprego. Assim, por exemplo, jornadas de 24 por 72 horas (ou seja: plantões de 24h seguidos por três dias de folga) tornaram se comuns nas polícias civis no Brasil, ofe recendo exemplo de como se impedir que uma instituição funcione minimamente.<br />
<br />
Policiais com um segundo emprego, entretanto, assumem vários riscos. Um estudo de Maria Cecília de Souza Minayo e Edinilsa Ramos Souza revelou que, dos Patrulhamento e investigação são faces de um mesmo trabalho que deve integrar as fases do planejamento da ação policial. No Brasil, isso se tornou inviável • cultura 7 SÁBADO, 25 DE FEVEREIRO DE 2012 4.518 policiais mortos e feridos por to das as causas, de 2000 a 2004, no Estado do RJ, 56,1% foram vitimados durante as folgas. O “bico”, entretanto, é só a ponta de um iceberg de distorções que tendem a se avolumar e cujo desfecho aponta para a formação das milícias – de longe o mais sério problema de segurança pública em alguns Estados, com destaque para o Rio.<br />
<br />
Mas a violência sofrida pelos policiais não lhes ameaça apenas desde o “exterior”. O amplo estudo que realizamos com Silvia Ramos e Luiz Eduardo Soares (disponível em http://bit.ly/x4PWnf) chamou atenção para o fato de que parte expressiva da vio lência sofrida pelos profissionais da segu rança pública ocorre no interior das suas corporações. Assim, por exemplo, 20% dos policiais brasileiros são vítimas de tortura em seus processos de “formação”; 53,9% deles já foram humilhados pelos superio res hierárquicos e mais de um quarto dos policiais entende que sua corporação já lhes negou ou cerceou o direito de defesa. Além disso, 61,1% deles afirmaram já te rem sofrido tratamentos discriminatórios pelo fato de serem policiais civis ou mili tares, bombeiros, guardas municipais ou agentes penitenciários e pelo menos 16% das mulheres que atuam nestas institui ções já foram vítimas de assédio sexual em suas corporações.<br />
<br />
Desrespeitados como cidadãos, obriga dos a um cotidiano embrutecedor e sem qualquer apoio psicossocial, desvaloriza dos profissionalmente, desestimulados ao estudo e à reflexão e, não raro, “adestrados” pelo autoritarismo, estes policiais irão pa ra as ruas nas piores condições, tendendo a reproduzir a mesma desconsideração em suas relações com o público, destaca damente quando tratarem com pobres e marginalizados. O círculo de estupidez e ineficiência, então, se completa com os re sultados conhecidos.<br />
<br />
No passado, alguns dos críticos do mo delo levantaram a bandeira da unificação das polícias. Uma sugestão plena de boas intenções, mas completamente equivoca da. Múltiplas estruturas de policiamento conformam uma das características mais importantes dos modelos contemporâne os de segurança pública na grande maio ria dos países democráticos. Inglaterra e País de Gales possuem 43 forças policiais autônomas; a Noruega possui 54 polícias distritais; a Escócia, oito polícias regionais; os Estados Unidos possuem pelo me nos 25 mil polícias autônomas; a Bélgica, 2.359; o Canadá tem 450 polícias munici pais, além de várias forças provinciais e da Royal Canadian Mounted Police. Poucas nações possuem polícia única (Sri Lanka, Cingapura, Polônia, Irlanda e Israel). Polí cias menores são mais facilmente admi nistradas e avaliadas. São também mais ágeis e tendem à especialização. Institui ções policiais enormes, pelo contrário, são de difícil manejo e supervisão. Também por isso, eventual unificação das polícias no Brasil tenderia a somar os defeitos das instituições que temos, subtraindo suas virtudes. Por fim, a unificação agregaria risco considerável à democracia, incluindo a possibilidade de “emparedamento” do Estado por demandas corporativas.<br />
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O caminho da reforma, pelo contrário, deve estimular o surgimento de novas ins tituições policiais, além de integral autono mia aos Bombeiros e às perícias; tendência que – apesar dos limites constitucionais – já se impõe no Brasil que formou uma Guarda Nacional e cujos municípios têm constituído Agências de Fiscalização de Trânsito e Guardas Municipais (que, em bora sem este nome, polícias são). O fun damental é que todas elas tenham o ciclo completo de policiamento (o que no Brasil só a Polícia Federal possui) e carreiras úni cas (uma única porta de entrada em cada polícia) como no resto do mundo. Esta é a base para que possamos ter polícias efi cazes e para que as noções de segurança sejam fundadas em evidências científicas e não na cultura institucional do atraso e do preconceito. Este é também o caminho para que tenhamos polícias comunitárias acostumadas ao controle social e aos pro cessos de prestação de contas e responsa bilização pública (accountability).<br />
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Para que a existência de várias polícias com ciclo completo não seja redundante e não implique novas disputas, deve-se optar por um dos seguintes caminhos: ou se estabelece uma base distrital para cada polícia (modelo britânico) ou definimos responsabilidades distintas para as polí cias de acordo com tipos criminais (o que caracteriza, em grande parte, a experiên cia americana). Tendo presente a história centenária das polícias militares e civis no Brasil, seria de todo desaconselhável que elas fossem reorganizadas para atuar a partir de bases distritais exclusivas. O mais adequado seria a divisão de vocações por tipos penais. Assim, por exemplo, as Polí cias Civis poderiam tratar de crimes contra a vida, sequestros, crimes sexuais, tráfico de drogas e crimes do “colarinho branco”, enquanto as Polícias Militares poderiam cuidar dos delitos patrimoniais (furtos e roubos) e da manutenção da paz pública. Em um sistema do tipo, as Guardas Muni cipais poderiam responder aos conflitos de “baixa densidade” como arruaça, vandalis mo, disputas entre vizinhos, importunação ao sossego, violência doméstica etc. Uma divisão do tipo tornaria possível que tivés semos um sistema de segurança pública no Brasil, encerrando a pré-história das polícias brasileiras.<br />
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Reformas desta natureza exigem, por óbvio, um amplo esforço político, vez que nosso modelo de polícia foi, inacreditavel mente, inserido na Consti tuição Federal, notadamente em seu art. 144. Tendo em conta a destacada inaptidão do Congresso Nacional pa ra reformar o que quer que seja e o notório desinteresse do governo federal sobre es te tema, deve-se reconhecer que as perspectivas não são alentadoras. Os governa dores poderiam constituir esta agenda. Afinal, é nos Estados que a crise se insta la e – observados princípios gerais – se deveria permitir margem de autonomia aos entes da federação para que pudessem reformar e/ou instituir su as próprias polícias. Seja como for, nunca a crise do modelo de polícia no Brasil foi tão evidente. O que não nos garante qualquer solução. Afinal, convivemos com uma rea lidade política na qual tem sido preferível não pensar, não discutir e não fazer. Só por isso, as greves e protestos dos policiais têm um sentido histórico. Em seus acertos e em seus erros, as mobilizações introdu ziram um dado novo: os policiais exigem mudanças. Resta saber se alguém saberá interpretar este sentimento.<br />
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<a href="http://rolim.com.br/2006/index.php?option=com_content&task=view&id=836&Itemid=3">Marcos Rolim </a>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-26319269783049382992011-12-10T16:15:00.000-02:002011-12-10T16:15:57.160-02:00Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr.<div class="entry sizefont3"> CARTA CAPITAL - Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.<br />
<div class="wp-caption alignleft" id="attachment_60795" style="width: 215px;"><a class="fancybox" href="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2011/12/Capa_Privatas_FINAL_.jpg" rel="fancybox"><img alt="" class="size-medium wp-image-60795" height="300" src="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2011/12/Capa_Privatas_FINAL_-205x300.jpg" width="205" /></a><div class="wp-caption-text">'A Privataria Tucana', de Amaury Ribeiro Jr.</div></div>Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, <em>CartaCapital</em> traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.<br />
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e <em>offshores </em>criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.<br />
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.<br />
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por <em>CartaCapital</em> em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.<br />
Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.<br />
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<strong>CartaCapital:</strong> <em>Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?</em><br />
<strong>Amaury Ribeiro Jr.:</strong> Em 2000, quando eu era repórter de <em>O</em> <em>Globo</em>, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do <em>Estado de Minas</em>. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (<em>a Fence, contratada</em> <em>por Serra</em>), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Ficou surpreso com o resultado da investigação?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (<em>que derrubou a candidatura de</em> <em>Roseana Sarney, então do PFL, em 2002</em>) e o núcleo de inteligência da Anvisa (<em>montado por Serra no Ministério da</em> <em>Saúde</em>), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (<em>ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano</em>) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (<em>Idalísio dos Santos, araponga da</em> <em>Aeronáutica</em>) e Onézimo Souza (<em>ex-delegado da PF</em>).<br />
<strong>CC:</strong> <em>O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Você foi chamado para acabar com os vazamentos?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (<em>na Asa Sul de Brasília</em>), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (<em>Agência Brasileira de Inteligência</em>) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.<br />
<strong>CC:</strong> <em>E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?</em><br />
<strong>ARJ:</strong> Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (<em>vice-presidente do PSDB</em>), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.<br />
<strong>CC:</strong> <em>Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no</em> Estado de Minas.<br />
<strong>ARJ:</strong> É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no <em>Estado de Minas</em> e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.<br />
</div>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-38351178679652780322011-11-10T22:57:00.001-02:002011-11-10T23:02:13.840-02:00O choque na USP e a militarização de São Paulo - André Forastieri<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpFD5pW4NfMCnNkmOjqqMeLPTSlB_ARUle7FGEnAYx0hFrF8uO4H9jANMwuZlnFKWX7kIavvyBbHKT2lVNGeCG3u996JcZIpsZFzROuolC0APQW5qqZr4nv_wtEaUdFHemk3djh3HBj1w/s1600/invasor-da-usp-gap1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpFD5pW4NfMCnNkmOjqqMeLPTSlB_ARUle7FGEnAYx0hFrF8uO4H9jANMwuZlnFKWX7kIavvyBbHKT2lVNGeCG3u996JcZIpsZFzROuolC0APQW5qqZr4nv_wtEaUdFHemk3djh3HBj1w/s320/invasor-da-usp-gap1.jpg" width="320" /></a></div><br />
Acabou como previsto a ocupação da reitoria da USP. Duzentos homens da tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo foram ativados para tirar 73 estudantes à força. O imprevisto foi a torrente de impropérios internéticos contra os uspianos. A rapaziada foi tratada de filhinho de papai pra baixo, com uns dobermanns advogando pau neles, cassetete, gás lacrimogêneo e cadeia.<br />
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É inveja. Quem não queria ter 21 anos e estudar na USP, zero de preocupação com grana, namorar umas mocinhas cabeça, fumar unzinho na praça do Relógio, nadar lá naquele piscinão lindo, e ainda se sentir super-rebelde, nas barricadas, parte de um movimento internacional de libertação? Bem, eu não.<br />
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Entrei em duas faculdades na USP, Jornalismo e, só de chinfra, História. A primeira abandonei. A segunda fui um dia e nunca mais voltei. Imagino ter sido jubilado nos dois cursos.<br />
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Percebi que a USP não era pra mim na minha primeira semana lá, careca, recém-chegado de Piracicaba, 17 anos. Pensei que ia encontrar a gente mais doida, interessante e livre da minha geração. Mas na minha classe eu era o único com camiseta dos Dead Kennedys e a comunicação com meus colegas era, digamos, precária.<br />
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O último ano realmente legal pra entrar na Escola de Comunicações e Artes foi o anterior - cheguei atrasado. 1982 foi o primeiro ano em que ficou difícil entrar em jornalismo, que passou a ter vestibular separado do restante das Comunicações.<br />
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Dali para frente, nota de corte da Fuvest bem alta, só gente aplicada e estudiosa entraria na ECA. O engraçado é que 1983, quando cheguei lá, foi um ano bem animado na ECA. Uma confederação de sacanas anarquistas de todas as matizes se uniu pra botar para fora do Centro Acadêmico os trombas trotskistas da Libelu, que a esta altura já estavam em descompasso com a história. Vitória dos PicaRetas e votei neles.<br />
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A USP, onde decididamente não fui feliz, era e é escola para tropa de elite, gente que vem das melhores escolas pagas, e sonho de todo vestibulando. Muita cabeça boa estudou lá, e continua estudando. Não é nem de longe uma das melhores universidades do mundo, mas continua referência de ensino e pesquisa de qualidade, para nossos pobres padrões locais.<br />
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Como qualquer universidade de primeira linha, deveria ser um espaço arejado, de diversidade e experimentação. O que inclui, sim, uma série de atividades socialmente questionáveis fora dos muros do campus.<br />
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Universidade não é para socar o máximo de informação nos miolos da juventude e produzir em série um exército de robôs tecnocratas. Trata-se de formar as melhores cabeças do país, o que é impossível sem liberdade e libertinagem.<br />
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Os argumentos contra os ocupantes da reitoria da USP são pífios. Eles quebram a lei? Primeiro, se quebram, não importa; leis não existem para serem obedecidas cegamente; a lei é para ser desobedecida e questionada abertamente quando injusta; não é possível aplaudir as rebeliões contra Mubarak e Gaddafi, ou a ocupação de Wall Street, e recriminar os uspianos por não seguir a lei.<br />
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Segundo, fumar maconha NÃO é contra a lei, o que o amigo (e também veterano da ECA) Marcelo Rubens Paiva demonstrou em artigo para o Estadão. <br />
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Terceiro, defender o direito de fumar maconha na USP sem ser preso é uma maneira de se rebelar contra a crescente truculência dos caretésimos governantes da cidade e Estado mais ricos do país. Naturalmente, eu defendo que os estudantes da USP deveriam lutar para que ninguém fosse preso por consumir droga nenhuma em todo o território nacional, e não só no seu campus...<br />
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Mas o que aconteceu agora é o mais recente capítulo da militarização do aparelho estatal paulista/paulistano. O reitor João Grandino Rodas, advogado, foi indicado em 2009 por José Serra, quando governador (embora tenha sido o segundo mais votado na lista tríplice).<br />
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Serra, que em economia é indistinguível dos petistas, em costumes é direita raivosa e higienista. Assumiu, imagino que para fins eleitorais, o manto de guardião da lei e da ordem, palavras mágicas que encantam parcela importante da numerosa, masoquista e paranoica classe média do Estado.<br />
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Existem muitos paulistas que têm algo a perder e, inseguros, anseiam pela tutela de um pai rigoroso, que dite as regras, contenha miseráveis e pardos à distância, e nos puna exemplarmente em caso de mínima infração.<br />
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Serra, sempre com a cara fechada, incorpora perfeitamente o tipo, e defende a vigilância e o microgerenciamento da vida particular do cidadão. Seu afilhado e sucessor, Gilberto Kassab, parece sujeito mais afável, mas colocou policiais militares da reserva nos comandos de 25 das 31 subprefeituras paulistanas, o que Serra, que iniciou o processo, chamava de "choque de ordem".<br />
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Também há comando militar na Secretaria de Transportes, na Companhia de Engenharia de Tráfego, no Serviço Funerário, no Serviço Ambulatorial Municipal, na Defesa Civil e na Secretaria de Segurança.<br />
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São cerca de 90 oficiais da PM com cargos importantes no governo do Estado e prefeitura. A maior parte das indicações é atribuída ao comandante geral da PM, Álvaro Camilo, três décadas na polícia militar, que assumiu o cargo em 2009.<br />
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E Geraldo Alckmin? Também é da turma da lei e ordem acima de tudo. Natural, porque integrante da prelazia católica ultraconservadora Opus Dei, ou no mínimo simpatizante muito próximo. Não assume e também não nega.<br />
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A primeira vez que isso foi noticiado foi em 2006, pela revista Época. Recentemente tivemos confirmação, do próprio secretário (e tucano) Andrea Matarazzo, que afirmou a diplomatas americanos que Alckmin é da Opus Dei, conforme telegramas revelados pelo Wikileaks. Leia aqui.<br />
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Com tudo isso, o crime em São Paulo segue firme e forte, claro, com especial destaque para o gueto de craqueiros erigido pela polícia na rua Helvétia, pleno centro de São Paulo. A corrupção continua grassando na administração pública. Playboys bêbados continuam atropelando transeuntes impunemente. Continuam batendo nossas carteiras no metrô. E por aí vai.<br />
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O reitor da USP, João Grandino Rodas, iria ser diferente de seus patrões? As denúncias contra ele se acumulam, e vão da mera extinção de cursos e compra duvidosa de imóveis a atitudes francamente brucutus, como chamar a Tropa de Choque para resolver outra ocupação (em 2006) e realizar demissão em massa de 270 funcionários em janeiro de 2011.<br />
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Chamado pela Assembleia Legislativa para se explicar, simplesmente não apareceu. Chegou a ser declarado Persona Non Grata pela congregação da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, com apoio do Centro Acadêmico 11 de Agosto.<br />
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Este último foi só mais um enfrentamento. Outros necessariamente acontecerão. E não só entre os estudantes e as autoridades da USP. Porque o problema não é a USP, ou seus estudantes, ou a PM. O problema não é nem o reitor.<br />
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O problema é quem indica o reitor, a quem interessa a militarização do governo, e principalmente quem comanda os comandantes. Da próxima vez, sugiro à rapaziada começar a ocupação pelo Palácio dos Bandeirantes.A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-51893802726363737612011-10-16T14:30:00.002-02:002011-10-16T23:57:57.155-02:00"Ocupe Wall St." é diferente dos protestos da década de 90<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtPjIKiRjKPXZmS0ju497TENBQ5W_nKNpcjyxaY3gCU_pTEO35cm2fUWYzjc5lYZ112rTa4dIZ9KxmfNGVxELoSrbD2o6-PFA3Eeda3ZHfVNMl9b-2eCOlS4rpkSZa8saQ33WrqSkY7Vs/s1600/wallstreet+protesto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtPjIKiRjKPXZmS0ju497TENBQ5W_nKNpcjyxaY3gCU_pTEO35cm2fUWYzjc5lYZ112rTa4dIZ9KxmfNGVxELoSrbD2o6-PFA3Eeda3ZHfVNMl9b-2eCOlS4rpkSZa8saQ33WrqSkY7Vs/s400/wallstreet+protesto.jpg" width="400" /></a></div><br />
<span style="font-size: small;">Uma coisa que sei é que 1% das pessoas amam as crises.<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Quando o público está em pânico e desesperado, e ninguém parece saber o que fazer, o momento é ideal para forçar a aprovação de uma extensa lista de políticas que beneficiam as empresas: privatizar a educação e a Previdência Social, reduzir os serviços públicos, remover os últimos obstáculos ao poder das grandes companhias. Em meio à crise, isso vem acontecendo no mundo inteiro. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Só existe uma coisa capaz de bloquear essa tática, e felizmente é uma coisa muito grande: os outros 99% das pessoas. E esses 99% estão saindo às ruas, de Madison a Madri, para dizer: "Não, não pagaremos pela sua crise".<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">O slogan surgiu em 2008, na Itália. Ricocheteou para a Grécia, França e Irlanda, e por fim voltou. "Por que eles estão protestando?", indagam os sabichões embasbacados na televisão. Enquanto isso, o resto do mundo pergunta: "Por que demoraram tanto? Estávamos imaginando quando vocês enfim se dignariam a aparecer. Bem-vindos".<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Muita gente traçou paralelos entre o movimento "Ocupe Wall Street" e os chamados protestos antiglobalização que conquistaram a atenção do planeta em 1999, em Seattle. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Foi a última ocasião em que um movimento mundial, descentralizado e comandado por jovens tomou por alvo direto o poder das empresas. E me orgulho por ter participado daquilo que chamávamos "o movimento dos movimentos".<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Mas há diferenças importantes. Por exemplo, nós escolhemos como alvo conferências de cúpula: da Organização Mundial de Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Grupo dos 8. <br />
Mas esses eventos são transitórios por natureza, o que nos tornava igualmente transitórios. Aparecíamos, conquistávamos manchetes no mundo todo e em seguida desaparecíamos. E no frenesi e patriotismo excessivo que se seguiram aos ataques do 11 de Setembro, foi fácil nos varrer do cenário, ao menos nos Estados Unidos.<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Já o "Ocupe Wall Street" tem alvo fixo. E não definiu um prazo para sua presença, o que é sábio. Apenas quem se mantém firme pode criar raízes. E isso é crucial. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Na Era da Informação, muitos movimentos brotam como belas flores, mas logo morrem. Isso acontece porque não criam raízes e não têm planos de longo prazo para se sustentar.<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Ser horizontal e profundamente democrático, é maravilhoso. Esses princípios são compatíveis com o árduo trabalho de construir estruturas e instituições firmes para suportar futuras tempestades. Tenho grande fé nisso. <br />
Há mais uma coisa que esse movimento está fazendo direito: assumiu um compromisso para com a não violência. E essa imensa disciplina significou, em incontáveis ocasiões, que as reportagens da mídia tivessem por tema a brutalidade policial, injustificada e repugnante. Enquanto isso, o apoio ao movimento só cresce.<br />
Mas a maior diferença que a década de distância entre os dois movimentos produziu é que, em 1999, nós estávamos atacando o capitalismo no pico de um boom frenético. O desemprego era baixo, as carteiras de ações propiciavam fortes lucros. A mídia estava embriagada pelo acesso fácil ao dinheiro. Então, todos preferiam falar mais sobre as empresas iniciantes de internet do que sobre os esforços para paralisar atividades reprováveis.<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Nós insistíamos em que a desregulamentação que havia possibilitado aquele frenesi teria um custo. Que ela havia rebaixado os padrões trabalhistas. Que prejudicava o meio ambiente. As empresas se tornavam mais poderosas que os governos, e prejudicando nossas democracias. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Mas, para ser honesta, enfrentar um sistema econômico baseado em cobiça era uma parada indigesta enquanto as coisas iam bem, ao menos nos países ricos.<br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Passados 10 anos, parecem não existir mais países ricos. Apenas muitas e muitas pessoas ricas. Pessoas que enriqueceram saqueando o patrimônio público e exaurindo os recursos naturais do planeta.<br />
O ponto é que hoje todos podem ver que o sistema é profundamente injusto e está escapando ao controle. A cobiça descontrolada devastou a economia mundial, e está devastando o mundo natural. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Estamos pescando demais em nossos oceanos, poluindo nossas águas com exploração petroleira e recorrendo às formas de energia mais sujas do planeta. <br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Esses são os fatos práticos. São tão gritantes, tão óbvios, que é muito mais fácil agora do que em 1999 promover conexão com o público, e assim expandir o movimento.<br />
Temos de tratar esse belo movimento como se fosse a coisa mais importante do mundo. Porque de fato é.</span><br />
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<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: large;"><b>NAOMI KLEIN</b></span>, 41, é autora de "A Doutrina do Choque -a Ascensão do Capitalismo de Desastre". Reproduzido pelo "New York Times", este discurso saiu inicialmente no "Occupied Wall Street Journal".</span>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-19958320080739341782011-10-16T12:40:00.012-02:002011-10-16T14:18:30.605-02:00As coisas que ninguém escreve sobre Steve Jobs<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NmKFKaj_XHkUgpXxvA-rlPTD4cxqIEKN91TbgPZFzUo4oaLPpHTGAjme-bdm_AvIEwLnIRa244gItPjaJ3FHLRS4eupcBu5vg6gHoBgOhmUZZ3z0hyWtFTZC1qyNMNAZU51wTbc7LyQ/s1600/Jobs1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0NmKFKaj_XHkUgpXxvA-rlPTD4cxqIEKN91TbgPZFzUo4oaLPpHTGAjme-bdm_AvIEwLnIRa244gItPjaJ3FHLRS4eupcBu5vg6gHoBgOhmUZZ3z0hyWtFTZC1qyNMNAZU51wTbc7LyQ/s400/Jobs1.jpg" width="400" /></a></div><br />
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Nos dias após a morte de Steve Jobs, como é o costume, os seus amigos e colegas compartilharam suas melhores lembranças do co-fundador da Apple. Ele foi aclamado como “gênio” e “o maior CEO da geração”, por especialistas e jornalistas de tecnologia. Mas a reputação de um grande homem deve ser capaz de resistir à verdade completa. E, verdade seja dita, Jobs conseguia ser terrível com as pessoas, e o seu impacto no mundo não foi uniformemente positivo.<br />
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Nós já mencionamos muitas das coisas boas que Jobs fez durante a sua carreira. Suas conquistas foram amplas e impossíveis de resumir com facilidade. Mas pode-se enxergar o escopo do seu sucesso dessa forma: causar mudanças na sua indústria é o sonho de qualquer empreendedor, e Jobs transformou para sempre meia dúzia de indústrias diferentes, de computação pessoal a telefonia, passando por música, animação, videogames e pela indústria editorial. Ele era um sábio, um grande motivador, um juiz decisivo, um influenciador com visão de longo prazo, um excelente mestre de cerimônias e um estrategista brilhante.<br />
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Mas eis o que ele não era: perfeito. De fato, Steve fez coisas profundamente perturbadoras na Apple. Coisas rudes, desdenhosas, hostis, rancorosas: os empregados da Apple — aqueles que não estavam presos por contratos de confidencialidade — tinham uma história diferente para contar durante todos esses anos sobre Jobs e todo o medo, manipulação de bullying que o acompanhavam pela empresa. Jobs também contribuiu para problemas de nível global. O sucesso da Apple foi literalmente construído nas costas de trabalhadores chineses, incluindo crianças, todos eles aguentando turnos longos e a sombra de punições brutais por erros. E apesar de todo o papo sobre incentivar a expressão individual, Jobs impôs regras paranoicas que centralizaram o controle sobre quem poderia dizer o que em seus aparelhos e em sua empresa.<br />
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É particularmente importante sublinhar os defeitos de Jobs neste momento. O seu sucessor, Tim Cook, tem a oportunidade de mapear um novo caminho para a empresa, de estabelecer o seu estilo próprio de liderança. E, graças ao sucesso da Apple, os estudantes do estilo Steve Jobs de liderança nunca foram tão numerosos no Vale do Silício. Ele foi idolatrado e emulado muitas vezes enquanto vivo; em sua morte, Jobs se tornará um ícone ainda maior.<br />
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Depois de celebrar as conquistas dele, nós deveríamos falar livremente sobre o lado negro de Jobs e da empresa que ele ajudou a fundar. Este é o seu catálogo de piores momentos:<br />
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Censura e autoritarismo<br />
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A internet permitiu a pessoas do mundo todo se expressarem de maneira mais fácil e livre. Com a App Store, a Apple reverteu este processo. O iPhone e o iPad constituem a mais popular plataforma de computação portátil dos EUA, os mais importantes palcos de mídia e software. Mas você precisa da aprovação da Apple para colocar qualquer coisa nos aparelhos. E este é um poder que a empresa usa agressivamente.<br />
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Em nome de proteger as crianças dos malefícios do erotismo, e os adultos deles mesmos, Jobs baniu aplicativos de arte gay, guias de viagens gays, cartoons políticos, imagens sensuais, panfletos de candidatos políticos, caricaturas políticas, páginas duplas de revistas de moda e sistemas inventados pela concorrência, além de outras coisas consideradas moralmente questionáveis.<br />
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Os aparelhos da Apple nos conectaram a um mundo de informação, mas eles não permitem uma expressão completa de ideias. De fato, as pessoas que deveriam ser servidas pela Apple — “os desajeitados, os rebeldes, os encrenqueiros”, como disse o famoso comercial — foram particularmente excluídos pelas políticas de Jobs. O fato da empresa mais admirada dos Estados Unidos ter seguido um caminho tão contrário aos ideais de liberdade do país é profundamente preocupante.<br />
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Mas Jobs também nunca pareceu muito confortável com a ideia de empregados com todos os seus direitos e uma imprensa completamente livre. Dentro da Apple, há uma cultura de medo e controle ao redor das comunicações; a “Equipe Mundial de Lealdade” da Apple é especializada em caçar quem vaza informações, confiscando celulares e fazendo buscas em computadores alheios.<br />
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A Apple usa táticas coercivas também com a imprensa. A sua primeira reação a artigos que ela não gosta é geralmente de manipulação e importúnio. Depois, quem sabe ela solte estrategicamente um artigo contraditório.<br />
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Mas a Apple não se contenta com isso. Ela tem uma equipe jurídica que não se importa em aniquilar alvos pequenos. Em 2005, por exemplo, a empresa processou o blogueiro Nick Ciarelli, de 19 anos, por dar antes da hora a notícia — correta — da existência do Mac Mini. O caso não foi encerrado até que Ciarelli concordou em fechar o seu blog ThinkSecret para sempre. E nem vou explicar de novo toda a história com o Gizmodo americano e o protótipo do iPhone 4, que chegou ao ponto da Apple conseguir fazer com que a polícia invadisse a casa de um editor.<br />
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Há cerca de um mês tivemos talvez a mais assustadora amostra das tendências fascistas da Apple, quando dois agentes privados de segurança, trabalhando para a Maçã, revistaram a casa de um homem em San Francisco, à procura de um outro protótipo perdido de iPhone. Eles ameaçaram causar problemas com a imigração, e o homem disse que os agentes de segurança estavam acompanhados por policiais à paisana e não se identificaram como civis, dando a impressão de serem oficiais de polícia.<br />
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Fábricas exploradoras, trabalho infantil e direitos humanos<br />
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As fábricas da Apple na China regularmente empregam jovens adolescentes e pessoas abaixo da idade mínima de trabalho legal, que é de 16 anos. Elas submetem os empregados a muitas horas de trabalho e tentam acobertar tudo. Isso segundo um relatório da própria Apple, em 2010. Em 2011, a Apple relatou que o problema de trabalho infantil piorou.<br />
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Em 2010, o jornal Daily Mail conseguiu infiltrar um repórter dentro de uma fábrica chinesa que monta produtos para a Apple. Veja um trecho traduzido da reportagem:<br />
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Com o complexo funcionando em capacidade máxima de produção, 24 horas por dia, sete dias por semana, para atingir a demanda global pelos telefones e computadores da Apple, um dia típico começa com o hino chinês sendo tocado pelos alto-falantes, com as palavras ‘Levantem-se, levantem-se, levantem-se, milhões de corações com uma só mente’.<br />
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Como parte deste controle Orwelliano, o sistema de comunicados públicos grita anúncios o tempo inteiro, sobre quantos produtos foram feitos, sobre uma nova quadra de basquete construída para os empregados, sobre como os empregados devem ‘valorizar a eficiência a cada minuto, a cada segundo’.<br />
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Com outros slogans corporativos pintados nas paredes das oficinas — incluindo apelos como ‘alcance metas até que o sol não mais se levante’ e ‘reunamos toda a elite e a Foxconn será cada vez mais forte’ –, os empregados trabalham até 15 horas diárias.<br />
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Ao final de corredores estreitos, que lembram uma prisão, eles dormem em quartos lotados, em beliches triplas para economizar espaço. Os colchões são simples tapetes de bambu.<br />
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Apesar das temperaturas no verão chegarem a 35 graus, com 90% de humidade, não há ar condicionado. Alguns trabalhadores dizem que há dormitórios que abrigam mais de 40 pessoas e são infestados com formigas e baratas, e que é difícil dormir por causa do barulho e do fedor.<br />
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Uma empresa pode ser julgada pela forma como trata os seus mais humildes empregados. Serve como exemplo para o resto da empresa, ou, no caso da Apple, para o resto do mundo.<br />
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Em pessoa e em casa<br />
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Antes mesmo de ser afastado da empresa pela primeira vez, Jobs já tinha fama de agir como um tirano. Ele frequentemente diminuía pessoas, esbravejava contra elas e pressionava até que chegassem ao seu ponto de ebulição. Na busca pela excelência, ele deixava de lado a educação e a empatia. Seus abusos verbais nunca pararam. Ainda no mês passado a Fortune reportou uma “humilhação pública” de meia hora a que Jobs submeteu uma equipe da Apple:<br />
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“Alguém poderia me dizer o que o MobileMe deveria ser capaz de fazer?” Depois de receber uma resposta satisfatória, ele continuou: “Então por que caralhos ele não faz isso?”<br />
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“Vocês mancharam a reputação da Apple”, ele falou. “Vocês deveriam odiar uns aos outros por terem se decepcionado”.<br />
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Jobs demitiu o chefe da equipe ali mesmo.<br />
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Em seu livro The Second Coming of Steve Jobs, sobre a época de Jobs na NeXT e o seu subsequente retorno à Apple, Alan Deutschman descreveu o tratamento duro que Jobs dava aos seus subordinados:<br />
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Ele os elogiava e inspirava, às vezes de maneira muito criativa, mas também apelava para intimidação, provocação, repreensão e depreciação… Quando ele encarnava o Steve do Mal, não parecia se importar com os danos severos que causava a egos e emoções… súbita e inesperadamente, olhava para alguma coisa no qual eles estavam trabalhando e dizia que estava uma “merda”.<br />
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Jobs também tinha suas limitações pessoais. Não há registros públicos dele jamais ter feito doações para instituições de caridade, apesar do fato de ter ficado rico com o IPO da Apple em 1980 e ter acumulado um patrimônio líquido estimado em mais de 7 bilhões de dólares ao final da sua vida. Depois de encerrar os programas de filantropia da Apple em 1997, quando voltou à empresa, ele nunca mais os reinstaurou, apesar da empresa ter voltado a nadar em lucros.<br />
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É possível que Jobs tenha feito doações anônimas, ou que ele fará uma doação póstuma, mas o fato é que ele jamais abraçou ou encorajou a filantropia de forma parecida com, por exemplo, Bill Gates, que já arrecadou US$ 60 bilhões para caridade e se juntou a Warren Buffet para incentivar outros bilionários a doarem ainda mais.<br />
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“Ele claramente não tinha tempo”, foi o que disse o diretor da breve fundação de caridade de Jobs ao New York Times. E parece ser isso mesmo. Jobs não levava uma vida equilibrada. Ele era profissionalmente incansável. Trabalhava por longos períodos e permaneceu CEO da empresa até seis semanas antes da sua morte. Isso resultou em produtos incríveis, apreciados pelo mundo todo. Mas não significa que a sua rotina workaholic seja algo a se imitar.<br />
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Houve um tempo em que Jobs lutou contra a ideia de se tornar um homem de família. Ele teve uma filha chamada Lisa fora do casamento, aos 23 anos, e, segundo a Fortune, passou dois anos negando paternidade, chegando a declarar oficialmente que “não poderia ser o pai de Lisa, por ser ‘estéril e infértil’, não tendo, desta forma, capacidade física de procriar”. Jobs finalmente assumiu a paternidade, conheceu e casou com a sua atual viúva, Laurene Powell, e teve mais três filhos. Lisa estudou em Harvard e é hoje uma escritora.<br />
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Steve Jobs criou muitos objetos lindos. Ele tornou aparelhos digitais mais elegantes e fáceis de usar. Ele fez a Apple Inc. ganhar muito dinheiro depois que as pessoas já a consideravam morta. Ele sem dúvida servirá como modelo para muitas gerações de empreendedores e líderes de negócios. Se isso é uma coisa boa ou ruim, depende de quão honestamente a sua vida é avaliada.<br />
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<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Via GIZMODO Brasil </span></b>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-60562283566037782112011-10-08T16:15:00.000-03:002011-10-08T16:15:52.066-03:00Criador genial, empresário comum<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgopD-f-KQOYBohEyupajTHFr5LKZz1NUSZOqxCVR-3r0TJ9-m7KPTcTnJY5VEqbomRiCzwn2ECpXds1pEXqJdwzW1MxtMGOO19YSIkgl6r78hFex-qDlaR3r7moWypOdkHE3xYNkpwY7w/s1600/Foxconn-Shenzhen_Reuters-Stringer-20100609164507.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgopD-f-KQOYBohEyupajTHFr5LKZz1NUSZOqxCVR-3r0TJ9-m7KPTcTnJY5VEqbomRiCzwn2ECpXds1pEXqJdwzW1MxtMGOO19YSIkgl6r78hFex-qDlaR3r7moWypOdkHE3xYNkpwY7w/s400/Foxconn-Shenzhen_Reuters-Stringer-20100609164507.jpeg" width="400" /></a></div><br />
Não há a menor possibilidade de se negar as qualidades de Steve Jobs como criador no mundo da tecnologia. Ele foi o principal nome do grupo de jovens empreendedores do Vale do Silício, na Califórnia, que, a partir dos anos 1970, transformaram o computador de um monstrengo gigantesco a um útil aparelho que cada vez mais todos temos em casa e no bolso e sem os quais não conseguimos mais viver. Se eu escrevo este texto em um computador e você o lê em outro, é porque um dia pessoas como Jobs assim o criaram. Se existem os smartphones e tablets, é pela mesma razão.<br />
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Ressalte-se que o seu faro para a auto-publicidade era muitíssimo acima da média ao dar poucas entrevistas, se apresentar sempre com o mesmo tipo de roupa e fazer apresentações dos produtos da Apple de maneira midiática. Quase tão importante quanto o produto é a maneira como o público o vai conhecer, é outra lição que ele deixou.<br />
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São exatamente por estes motivos que existe uma idolatria generalizada por Steve Jobs, e talvez seja inédito na história da humanidade que a morte de um engenheiro e empresário tenha o mesmo impacto que a de um pop star. E é aí que mora o problema: o técnico Jobs, o criador de softwares e hardwares, era um gênio. O empresário, apenas mais um com as mesmas estratégias nada saudáveis que tantos outros empresários têm.<br />
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Mítico nos produtos que criou, o dono da Apple não foi maior que a média na preocupação com a linha de montagem deles. Por Fernando Vives. Foto: AFP<br />
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Quem produz os aparelhos que a Apple desenvolve é a fábrica taiwanesa Foxconn, que virou notícia mundial por conta dos altos índices de suicídio entre funcionários no ano passado. Entre janeiro e maio de 2010, 16 empregados da fábrica tiraram a própria vida, a maioria dos quais se atirando do alto da sede da empresa. Como boa parte das fábricas da China e de Taiwan, a Foxxconn, segundo amplamente veiculado pela imprensa, tem uma gestão considerada militarizada, na qual os funcionários da linha de produção trabalham demais e ganham pouco, normalmente em condições aviltantes. A Apple, assim como Dell, Nokia e Sony, que também terceirizam a produção com a Foxxcom, seleciona muito imprudentemente as empresas com as quais trabalha.<br />
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“A Apple só faz exatamente o que as outras empresas fazem”, é o argumento mais comum de quem defende a prática da empresa criada por Jobs. É aí que mora o problema: se um sujeito cria produtos de qualidade indiscutível que dominam o mercado, por que não exigir que a confecção de seus produtos seja também feita em alto nível – o que, no caso, seria apenas condições dignas de trabalho?<br />
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A genialidade que sobrou a Steve Jobs para criar produtos e utilizar o marketing para alçá-lo a um status cool não parece ter se manifestado na forma de preocupação sobre como esse produto era produzido. A revolução da técnica não virou uma evolução do sistema de produção capitalista do qual tanto tirou proveito. Talvez esta dicotomia de Jobs seja o grande problema do capitalismo atual: fabricar produtos incríveis a um lucro máximo é a prioridade absoluta. Jobs é hoje um sinônimo de quem venceu na vida. Aos não-gênios que apertam parafusos, resta-lhes o suor.<br />
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Fernando Vives - <br />
Carta CapitalA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-50704186989615973492011-10-08T16:07:00.000-03:002011-10-08T16:07:35.908-03:00Morte de Jobs alivia ícone do software livre<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgVQuraYudmx-37oDm5AhrAv2KjR82iSWDS7YfWW_XsAmxkH16RNNmvbdKNkGP61eftYYp3Hb-Hcr0GhpkSn_ygumngsvE7iCRk_9PdSAQgXXsxfoC_aR7y5VhvK7z6AH_t8DgpVbqDA/s1600/image001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgVQuraYudmx-37oDm5AhrAv2KjR82iSWDS7YfWW_XsAmxkH16RNNmvbdKNkGP61eftYYp3Hb-Hcr0GhpkSn_ygumngsvE7iCRk_9PdSAQgXXsxfoC_aR7y5VhvK7z6AH_t8DgpVbqDA/s400/image001.jpg" width="400" /></a></div><br />
Richard Stallman, americano fundador da Free Software Foundation e militante radical, declarou estar aliviado com a morte de Steve Jobs.<br />
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“Steve Jobs, o pioneiro em fazer os computadores-prisões parecerem cool, criado para tirar a liberdade dos tolos, morreu. Como o prefeito de Chicago Harold Washington disse uma vez sobre o ex-prefeito corrupto Daley, “Eu não estou feliz que ele está morto, mas estou feliz que ele tenha ido embora.” Ninguém merece ter que morrer – nem Jobs, nem o senhor Bill, nem pessoas culpadas de coisas piores que eles. Mas todos nós merecemos o fim da influência maligna de Jobs na computação das pessoas.<br />
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Infelizmente, essa influência continua apesar de sua ausência. Nós só podemos torcer para que os seus sucessores, ao tentar continuar com seu legado, sejam menos efetivos.”<br />
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Stallman é pioneiro do software livre. Em meados dos anos 80, ele criou o sistema operacional aberto chamado GNU. Vários de seus softwares, como o editor de texto eMacs, são amplamente usados.<br />
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—-A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-14263910584710878482011-10-07T12:26:00.001-03:002011-10-07T13:13:07.596-03:00Steve Jobs, um visionário da inovação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7TyixZo9EWYc9_LzkGWP-gVFaj0qOC0mh-M5FgVF5ySHjnp8iaGPw0UsenI8zzsAaQiPEzMBknLHgq0aqXOhUqd9wGyK2DgECP3NKlNP_InqXbodGdlHrBciNARfmp-wzK9knNjxSFU/s1600/steve_jobs_apple.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7TyixZo9EWYc9_LzkGWP-gVFaj0qOC0mh-M5FgVF5ySHjnp8iaGPw0UsenI8zzsAaQiPEzMBknLHgq0aqXOhUqd9wGyK2DgECP3NKlNP_InqXbodGdlHrBciNARfmp-wzK9knNjxSFU/s400/steve_jobs_apple.jpg" width="400" /></a></div><br />
<i>Jobs deu beleza e cor aos computadores. </i>No mundo árido da informática, o empresário Steve Jobs deu cores e beleza aos computadores. Co-fundador da Apple Computer Inc. e do estúdio Pixar, mais tarde comprado pela Disney, Steve Jobs trabalhou na ponta da inovação desde a era do Macintosh, o computador da Apple que na década de 1980 trazia um ambiente bem mais amigável para o usuário que os sistemas operacionais DOS e Windows 3.1 da rival Microsoft, bem como os computadores pessoais de cor bege — as máquinas da Apple eram coloridas.<br />
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<i><a href="http://www.facebook.com/linkestadao"></a></i><br />
Nascido em 24 de fevereiro de 1955 em San Francisco (EUA) e criado por pais adotivos, Steve Paul Jobs chegou à fama e ao sucesso empresarial em 1984 quando ajudou a criar e lançar o Macintosh – um computador pessoal com uma interface agradável e diferente do que havia até então, além de um sistema operacional palatável ao consumidor. O começo da década de 1980 marcou, nos Estados Unidos, o advento do computador pessoal e o início da difusão em larga escala da internet.<br />
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O Macintosh era um computador que tinha mais recursos gráficos e por isso caiu no gosto dos consumidores.Em 1985, Jobs foi afastado temporariamente da Apple pelo conselho de administração após brigas internas.<br />
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Ele fundou outra empresa de informática, a NeXT, e em 1986 comprou da Lucasfilm os estúdios de computação gráfica Pixar, que então começaram sua trajetória de usar recursos digitais nos desenhos animados. O Pixar iniciou uma parceria lucrativa com a Disney, produzindo mais tarde (anos 1990 e 2000) filmes como “Toy Story”, “Monstros SA”, “Procurando Nemo”, “Cars” e vários outros desenhos de qualidade e enredo refinados, que conquistaram crianças e adultos no mundo inteiro.<br />
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Jobs voltou à Apple em 1997, após a empresa, então à beira da falência, ter comprado a NeXT. Ele foi trazido como consultor e conseguiu salvar a Apple com o sistema operacional Mac OS, que unia a estabilidade dos sistemas operacionais Unix à plataforma Macintosh.<br />
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Mas Jobs inovou não apenas com computadores e desenhos animados: desenvolveu um sistema, o iThunes, que permitiu aos consumidores escutarem músicas em aparelhos portáteis, entre eles o iPod, lançado em 2001 pela Apple. Em 2000, a Apple tinha valor de mercado de US$ 5 bilhões. Em 2009, o valor de mercado da corporação era de US$ 170 bilhões, de acordo com a revista <i>Fortune</i>.<br />
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Jobs era considerado arrogante na indústria. “Você é incrivelmente arrogante – você não sabe o que não sabe”, disse Andy Groove, ex-executivo-chefe da Intel, a Jobs durante um jantar em Palo Alto, no Vale do Silício, em 1983. A resposta de Jobs, contou Groove 25 anos depois: “Me ensine. Me diga o que eu preciso saber”. A entrevista de Groove foi dada ao jornalista Michael V. Copeland, da <i>Fortune</i>.<br />
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Em 2008, os problemas de saúde de Jobs, que aparentemente datavam de 2006, vieram à tona. O empresário visivelmente perdia peso e isso ficou claro quando dava suas populares palestras. Com os rumores persistentes sobre que doença o empresário sofria, Jobs publicou uma carta à comunidade da Apple em 5 de janeiro de 2009, explicando que pela primeira vez “em uma década” passava o feriado do Natal e Ano Novo junto à esposa e aos quatro filhos. Jobs disse que sofria de um descontrole hormonal, que roubava as proteínas do seu corpo. Especulações publicadas na imprensa dos EUA diziam que ele sofria um câncer de pâncreas e ficaria afastado da Apple durante meses.<br />
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Uma matéria do <i>Wall Street Journal</i> de 20 de junho esclareceu um pouco o episódio: segundo o jornal, Jobs sofreu um transplante de fígado no Tennessee em abril. Ele voltou ao trabalho em julho.<br />
No começo de novembro de 2009, a <i>Fortune</i>elegeu Steve Jobs o executivo-chefe (CEO) da década passada. A publicação destacou em seu site que Jobs desafiou “as piores condições econômicas desde a Grande Depressão e os seus próprios e sérios problemas de saúde”, e “reviveu a Apple”.”Nos últimos dez anos Jobs reordenou “radicalmente e de maneira lucrativa três mercados – o da música, o dos filmes e o dos telefones móveis – e o impacto em sua indústria original, de informática, apenas cresceu”, escreveu a revista.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/DcqwkdTvTzs?rel=0" width="420"></iframe><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwOveJsmMii39WwgjrbFaXbAPQUrXEOW4HcJnCYLWMW2jrsTssZiYCzjtDXazDB84ML0MkD_LSZAJe6PSjUzpLK7qC1JzCEiDtj8-Leu52XZ0UO3M51FV_pJMq2X1EDC5e6FRFioNo39E/s1600/personal_job.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="365" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwOveJsmMii39WwgjrbFaXbAPQUrXEOW4HcJnCYLWMW2jrsTssZiYCzjtDXazDB84ML0MkD_LSZAJe6PSjUzpLK7qC1JzCEiDtj8-Leu52XZ0UO3M51FV_pJMq2X1EDC5e6FRFioNo39E/s400/personal_job.jpg" width="400" /></a></div><br />
<i><b>AGÊNCIA ESTADO</b></i>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-29762293595167151762011-09-29T00:55:00.000-03:002011-09-29T00:55:42.296-03:00Lula em Paris: imprensa sabuja dá vexame<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2BYL8U4x8zp4WkDXk4rUrQw_J1SBuodSenR_n2IHEHW81Dt9-7SoTJSaOaSZz1w4Orp-TuA7_cZ6YZUn-eBGpjxTg9f6S7m4H9TBCvmngmoFuDpmtsI5nKYmRRVJF-mBRcqpoqSpkWSU/s1600/Lula+Sciences-+Po%252C.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2BYL8U4x8zp4WkDXk4rUrQw_J1SBuodSenR_n2IHEHW81Dt9-7SoTJSaOaSZz1w4Orp-TuA7_cZ6YZUn-eBGpjxTg9f6S7m4H9TBCvmngmoFuDpmtsI5nKYmRRVJF-mBRcqpoqSpkWSU/s320/Lula+Sciences-+Po%252C.jpg" width="320" /></a></div><br />
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Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?<br />
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Começa assim, acreditem, com esta pergunta indecorosa, a entrevista de Deborah Berlinck, correspondente de "O Globo" em Paris, com Richard Descoings, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po, que entregou o título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, na tarde desta terça-feira.<br />
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Resposta de Descoings:<br />
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"O antigo presidente merecia e, como universitário, era considerado um grande acadêmico (...) O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences- Po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente do diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade".<br />
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A entrevista completa de Berlinck com Descoings foi publicada no portal de "O Globo" às 22h56 do dia 22/9. Mas a história completa do vexame que a imprensa nativa sabuja deu estes dias, inconformada por Lula ter sido o primeiro latino-americano a receber este título, que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição, foi contada por um jornalista argentino, Martin Granovsky, no jornal Página 12.<br />
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Tomei emprestada de Mino Carta a expressão imprensa sabuja porque é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e mais importante título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as definições encontradas no Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.<br />
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Sob o título "Escravocratas contra Lula", Granovsky relata o que aconteceu durante uma exposição feita na véspera pelo diretor Richard Descoings para explicar as razões da iniciativa do Science- Po de entregar o título ao ex-presidente brasileiro.<br />
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"Naturalmente, para escutar Descoings, foram chamados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático (...). Um dos colegas perguntou se era o caso de se premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado(...).<br />
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"Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção", foi a pergunta seguinte. O professor sorriu e disse: "Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o julgamento da História este assunto e outros muito importantes, como a eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais" (...). Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente, não damos lições de moral a outros países.<br />
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"Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da ação afirmativa do Sciences Po. Descoings o observou com atenção, antes de responder. "As elites não são apenas escolares ou sociais, disse. "Os que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro-mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas".<br />
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No final do artigo, o jornalista argentino Martin Granovsky escreve para vergonha dos jornalistas brasileiros:<br />
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"Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados".<br />
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Desde que Lula passou o cargo de presidente da República para Dilma Rousseff há nove meses, a nossa grande imprensa tenta jogar um contra o outro e procura detonar a imagem do seu governo, que chegou ao final dos oito anos com índices de aprovação acima de 80%.<br />
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Como até agora não conseguiram uma coisa nem outra, tentam apagar Lula do mapa. O melhor exemplo foi dado hoje pelo maior jornal do país, a "Folha de S. Paulo", que não encontrou espaço na sua edição de 74 páginas para publicar uma mísera linha sobre o importante título outorgado a Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris.<br />
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Em compensação, encontrou espaço para publicar uma simpática foto de Marina Silva ao lado de Fernando Henrique Cardoso, em importante evento do instituto do mesmo nome, com este texto-legenda:<br />
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"AFAGOS - FHC e Marina em debate sobre Código Florestal no instituto do ex-presidente; o tucano creditou ao fascínio que Marina gera o fato de o auditório estar lotado".<br />
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Assim como decisões da Justiça, criterios editoriais não se discute, claro.<br />
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Enquanto isso, em Paris, segundo relato publicado no portal de "O Globo" pela correspondente Deborah Berlinck, às 16h37, ficamos sabendo que:<br />
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"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com festa no Instituto de Estudos Políticos de Paris - o Sciences- Po _, na França, para receber mais um título de doutor honoris causa, nesta terça-feira. Tratado como uma estrela desde sua entrada na instituição, ele foi cercado por estudantes e, aos gritos, foi saudado. Antes de chegar à sala de homenagem, em um corredor, Lula ouviu, dos franceses, a música de Geraldo Vandré, "para não dizer que eu não falei das flores.<br />
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"A sala do instituto onde ocorreu a cerimônia tinha capacidade para 500 pessoas, mas muitos estudantes ficaram do lado de fora. O diretor da universidade, Richard Descoings, abriu a cerimônia explicando que a escolha do ex-presidente tinha sido feita por unanimidade".<br />
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Em seu discurso de agradecimento, Lula disse:<br />
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"Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive".<br />
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Para certos brasileiros, certamente deve ser duro ouvir estas coisas. É melhor nem ficar sabendo.A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-17540975367957154982011-09-19T23:22:00.001-03:002011-09-19T23:23:35.606-03:00José Serra e o submundo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DLrJw3OUKpH7FZzEzmWCmM6dAePiUpY5Bt20W-BpO3QCvlTPPjgvrshYG8wa7gU9jB81zIUWURZYI3EZhq7w78bYsL2JnpWMfj6g8ZETb0-KOJKEYUup6vN2m8kWwFYpXb1aGnhIQZo/s1600/serra-300x211.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DLrJw3OUKpH7FZzEzmWCmM6dAePiUpY5Bt20W-BpO3QCvlTPPjgvrshYG8wa7gU9jB81zIUWURZYI3EZhq7w78bYsL2JnpWMfj6g8ZETb0-KOJKEYUup6vN2m8kWwFYpXb1aGnhIQZo/s320/serra-300x211.jpg" width="320" /></a></div><br />
Geraldo Alckmin (PSDB), foi rápido na decisão de mandar cancelar um contrato firmado sem licitação pelo antecessor, José Serra, com uma polêmica empresa de contraespionagem. Mas a agilidade- de Alckmin não aplacou a oposição, que quer o esclarecimento completo do caso. Foram gastos ao menos 2,6 milhões de reais nos últimos três anos com supostas detecções de “intrusões eletrônicas”, embora o serviço pudesse ser feito gratuitamente pela própria inteligência da polícia paulista, pela Polícia Federal ou por meio do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), a partir de denúncias de espionagem. Mas não foi comunicado crime nem pedido nesse sentido, segundo a Secretaria da Segurança Pública.<br />
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A Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) contratou a carioca Fence Consultoria, empresa do coronel da reserva Ênio Gomes Fontenelle, ex-chefe de Telecomunicações do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), em 2008. Alckmin mandou romper o contrato na quinta-feira 8, logo após vir à tona uma denúncia sobre o contrato, do deputado estadual Simão Pedro (PT). O parlamentar decidiu recorrer ao Ministério Público (MP) e tenta articular uma CPI na Assembleia Legislativa para que o caso seja investigado. São muitas as dúvidas legais sobre o contrato. Ele não conseguiu respostas sequer sobre os serviços que teriam sido executados pela empresa. <br />
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As ligações da Fence com Serra são antigas e notórias: a empresa atendeu o tucano pelo menos entre 1999 e 2002, quando ele foi ministro da Saúde, e acabou citada no caso Lunus, denúncia que tirou Roseana Sarney do páreo eleitoral, em 2002, atribuída pela família Sarney ao ex-governador de São Paulo. E se livrou de um indiciamento por comunicação de falso crime ao informar, em 2006, que ministros do Supremo Tribunal Federal estavam grampeados. Fontenelle disse que não comentará o caso, e reclamou: “O contrato já está rescindido e eu fui o prejudicado”. <br />
<br />
A Prodesp também é lacônica em sua justificativa sobre o caso. Sobre os serviços que realmente teriam sido realizados e mesmo acerca dos supostos prejuízos com a interrupção do contrato de maneira abrupta, a companhia limitou-se a repetir os argumentos do contrato: “Tinha como objeto a prestação de serviços técnicos especializados em segurança de comunicações, envolvendo linhas telefônicas em ambientes internos e externos, visando à detecção de intrusões eletrônicas nas instalações da Prodesp”. •<br />
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CartaCapitalA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-23183957472841945542011-09-18T11:35:00.001-03:002011-09-18T11:36:36.162-03:00Dilma Rousseff é capa da revista 'Newsweek'A presidente Dilma Rousseff é capa da próxima edição da revista 'Newsweek' internacional e da edição nacional americana. É a primeira vez que há destaque em mais edições da publicação para uma capa sobre o Brasil. A revista deve chegar às bancas nesta semana.<br />
<div class="bb-md-noticia-extras"><div class="bb-md-noticia-foto"><div><img alt="Chamada de 'Dilma dinamite', presidente estampa capa da prestigiada revista norte-americana - Reprodução/Newsweek" height="235" src="http://www.estadao.com.br/fotos/Dilma_Newsweek_288.jpg" title="Chamada de 'Dilma dinamite', presidente estampa capa da prestigiada revista norte-americana - Reprodução/Newsweek" width="320" /></div><div class="bb-md-noticia-foto-bajada"><br />
</div><div class="bb-md-noticia-foto-bajada">Chamada de 'Dilma dinamite', presidente estampa capa da prestigiada revista norte-americana</div></div></div>Com o título 'Don't mess with Dilma' (em tradução literal 'Não mexa com a Dilma'), a reportagem principal aborda o governo, a história política e também a vida pessoal da presidente.<br />
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A revista cita detalhadamente o crescimento econômico do Brasil e a participação de Dilma nesse processo de mudanças, iniciado com a gestão Lula. O assunto é endossado pela frase do presidente dos EUA, Barack Obama, quando esteve no Rio de Janeiro em março deste ano, dizendo que o Brasil era o país do futuro. Dilma será a<b> </b><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-viaja-a-nova-york-para-assembleia-geral-da-onu,773901,0.htm"><b>primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral da ONU</b></a><b>,</b> fato descrito como positivo e influente. <br />
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Na matéria, a presidente afirma saber do potencial brasileiro e pergunta ao repórter da 'Newsweek' se ele sabe qual é a diferença entre o Brasil e o resto do mundo. A própria Dilma responde dizendo que, em nosso País, os instrumentos de controle políticos existentes são fortes o bastante para combater um crescimento mais lento ou até a estagnação da economia mundial - diferente de outros países. Segundo Dilma, o Brasil pode cortar as taxas de juros porque fez um empréstimo cauteloso e tem um Banco Central rígido.<br />
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Na entrevista, Dilma confessa que, quando criança, queria ser bailarina ou bombeira. Para ela, uma menina querer ser presidente é um sinal de progresso. Dima também fala sobre sua passagem pela prisão, época em que fazia parte de um grupo revolucionário político, e que, por conta disso, aprendeu a ter esperança e paciência.<br />
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A presidente Dilma Rousseff vai receber o prêmio Woodrow Wilson Public Service Award, na próxima terça-feira, 20, em jantar no Hotel Pierre, em Nova York. A premiação também já foi concedida a Lula, em 2009.A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-7188026401218850472011-08-31T23:29:00.001-03:002011-08-31T23:30:22.361-03:00Steve Jobs um gênio do mundo digital<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj85dYrtFzr95k9ULSBVINbD8dsH7BtdsmCwPi_eQdCwtdot4fLXwOm8b8Wb5-w30BFuX6cVUjR5UKD2VwJQBjNMCTF9wEgQkqXgfkdPpXTcI6H-Oax-UdcgcBO3KaKBRqpLTelsndVBq4/s1600/167891_Papel-de-Parede-Apple-Steve-Jobs_1600x1200.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj85dYrtFzr95k9ULSBVINbD8dsH7BtdsmCwPi_eQdCwtdot4fLXwOm8b8Wb5-w30BFuX6cVUjR5UKD2VwJQBjNMCTF9wEgQkqXgfkdPpXTcI6H-Oax-UdcgcBO3KaKBRqpLTelsndVBq4/s320/167891_Papel-de-Parede-Apple-Steve-Jobs_1600x1200.jpg" /></a></div><br />
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Steve Jobs revolucionou mais a eletrônica digital do que qualquer outro líder setorial na segunda metade do século 20 e começo do século 21. Sua contribuição talvez seja ainda maior do que aquela dada por Henry Ford, um século antes, à indústria automobilística e mecânica em geral.<br />
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Na semana passada, Jobs deixou o comando da Apple, por problemas de saúde. Para muitos analistas, ele recriou o Vale do Silício à sua imagem e semelhança. A marca essencial de seu trabalho se apoia na criatividade. A empresa que fundou, aos 21 anos de idade, em companhia de Steve Wozniak, num fundo de quintal em 1976, se transformou em agosto de 2011 na corporação de maior valor do mundo.<br />
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Filho adotivo de Paul Jobs, um operador de máquinas, e de Clara Jobs, uma contabilista, de Mount View, na Califórnia, Steve Jobs nasceu em Los Altos, no Vale do Silício, em 24 de fevereiro de 1955.<br />
<br />
Terminou o curso colegial em 1972 e chegou a matricular-se numa universidade, o Reed College, de Portland, em Oregon, focada essencialmente em humanidades, cultura geral e artes, famosa por seu rigor acadêmico. Ali experimenta drogas, até LSD, frequenta um templo Hare Krishna e vende garrafas vazias de refrigerantes para comprar comida. Mas Steve abandonou a faculdade depois de apenas um semestre. Foi em 1974 trabalhar na Atari, em Sunnyvale, no Vale do Silício, de onde sai logo para uma viagem à Índia, onde vive algum tempo numa comunidade rural e converte-se ao budismo, que adotou como filosofia de vida, embora se confesse ateu.<br />
<br />
Apple I e Apple II. Ao retornar da Índia, em 1975, associa-se ao Homebrew Computer Club, que tinha como presidente Steve Wozniak, do qual se tornara amigo quatro anos antes. Ambos se reúnem para trabalhar no projeto de uma placa lógica de computador, de que resultou o Apple I em 1976.<br />
<br />
Wozniak foi, na realidade, o pai do protótipo do primeiro computador pessoal, do qual foram fabricados apenas 500 exemplares e não teve nenhum sucesso comercial. O Apple I já era bem mais do que uma placa de circuitos integrados (a placa lógica), mas não chegava a ser um computador completo, como o conhecemos hoje. Rodava com um sistema operacional Basic, pouco confiável, e não tinha monitor. Mas impressionou engenheiros da HP, quando a dupla Jobs e Wozniak demonstrou seu funcionamento. Por sorte de ambos, a HP decidiu não fabricar o Apple I, como pretendia a dupla.<br />
<br />
Para reunir o capital e fundar sua própria empresa, Jobs e Wozniak vendem uma velha Kombi e a calculadora HP 65. Nasce, então, a Apple no final de 1976, quando começam a trabalhar no Apple II, que dará o grande salto não apenas na vida de Steve Jobs, como na da empresa. Com os recursos da venda de 500 computadores Apple I, Wozniak começa a trabalhar no projeto do Apple II - que não será um simples aperfeiçoamento do primeiro, mas um conceito totalmente novo e mais avançado.<br />
<br />
A empresa, consolidada em 1977, lança, então o Apple II. O sucesso da nova máquina supera o de todos os concorrentes, Amiga, Commodore, TRS-80 e outros. Milhões de pessoas no mundo descobriram o computador pessoal, usando essa máquina. A empresa passa, então, a crescer rapidamente e faz sua oferta pública de ações em 1980 atraindo só no primeiro dia a impressionante quantia de US$ 1,2 bilhão. Com apenas 25 anos, Jobs já acumula uma fortuna de US$ 239 milhões.<br />
<br />
É bom relembrar que um terceiro modelo do Apple, denominado Apple III, foi um fracasso. Ainda bem a que a empresa não abandonou o Apple II.<br />
<br />
Em 1981, Steve Jobs assume o cargo de presidente (chairman) da Apple. Em agosto desse mesmo ano, a IBM, embora tenha ridicularizado a ideia de computadores pessoais, lança o primeiro PC.<br />
<br />
Lisa decepciona. Steve Jobs lançou com grande entusiasmo um computador ambicioso, o Lisa, em 1983. Durante a apresentação do novo computador, tudo parecia mais avançado. Com mouse e interface gráfica com ícones, o Lisa foi, na verdade, o precursor do Mac. Mas não fez o menor sucesso, até porque seu preço era muito elevado, na faixa de US$ 11 mil.<br />
<br />
Nesse mesmo ano, Steve Jobs contrata um executivo famoso da Pepsi Cola, John Sculey, para CEO da Apple.<br />
<br />
Macintosh, a revolução. Lançado em 24 de janeiro de 1984, se transformou logo no microcomputador mais revolucionário do mundo, com os ícones tão atraentes de sua interface gráfica e o mouse. Depois dele, a microinformática não foi mais a mesma, em todo o mundo. O grande diferencial do Macintosh resume-se em cinco qualidades essenciais: 1) facilidade de uso (user friendly); 2) estabilidade; 3) maior capacidade de processamento; 4) extraordinária flexibilidade no processamento de imagens e 5) abundância de software para multimídia e aplicações educacionais. Muitos usuários, a princípio, não sentiram muito entusiasmo pelo Mac, pois ele parecia ser apenas uma versão miniaturizada do Lisa. Mas logo mudaram de atitude, diante da contagiante vibração e das informações de Steve Jobs, mostrando que o Mac faria tudo que o Lisa fazia, por menos de um terço de seu preço, graças a três inovações ousadas.<br />
<br />
Uma delas era o sistema operacional mais amigável criado até então, baseado em interface gráfica de usuário (Graphic User Interface - GUI), com a simplicidade e a clareza dos ícones. Em segundo lugar, o poder de fogo do primeiro microprocessador de 32 bits para computadores pessoais, o chip Motorola 68000. Por fim, a novidade de maior impacto: o mouse, ou ratinho, recurso incorporado definitivamente nos anos seguintes como peça essencial do computador pessoal.<br />
<br />
Curiosamente, nenhuma dessas três inovações havia sido criada pela Apple. Além do chip da Motorola, o Mac utilizava o mouse e a interface gráfica de usuário, recursos que haviam sido desenvolvidos no famoso Centro de Pesquisas da Xerox, em Palo Alto, o Xerox Parc (Palo Alto Research Center).<br />
<br />
A trajetória do Macintosh nos últimos 27 anos mostra, acima de tudo, ousadia nas inovações, embora a Apple enfrentando momentos de crise. Mas nenhuma outra linha de computadores pessoais poderia hoje retratar de forma tão completa e precisa a evolução da informática em todo o mundo nas últimas duas décadas. Assim, quando comparamos o primeiro Mac com o modelo G5, lançado em 2003, vemos que a memória de acesso aleatório (Randomic Access Memory - RAM) deu um salto de mais de mil vezes, passando de 256 quilobytes (KB) para 256 megabytes (MB), com a possibilidade de expansão até 8 gigabytes (GB).<br />
<br />
Nos modelos sucessores do primeiro Mac, como o Macintosh II, a Apple anunciava com orgulho a elevação da memória RAM do Mac para 512 KB. E, em 1986, a possibilidade de expansão da memória passa para até 4 MB. O clock salta de 8 MHz no primeiro Mac para 16 MHz em 1986.<br />
<br />
Além do avanço representado pelo mouse e pelo sistema operacional amigável, o primeiro Mac inovava também na época com o uso de disquetes de 3,5 polegadas, com 400 KB. Com os novos chips Motorola 68030, em 1989 e 1990, o Mac SE/30 se torna o primeiro computador pessoal a oferecer um slot de expansão e disco rígido interno.<br />
<br />
Mas a primeira tentativa da Apple de lançar um computador portátil, com o Mac Luggable, por volta de 1990, foi um fracasso total. Ele pesava quase oito quilos e ainda usava os chips 68000, de 8 MHz. Mas em 1991 surgiu a série vitoriosa de portáteis, os Mac 170, com tela monocromática de cristal líquido e já com a designação geral de Powerbooks.<br />
<br />
Jobs deixa a Apple. A primeira vez em que Steve Jobs pediu demissão da Apple foi em 1985, numa queda de braço com Sculley, que assume a presidência da empresa. Logo em seguida, Jobs lança a empresa NeXT, baseada em Redwood, na tentativa de criar um microcomputador ainda mais sofisticado do que o Macintosh e que pudesse revolucionar a pesquisa e a educação superior.<br />
<br />
Em 1986, Steve Jobs compra a Pixar Animation Studios por US$ 10 milhões do diretor de cinema George Lucas. Dois anos depois, lança o computador NeXT, um cubo preto de 30 centímetros de altura, que custa US$ 10 mil. No ano seguinte, Steve Wozniak também deixa a Apple, embora mantenha até hoje seu vínculo como empregado e receba um salário mensal. Em 1991, Steve Jobs se casa com Laurene Powell, que ele havia conhecido em 1989, quando ela fazia um curso de pós-graduação na Universidade de Stanford.<br />
<br />
Toy Story, um sucesso. Em 1995, Jobs lança Toy Story, o primeiro filme da Pixar, distribuído pela Disney, que se torna um imenso sucesso desde o primeiro dia de exibição. Sua fortuna passa, então, de US$ 1 bilhão, com a oferta pública de ações da Pixar.<br />
<br />
A volta à Apple. Na metade da década de 1990, a situação econômica da Apple é preocupante. A empresa está sem perspectivas no mercado e corre o risco de entrar em decadência. Sua decisão estratégica e salvadora em 1996 é comprar a NeXT por US$ 400 milhões e recontratar Steve Jobs, como conselheiro.<br />
<br />
O então presidente da Apple, Gil Amelio, executivo famoso, ex-presidente da National Semiconductors, é demitido da Apple e Steve Jobs assume o cargo de presidente executivo (CEO) interino, em 1997.<br />
<br />
Do iMac ao iPod. Em 1998, a Apple lança o iMac, o computador de venda mais rápida da história. Em 2000, Jobs assume o cargo de presidente permanente da Apple.O lançamento do iPod em 2001 marca o início de uma revolução na indústria da música digital. Embora já existissem diversos modelos de dispositivos tocadores de música digital, o iPod começa a dominar o mercado em menos de um ano, passando a vender mais do que todos os concorrentes juntos.Até um novo modo de comercializar a música na internet e de combater a pirataria foi criado pela Apple, com o lançamento do software de download chamado iTune Music Store, que passou a vender faixas de CDs isoladamente, a US$ 0,99 cada uma.<br />
<br />
A saúde abalada. Num e-mail enviado aos empregados da Apple em 2004, Steve Jobs diz que vai ser submetido a uma cirurgia para tratar de um câncer raro, no pâncreas.<br />
<br />
Em 2006, Steve Jobs vende a Pixar para a Disney Studios por US$ 7,4 bilhões, trocando ações. Com isso, torna-se o maior acionista da Disney e passa a integrar o conselho dessa empresa, uma das seis maiores de Hollywood.<br />
<br />
A explosão do iPhone. Em 2007, o maior lançamento da Apple, até então. A empresa decide entrar no mercado de telefonia celular com o iPhone. Sem teclado, com apenas uma tela sensível ao toque e ícones, o celular se transforma no smartphone de maior sucesso em todo o mundo. Nos últimos quatro anos, a Apple lançou quatro novos modelos do iPhone. Em outubro, deverá chegar o iPhone 5, com o máximo de novidades.<br />
<br />
O sucesso do iPhone supera o de todos os demais produtos da Apple. Seu computador Apple II levou quase 15 anos para vender 20 milhões de exemplares, o iPhone 4 vendeu esse mesmo número nos últimos 12 meses.<br />
<br />
A saúde de Steve Jobs se agrava em 2009, levando-o a afastar-se por seis meses da Apple, para fazer um transplante de fígado.<br />
<br />
O impacto do iPad. Em janeiro de 2010, a Apple revoluciona mais uma vez o mercado de dispositivos móveis, com o lançamento do tablete mais inovador, o iPad. Sua tela de toque, com excelente imagem, consolida a própria ideia de um aparelho capaz de integrar tudo: internet, música, celular, banda larga, livros, jornais e revistas. O sucesso é tão rápido que a Apple se apressa em lançar a segunda geração desse tablet, o iPad 2.<br />
<br />
Carta de despedida. No dia 24 de agosto de 2011, Steve Jobs encaminha sua carta de renúncia e despedida da Apple, indicador como seu sucessor, como presidente executivo, Tim Cook.<br />
<br />
Eis a carta de Steve Jobs:<br />
<br />
"Aos diretores e à comunidade da Apple: Eu sempre disse que se chegasse o dia em que eu não pudesse mais dar conta de minhas obrigações e expectativas como presidente executivo da Apple eu seria o primeiro a dar conhecimento disso a vocês.<br />
<br />
Infelizmente, esse dia chegou. Por meio desta carta, eu renuncio ao cargo de presidente executivo da Apple. Eu gostaria de servir, se a diretoria assim concordar, como presidente do conselho, diretor e empregado da Apple.<br />
<br />
Tão logo meu sucessor chegue, eu recomendo que seja executado o plano de sucessão e nomeie Tim Cook como CEO da Apple.<br />
<br />
Acredito que os dias mais brilhantes e inovadores da Apple estão por vir. Espero ver e contribuir para seu sucesso numa nova função.<br />
<br />
Fiz na Apple alguns dos melhores amigos de minha vida, e agradeço a todos pelos muitos anos que pude trabalhar junto com vocês. "<br />
<br />
Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo<br />
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A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-20129523997955900392011-06-09T23:31:00.007-03:002011-06-10T00:04:47.645-03:00Plágio no embalo de Eduardo & MônicaDizer que o vídeo online da Vivo baseado na ‘música-saga’ Eduardo & Mônica é um dos mais vistos do mundo – com 1,5 milhão de acessos no portal YouTube em apena um dia – atraiu cobiça. Com o vasto mundo da internet à disposição, alguém rapidamente localizou ação bem similar. E, para desgraça da operadora espanhola Vivo e da sua agência de propaganda, a Africa do Grupo ABC, a aplicação anterior tem roteiro idêntico.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/gJkThB_pxpw?rel=0" width="480"></iframe><br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/Q__bDu-B9N4?rel=0" width="480"></iframe><br />
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A canção consagrada pela banda Legião Urbana na década de 80 foi usada pela operadora de telefonia ATL (Algar Telecom Leste) para vender o telefone celular. A empresa, que atendia no Rio de Janeiro e Espírito Santo foi comprada há seis anos foi pela operadora Claro. O filme, segundo apurações do site de propaganda Propmark, foi criado em 2002 pela então agência Salles D’Arcy, que hoje não existe mais. No filme há cenas de uma casal interagindo em festas e ambientes públicos.<br />
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Verdade seja dita, seria injusto comparar em beleza estética o comercial da ATL com o da Vivo produzido pela O2 Filmes. São parecidos. Não há discussão. Mas na versão atual há um convidativo clima à celebração do Dia dos Namorados e, lógico, da eterna busca do amor romântico e duradouro. Una sina da humanidade. A associação com a marca se dá pela assinatura: “O amor nos conecta. A conexão transforma”. Boa sacada. Menos óbvia. Mais elegante.<br />
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Como habitual nessas situações de insinuação de plágio, o co-presidente da Africa, Sergio Gordilho, alegou que se trata de “pura coincidência” o uso da mesma música na mesma categoria de serviços. Mas, pode soar como negligência da agência não ter feito uma mera busca na web.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwcJ4Ep43dVlXmB8VaButmkS0Jk8AeebPlniihlHBUEeJFRf-p4LFGmGGgBffps0T-VVGkEK9FSYV39vNAYxW06ImnGnVjDcbCQfA5gxV4HddWc1PU2qpXmN3xLJEMEtrzHcwXJiMgDFg/s1600/size_590_Eduardo-M%25C3%25B4nica-vivo3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwcJ4Ep43dVlXmB8VaButmkS0Jk8AeebPlniihlHBUEeJFRf-p4LFGmGGgBffps0T-VVGkEK9FSYV39vNAYxW06ImnGnVjDcbCQfA5gxV4HddWc1PU2qpXmN3xLJEMEtrzHcwXJiMgDFg/s400/size_590_Eduardo-M%25C3%25B4nica-vivo3.jpg" width="400" /></a></div><br />
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É verdade que há mais quase uma centena de versões da música. A utilizada no filme da Africa é a música na íntegra na voz de Renato Russo. No ATL, parece uma interpretação de uma voz feminina.<br />
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Como a comunicação das empresas com seus consumidores envereda cada vez mais pela era do entretenimento, a versão turbinada aprovada pela Vivo não merece o fogo do inferno pela “semelhança” com a da ATL. Porém. E há sempre um porém, fica o alerta: Publicitários não resistam. Os tempos mudaram. Hoje, nada escapa. Então, pesquisem mais. A aposta na sorte pode resultar em saia justa chata de justificar.<br />
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ATUALIZAÇÃO: Acabei de receber a seguinte informação: o diretor de arte Humberto Fernandez, que hoje trabalha na agência Africa, trabalhava na agência Sally’s Darcy em 2002, quando o filme da ATL foi feito. Fato que se confirma na ficha do LINKEDin.<br />
Pode ser “pura coincidência”. Mas, fica o registro.<br />
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Marili Ribeiro - EstadãoA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-37149733590190196462011-06-08T21:47:00.007-03:002011-06-08T21:58:18.403-03:00A banda que cabe numa penteadeira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjbkPim3iPousk7z1vxLNazX7Q_DBVHxP4Yo0xHJCgr8luOVWs13BSz0xqjbeXE17YNRixVHud8QhDDgLK2sDrKQIoREbRnFhfIaJRRiu4rYgqviq9DiNOmvHG-kpSE02mx1xq7slm26E/s1600/a+banda+mais+bonita+da+cidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjbkPim3iPousk7z1vxLNazX7Q_DBVHxP4Yo0xHJCgr8luOVWs13BSz0xqjbeXE17YNRixVHud8QhDDgLK2sDrKQIoREbRnFhfIaJRRiu4rYgqviq9DiNOmvHG-kpSE02mx1xq7slm26E/s400/a+banda+mais+bonita+da+cidade.jpg" width="400" /></a></div><br />
Se você, leitor, ainda não conhece A Banda Mais Bonita da Cidade, aproveite a oportunidade e pare de ler este texto. A ignorância pode ser uma benção. Acredite em mim, e não precisa agradecer.<br />
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O bando de músicos universitários se tornou um fenômeno na internet com o clipe Oração, uma música interminável que repete uns versinhos miseráveis até um estágio próximo da lobotomia.<br />
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Quer morrer de tédio? Assista:<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/QW0i1U4u0KE?rel=0" width="480"></iframe><br />
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Primeiro, pensei se tratar de um experimento de hipnose. Mas não. Os caras são chatos mesmo. Sorriem o tempo todo, com aquela cara típica de panacas bem intencionados. Essa juventude está perdida.<br />
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Como pode alguém achar que “(no meu coração) cabe uma penteadeira” é poesia? Uma penteadeira! Por que não um sofá, um criado-mudo, uma espiga de milho? Afinal, no coração da rapaziada “cabe o que não cabe na despensa”.<br />
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Nem Caetano Veloso ou Djavan conseguiriam atingir tal requinte de sonolência poética. Talvez o Marcelo Camelo, para não ser injusto.<br />
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O fato é que dificilmente veremos outra demonstração de vazio artístico como essa. O MEC já deve estar imprimindo algum livro escolar usando essa letra como exemplo de preconceito linguístico.<br />
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Não por acaso, o CQC QCAcha Rafinha Bastos gravou uma versão própria, muito superior à original no quesito insuportabilidade (como diria o filólogo Tite, do Corinthians). O cara realmente é insuperável em sua missão de provar que cretinice não tem limite.<br />
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Quer realmente morrer de tédio? Assista:<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/cpvy0YVlOmE?rel=0" width="480"></iframe><br />
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Tudo isso no curto espaço de uma semana. O ócio é uma praga social, pelo visto. Ô gente desocupada! Eu mandava esse povo carpir uma roça.<br />
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Mas ajoelhou, tem que rezar. A sabedoria popular também ocupa seu espaço na internet. Rapidamente, veio a resposta, definitiva, colocando cada pateta em seu devido lugar:<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/lCSojDVX_SE?rel=0" width="480"></iframe><br />
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Neste blog também cabe uma oração, pra salvar essa geração. Cantar é mais difícil que se pensa. Por essa canção eu pago até uma recompensa. Acabem com essa dor. Acabem com essa música inteira. Guarde-a na penteadeira. Faça-me o favor.<br />
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O ProvadorA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-75301791170709571482011-06-08T21:14:00.002-03:002011-06-08T21:25:00.097-03:0010 curiosidades sobre as origens do Firefox<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitSH_Fza7MfLI4k-hCngc1hO2anCNI8_nIW4BGJsY8ydFptOO_TWw6WK9cI_-lmYh3WMJl89_pG15RCUCicPTlI4DgWFUobhzV1neidf1ntMr7YoE-T5_BkGQnCbx6Hzu8_05KkUpTQYk/s1600/firefox.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitSH_Fza7MfLI4k-hCngc1hO2anCNI8_nIW4BGJsY8ydFptOO_TWw6WK9cI_-lmYh3WMJl89_pG15RCUCicPTlI4DgWFUobhzV1neidf1ntMr7YoE-T5_BkGQnCbx6Hzu8_05KkUpTQYk/s320/firefox.jpg" width="320" /></a></div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><br />
</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;">Segundo navegador mais usado do mundo, o Firefox percorreu umas trajetória cheia de reviravoltas e humor. Os desenvolvedores do browser não são criativos apenas na hora de criar recursos e caçar bugs. Há brincadeiras e histórias engraçadas em tudo que envolve o programa. Reuni dez delas aqui. Dá uma olhada! </div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>1 -</strong> O navegador Mozilla era a versão de código aberto do Netscape, disso você sabe. Mas sabia que a sede da empresa que criou o browser pioneiro ficava em Mountain View, na California, mesma cidade do atual do quartel-general do Google?</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=8274184006591542384&postID=7530179117070957148" name="more" style="color: #111111; text-decoration: none;"></a></div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=8274184006591542384&postID=7530179117070957148" name="more" style="color: #111111; text-decoration: none;"></a></span><br />
<div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>2 –</strong> Ao instalar o primeiro Mozilla, lançado em 2002, o usuário não ganhava só um navegador. O pacote vinha também com cliente de e-mail, um leitor de notícias e um editor simples de HTML. Quem tem saudades dessa suíte, ainda pode usá-la, graças ao projeto <a href="http://info.abril.com.br/reviews/software/internet/browser-seamonkey-completa-o-f.shtml" style="color: #111111; text-decoration: none;" target="_blank">SeaMonkey</a></div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>3-</strong> O primeiro nome do Firefox foi Phoenix, mas uma empresa chamada Phoenix Technologies já havia registrado a marca comercialmente e impediu que a Fundação Mozilla continuasse a usar o nome.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>4 –</strong> O segundo nome do Firefox foi Firebird, ainda seguindo a ideia representar uma versão renascida do Netscape. O nome, porém, logo foi abortado graças à pressão da comunidade do software livre. Motivo: já havia um projeto aberto de gerenciador banco de dados com o mesmo nome.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>5 –</strong> Após tantas indas e vindas, a escolha do nome Firefox foi definida pela ausência de empresas de tecnologia que usassem a marca… mas… a pesquisa inicial foi feita apenas nos Estados Unidos. No Reino Unido, a Charlton Company software, já usava a marca Firefox. Desta vez, porém, foi feito um acordo e a Mozilla finalmente conseguiu batizar seu browser de forma definitiva.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>6 –</strong> Dos tempos do Netscape até hoje, os programadores da Fundação Mozilla mantêm a tradição de incluir frases secretas dentro dos navegadores. No Firefox 2.0, por exemplo, quem digitasse <strong>about:mozilla</strong> na barra de endereço veria uma página com o provérbio: “E assim, finalmente a besta caiu e os incrédulos regozijaram-se. Mas nem tudo estava perdido, pois das cinzas subiu um grande pássaro. O pássaro olhou para os incrédulos e lançou fogo e trovões sobre eles. A besta renasceu com a sua força renovada, e os seguidores de Mamon encolheram, horrorizados”.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>7 –</strong> A navegação por abas, primeiro e maior diferencial do Firefox frente à concorrência, estreou apenas na versão 2.0 do navegador, lançada em 24 de outubro de 2006, ou seja, quase dois anos após a estreia oficial.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>8 –</strong> Desde os tempos do Phoenix, os programadores da Fundação Mozilla esbanjam criatividade na hora de escolher os codinomes das versões beta do navegador, já usaram: Pescadero, Santa Cruz, Lucia, Oceano, Naples, Glendale, Indio, Royal Oak, One Tree Hill, Deer Park, Bon Echo, Gran Paradiso, Shiretoko, Namoroka, Lorentz e Tumucumaque.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>9 –</strong> No início, o Firefox usava um tipo próprio de licença, a Mozilla Public License (MPL). Por pressão da Free Software Foundation, a Fundação Mozilla passou a usar também a GPL (GNU General Public License), mais aberta e sem limitações de uso do código.</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><strong>10 –</strong> Vale sempre lembrar que o nome Firefox é uma referência a uma espécie de urso e não de raposa. Em português, ele é chamado de Panda Vermelho. Melhor que escrever é mostrar a simpática figura:</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-mhYfvmXBmqQ6BbrLS8MFF4hxzo_1jKz5LK6m8MNcgm7DkbnviIIrG3DykENqDiRc4-rSgzdrTUESg9HRaBbA4tzv2pZB8EIt7m9c4qbD-EiweU6j3s5Isvdwy850YZ58YYlR5YUbvI8/s1600/panda3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-mhYfvmXBmqQ6BbrLS8MFF4hxzo_1jKz5LK6m8MNcgm7DkbnviIIrG3DykENqDiRc4-rSgzdrTUESg9HRaBbA4tzv2pZB8EIt7m9c4qbD-EiweU6j3s5Isvdwy850YZ58YYlR5YUbvI8/s400/panda3.jpg" width="281" /></a></div><br />
</div><div style="border-collapse: collapse; color: #222222; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 19px; margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><div style="font-size: 12px;"></div><div class="field field-type-userreference field-field-comentarista-blog"><div class="field-items"><div class="field-item odd"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="comentarista-post" style="font-size: medium; font-weight: bold;">FabioREM</span></div></div></div></div><div style="margin-bottom: 0.9em; margin-top: 0.5em;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><strong><span style="font-size: small;">Da Info</span></strong></div></div><br />
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</div><div style="font-size: 12px;"> <span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; border-collapse: separate; color: black; font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 24px;"><b>NOTA</b>: Apesar do nome, o logotipo do Firefox não representa um panda-vermelho.</span></div><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; border-collapse: separate; color: black; font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: normal;"><div style="font-size: 16px; font-weight: normal; line-height: 1.5; margin-bottom: 1em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><a href="http://www.hicksdesign.co.uk/journal/branding-firefox" style="color: #003399;">Segundo o autor</a>, o animal não passa o conceito apropriado, além de não ser conhecido. (Mozilla Community Website)</div></span><div class="field field-type-userreference field-field-comentarista-blog"><div class="field-items"><div class="field-item odd"><div style="font-size: 12px;"><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><b><br />
</b></span></div></div></div></div>A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-64511212872353875772011-05-03T21:57:00.000-03:002011-05-03T21:57:26.030-03:00Sem fim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh5ydudV9vkz30Yc9fI6b4l-d6hYnLu10ULme5jaexVv_5QRYaRTGHcJ8BIwsgVJXP35vCwBgxBoFX88OvcZhX9FWxYC2kzOJTqFswYxNBt5XivtV5H4hgX7XB4H3a5pNy02z8B6TFvos/s1600/osama-bin-laden.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh5ydudV9vkz30Yc9fI6b4l-d6hYnLu10ULme5jaexVv_5QRYaRTGHcJ8BIwsgVJXP35vCwBgxBoFX88OvcZhX9FWxYC2kzOJTqFswYxNBt5XivtV5H4hgX7XB4H3a5pNy02z8B6TFvos/s400/osama-bin-laden.jpg" width="400" /></a></div><br />
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Fim de semana perfeito para a civilização ocidental: no sábado, bombardeio à casa de Gaddafi, com presumida e previsível morte de um filho seu e de netos pequenos; no domingo, ataque à casa de Osama Bin Laden, matando-o e a pelo menos uma mulher e um homem não identificados de imediato.<br />
Grandes feitos, mas sem resposta alguma para os impasses e os conflitos em causa. O mistério da morte deixa de estar nos mortos e assume, nos dois casos, a forma de indagações voltadas para o futuro dos vivos e de mais temores no seu presente.<br />
O êxito festejado na morte de Bin Laden foi pela morte em si mesma. Não buscou outro sentido senão o da vingança, não propriamente cristã, pela monstruosidade do maior de seus crimes.<br />
A caçada a Bin Laden estava ciente de que o comando efetivo da Al Qaeda passara a outras cabeças. Em especial à do médico egípcio Al Zawahiri -como lembrou, poucas horas depois da morte de Bin Laden, o embaixador do Brasil no Paquistão, Alfredo Leoni, portador de informações próprias dessas representações oficiais no caldeirão paquistanês. Não era mais ao chefe da Al Qaeda que a caçada buscava, era a Bin Laden em pessoa. Aí, o êxito.<br />
Festejo peculiar: recheado de alertas transmitidos pelo mundo afora, ordens de redobrada vigilância, de prontidões e de acessos fechados, mais tensão e medo.<br />
As esperadas retaliações recairão onde, quando e como? Que modalidade tendem a adotar? E o que ainda pode ser feito para preveni-las? Afinal, a morte de Bin Laden vai servir, ou não, de estímulo a adesões jovens à Al Qaeda, a mais terrorismo? E, o que talvez seja uma interrogação mais pertinente do que aparenta: o que levara Bin Laden a estar, supõe-se que escondido, em meio a um centro militar das Forças Armadas do Paquistão?<br />
As perguntas se multiplicam e as respostas não se oferecem, porque não é ainda o seu tempo. De um modo ou de outro, a maioria de nós vai pagar a espera com mais restrições e constrangimentos, quase sempre produtos de pouca inteligência e muita prepotência. Mais cedo ou mais tarde, tinha de acontecer.<br />
Muitos comentários à morte de Bin Laden consideram encerrar-se nesse fato uma etapa da história internacional. O mais provável é que o encerramento se dê quando haja respostas para as perguntas que ganharam força ou apareceram nos escombros inertes em uma casa na insuposta Abbottabad. Até lá, é a continuidade sem fim perceptível.<br />
Bin Laden e Gaddafi mostraram traços em comum. É natural que deles, em vida ou em morte, se projetem semelhanças nas perguntas que lançam. Gaddafi não está sob ataque por vingança. Antes seria por hipocrisia e ingratidão de muitos dos que até poucos meses o visitavam como amigos ou associados. E com ele negociavam petróleo, gás e, claro, as armas para a Líbia. Bilhões de euros iluminados por orgias italianas, turismo à francesa, cortesias inglesas, além de se prestarem a reservas para as incertezas da existência.<br />
O ataque à morada familiar e suas consequências cegas não são fatos que Gaddafi e seus fiéis, como são vistos, deixem passar sem represália. Qual, onde, contra qual dos atacantes? Não é menos obscuro o efeito que o episódio tenha no confronto líbio, já um atoleiro em que os governantes da Otan enfiaram as botas sem saber, agora, como tirá-las.<br />
Para que não falte uma resposta: o mundo está melhor? Não há quem saiba.<br />
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JÂNIO DE FREITAS - Folha de S.Paulo 03/05/2011A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-54075266439654490082011-04-07T23:14:00.000-03:002011-04-07T23:14:42.455-03:00Aécio Neves demonstra não ter os atributos do bom orador<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQiH6jvFNuOENTeT9ljgMLyDB6zHlQwtZuxnhjUGpicu5RfJQT6Y3gQelv79aZQt5rf5MfqZXK9wKaa1x5PL9EY7AZ2LMklk3s0m01SWa3tvnPe7j09r95DrP4zvdOrxTFzNV1UwEoT6g/s1600/Aecio+Devassa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQiH6jvFNuOENTeT9ljgMLyDB6zHlQwtZuxnhjUGpicu5RfJQT6Y3gQelv79aZQt5rf5MfqZXK9wKaa1x5PL9EY7AZ2LMklk3s0m01SWa3tvnPe7j09r95DrP4zvdOrxTFzNV1UwEoT6g/s400/Aecio+Devassa.jpg" width="400" /></a></div><br />
O senador Aécio Neves mostrou prestígio ao levar políticos em profusão para ouvi-lo no plenário do Senado, mas não conseguiu produzir o impacto nem o despertar da oposição que a tropa governista parecia esperar, muito menos deu razões ao governo para perder um segundo de seu sereno sono.<br />
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Tépido na forma e repetitivo no conteúdo, passando ao largo de questões essenciais para o exercício da oposição como a independência do Legislativo em relação ao Executivo, o discurso acabou proporcionando aos senadores aliados ao Palácio do Planalto uma oportunidade excelente de mostrar vigor e afinação.<br />
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Muito diferente das legislaturas anteriores quando, principalmente no primeiro mandato do ex-presidente Lula, a oposição fazia do Senado sua cidadela, ocupando a tribuna tardes a fio em ataques sem que aparecesse um senador para defender o governo.<br />
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Ontem à tarde o batalhão estava afiadíssimo: Aécio mal tinha subido à tribuna e a senadora Gleisi Hoffmann, do PT, pediu um aparte, concedido ao final assim como aos demais.<br />
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Concluída a fala em que Aécio pontuou sua disposição de se opor sem se confrontar com os adversários, os governistas apresentaram suas armas de defesa dos governos Lula e Dilma Rousseff sem o menor constrangimento de fazer isso em clima de franca confrontação.<br />
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Em meio a elogios à "elegância" e ao "equilíbrio" do discurso e sem disfarçar o alívio pela tepidez do opositor, a tropa governista atacou as privatizações, ironizou a tibieza do PSDB em defender o governo FH, acusou várias vezes Aécio de ter sido injusto com a gestão de Lula e, pela voz do senador Jorge Viana, ainda afirmou que o orador simbolizava a oposição que todo governo gostaria de ter. <br />
<br />
Da parte dos oposicionistas, exaltações algo exageradas ao "brilhantismo" do pronunciamento "de estadista" e uma evidente avidez por alguém que os represente. E assim, independentemente de Aécio Neves reunir ou não os atributos necessários por avaliação exigente, o senador se apresentou e dessa forma foi recebido por governistas e oposicionistas.<br />
<br />
Poucos, entre eles Pedro Taques, Marinor Brito e Demóstenes Torres, consideraram que a confrontação não é necessariamente um mal. Antes pode ser essencial à condução dos trabalhos de questionamentos doutrinários, programáticos, bastante mais inquietantes que a redução de alíquotas de impostos, transferência de gestão de estradas, revisão da Lei das Micro e Pequenas Empresas etc. <br />
<br />
Temas importantes, mas nas circunstâncias em que a oposição precisa de mobilização política, liderança vigorosa, energia para recuperar o tempo perdido, encontrar o rumo para poder seguir adiante, o desempenho de Aécio deixou no ar um aroma de anticlímax.<br />
<br />
Não por defeito, mas por ausência de um atributo pessoal que poderia ser chamado de borogodó de tribuna. Aécio não tem. Mário Covas tinha.<br />
<br />
As saudações superlativas soaram artificiais, traduziram a avidez por um porto seguro onde os oposicionistas possam se agarrar, além de revelarem a amplitude amazônica do deserto de homens e ideias reinante na política nacional.<br />
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Dora Kramer - O Estado de S.PauloA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-37926425031627605462011-04-07T11:32:00.001-03:002011-04-07T12:52:36.268-03:00Homem abre fogo dentro de escola do Rio e mata ao menos 11 crianças<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIRI8yCn6kGYj-8EcFwQvsQf2mOt6-4MQFcXUOxcYOcC9neU_GZBc-GmxfGB7otI8z0OYXxPI1g_ey-H1lVnHS54NOmg_4xYE_Ic_-kWh06amuUhF9ed5f68Iizv8LhdhN44t2w3dI5gE/s1600/50962-970x600-1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIRI8yCn6kGYj-8EcFwQvsQf2mOt6-4MQFcXUOxcYOcC9neU_GZBc-GmxfGB7otI8z0OYXxPI1g_ey-H1lVnHS54NOmg_4xYE_Ic_-kWh06amuUhF9ed5f68Iizv8LhdhN44t2w3dI5gE/s400/50962-970x600-1.jpeg" width="400" /></a></div><br />
Pelo menos 11 crianças morreram e cerca de 20 pessoas ficaram feridas após um homem efetuar diversos disparos dentro de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 7. Segundo informações da rádio Estadão ESPN, o atirador também morreu ao ser atingido por um disparo. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, está no local. <br />
<br />
O suspeito chegou à Rua General Bernardino de Matos e invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira disparando contra crianças e funcionários que estavam no local, por volta das 8h. De acordo com a polícia, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, atirou aleatoriamente contra as pessoas que estavam no colégio de ensino fundamental, direcionando os disparos contra a cabeça das vítimas.<br />
<br />
Agentes do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) faziam uma fiscalização em uma rua próxima a da escola quando uma criança baleada avisou à equipe que havia um atirador dentro da escola. Policiais militares do Batalhão de Polícia Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRV), que acompanhavam a ação do Detro, foram até o local e renderam o suspeito, que foi imobilizado com um tiro na perna.<br />
<br />
Segundo testemunhas, o atirador só parou de acionar a arma, subindo uma escada, quando policiais chegaram ao local. Ainda conforme informações da Polícia Militar, Oliveira seria ex-aluno da escola e, ao ser baleado, teria se suicidado. O corpo do homem continua dentro do colégio.<br />
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Para evitar que outros alunos fossem atingidos, professores trancaram as salas de aula e bloquearam o acesso com cadeiras.<br />
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Os feridos estão sendo levados para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo. Helicópteros, viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão no local para ajudar no socorro.<br />
<br />
O Relações Pública dos bombeiros, Evandro Bezerra, disse que alguns dos feridos estão em estado grave. "Temos tentado retirar as pessoas o mais rápido o possível para salvar as vítimas deste atentado. Realmente ele atirou contra a cabeça delas, os feridos estão em estado grave. É lamentável", disse.<br />
<br />
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio cerca de 400 alunos estudam na escola, de três andares. No período da manhã há 14 turmas que vão do 4º ao 9º ano. As crianças têm entre 9 e 14 anos. A subsecretária Helena Bomeny foi para o local.<br />
<br />
Ainda não há informação sobre o que teria motivado o crime.<br />
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Notícia atualizada às 10h59 - O Estado de S.PauloA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-22509781954900054742011-04-06T15:44:00.000-03:002011-04-06T15:44:45.609-03:00Folha e Globo querem lulismo sem Lula!.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9tV-2DLszv-Vhg-yII88RSbCfqMhybQXeRPMEqgciQX8UrMt6ukdgvHhKQWB_NnNygQcrqpJZdljX21_xrFqRpuYN041NQb8PIckfgyNlrt8tSpRDHITW0VD_C3zaPoaDDFmIFvg3UQA/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9tV-2DLszv-Vhg-yII88RSbCfqMhybQXeRPMEqgciQX8UrMt6ukdgvHhKQWB_NnNygQcrqpJZdljX21_xrFqRpuYN041NQb8PIckfgyNlrt8tSpRDHITW0VD_C3zaPoaDDFmIFvg3UQA/s400/images.jpg" width="310" /></a></div><br />
A estratégia da velha mídia parece cada vez mais evidente: dianta da força de Lula (que tem o carisma e a história recente) e de Dilma (que tem o poder e o apoio de Lula), procura-se fraturar o lulismo. A idéia é abrir uma cunha entre os dois.<br />
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A operação está clara desde os primeiros dias do governo Dilma:<br />
<br />
- elogios à postura de “estadista” de Dilma (“discreta”) em contraposição ao “populismo” de Lula;<br />
<br />
- elogios à forma como Dilma conduziu a política econômica (aumento de juros, freio nos salários, corte de gastos), de forma “responsável”, em contraposição à “gastança” de Lula;<br />
<br />
- elogios à “nova política externa” de Patriota, em contraposição à dupla Amorim/Lula.<br />
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Editoriais elogiosos foram a face visível dessa operação. A face invisísel são conversas ocorridas nos bastidores – conversas que têm como objetivo aproximar Dilma da velha mídia (por isso, ela foi à festa da “Folha”, por isso ela almoçou com a direção da Globo depois de participar do Ana Maria Braga).<br />
<br />
Dilma mandou o recado: quero normalizar as relações com vocês. A velha mídia aceitou a sinalização. Vê com bons olhos o movimento, porque em algum momento precisará da força do governo para se contrapor à grana das teles. Sem apoio político, Globo+Abril+Uol não fazem frente às teles. Por isso, o jogo está sendo jogado, com suavidade. Aceita-se Dilma, e tenta-se vender a idéia de que Dilma é um lulismo melhorado. É um lulismo sem Lula.<br />
<br />
Ok. Mas a velha mídia não brinca em serviço: enquanto afaga Dilma, ataca Lula.<br />
<br />
A matéria de “Época” foi apenas o ensaio do que virá por aí. Sem o poder, imaginam os barões da velha mídia, Lula não terá como reagir. Imaginam, também, que Dilma não saírá em defesa do líder, deixará que ele se defenda sozinho.<br />
<br />
A estratégia é descontruir Lula agora. Tolerar Dilma. Mais à frente, se necessário, parte-se contra Dilma. Aécio estará à espreita, preparado para entrar no jogo.<br />
<br />
A movimentação na oposição mostra que a vez será de Aécio em 2014. Os outros sofrem…<br />
<br />
- Serra está sob pressão. Alckmin quer empurrá-lo para a Prefeitura em 2012. Se aceitar, Serra terá contra si a pecha de assumir mandato e largar pelo caminho (como fez em 2006, largando a Prefeitura para concorrer ao governo). Se não concorrer, não terá máquina para se contrapor ao alckmismo em São Paulo.<br />
<br />
- Alckminn tem que lutar pela sucessão em 2014; enfrentará PT e ainda Kassab (que pode fazer jogo duplo – apoio do lulismo e do serrismo por baixo do pano).<br />
<br />
Aécio é quem tem a casa mais arrumada. Anastasia é bom gestor, afinado com Aécio. Não há disputa em Minas.<br />
<br />
Resta a Aécio convencer a classe dominante brasileira de que ele pode gerir o país. Há quem não goste do jeito “collorido” do mineiro – afeito às festas e às aventuras amorosas.<br />
<br />
Se Aécio se mostrar confiável, terá o apoio da velha mídia. Do contrário, o plano parece ser capturar Dilma para um lulismo sem Lula.<br />
<br />
Os colunistas de jornal acreditam tanto nisso que chegaram a brigar para manter Agnelli (desafeto de Lula) na Vale. Como seria impossível, contentaram-se em “nomear” Tito Martins para o cargo. A”Folha” deu como certo que ele era o nome para comandar a mineiradora no lugar do Agnelli.<br />
<br />
Dilma agiu por outros caminhos. Nomeou Murilo Ferreira para o cargo. Parece que a família Marinho e os Frias não mandam como gostariam no governo de Dilma.<br />
<br />
por Rodrigo Vianna, no EscrevinhadorA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-32789225881634276632011-03-31T16:53:00.001-03:002011-03-31T16:56:08.268-03:00Bolsonaro é vital para a luta das minorias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZOxhERmDQUALrcaq6EDlMi7sjX_A4w1Ga35oTO2DLjW7kGCarjYKxBE1Aw2_AEFd3ZMmhKOtFL7EczjnTvhuUInk6mk5qkaIbvs7v3hsX04_KEU2MFZxRthwUaOXSITvH0l8JUzXNZVQ/s1600/JAIR+BOLSONARO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZOxhERmDQUALrcaq6EDlMi7sjX_A4w1Ga35oTO2DLjW7kGCarjYKxBE1Aw2_AEFd3ZMmhKOtFL7EczjnTvhuUInk6mk5qkaIbvs7v3hsX04_KEU2MFZxRthwUaOXSITvH0l8JUzXNZVQ/s400/JAIR+BOLSONARO.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Detesto, odeio a doutrina do politicamente correto. E acho Jair Bolsonaro uma figura folclórica e espalhafatosa — portanto, divertida. Sem ele, o Congresso Nacional seria um deserto de chatices e mentiras.<br />
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É uma máquina de frases indecorosas, nosso parlamentar. Pronuncia homofobias, racismos, preconceitos e calúnias com a maior desfaçatez, como se estivesse brincando de ser um dinossauro da direita.<br />
<br />
Mas não. Ele fala a sério. Acredita nas bobagens que propaga. É violento, como suas convicções. Fica no limite da sanidade mental. Ele é malvado. E gosta de ser assim. Na verdade, vive disso, de seu pensamento arcaico e reacionário.<br />
<br />
A última dele gerou indignação, só para variar. Perguntado pela cantora Preta Gil o que faria se o filho dele se apaixonasse por uma mulher negra, o capitão disse não “discutir promiscuidade com quem quer que seja”. Acho até que não entendeu a pergunta, pela manquitolagem da resposta.<br />
<br />
E continuou colocando palavras no pau-de-arara: “Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”.<br />
<br />
Para completar, disse que não voaria em avião pilotado por um “cotista” (estudante que se beneficia da política de cotas raciais). O cara é um Highlander da elite branca, um Darth Vader em conflito por estar do lado "negro" da força!<br />
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Daí a quererem cassar o mandato do deputado vai uma longa distância. Vivemos numa democracia e todos os brasileiros têm o direito de lá serem representados.<br />
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E se tem algo legítimo que Bolsonaro faz é representar o pensamento de milhares de cidadãos deste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.<br />
<br />
E mais: é inestimável o serviço que ele presta na união de negros, homossexuais, comunistas e escoteiros! O que seria das minorias sem um aglutinador tão poderoso? Pensem nisso!<br />
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Não ousem calar essa voz! Defendo o direito de Jair Bolsonaro dizer o que pensa. Mesmo sabendo que ele jamais faria isso por alguém.<br />
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Precisamos de gente com coragem de dizer as coisas horrorosas que passam pela cabeça dos covardes.<br />
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O Provocador = r7A Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-21643158579729606972011-03-29T18:55:00.000-03:002011-03-29T18:55:42.995-03:00Uma luta de classes sem nenhuma classe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBI4RAsEuxgbWB0LDcfkDeHwVtWT9F4lbdK3ZA5wVUUHzDtLUUiH7Xh3-RjFn9lFk9EYPIiNTMWP3pG0iWmZIuq5Zj-iVO062EBwQVC4rhIuQfCRgAomFKYuUHVLLfQAznep0yjcbcpaI/s1600/escrava+pajem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBI4RAsEuxgbWB0LDcfkDeHwVtWT9F4lbdK3ZA5wVUUHzDtLUUiH7Xh3-RjFn9lFk9EYPIiNTMWP3pG0iWmZIuq5Zj-iVO062EBwQVC4rhIuQfCRgAomFKYuUHVLLfQAznep0yjcbcpaI/s400/escrava+pajem.jpg" width="263" /></a></div><br />
O Estado de S.Paulo de domingo, 27, fez uma reportagem (<a href="http://bit.ly/gZkJFG%20">aqui</a>) involuntariamente hilariante sobre cerca de cem mulheres que criaram o Grupo Anti-Terrorismo de Babás (o GATB). Acredite se quiser.<br />
<br />
As pobres donas de casa, com seus sobrenomes pomposos, foram à luta para se proteger da "petulância" e "abuso de direitos" da criadagem. Tornaram-se militantes de uma causa, literalmente, nobre.<br />
<br />
As representantes da outrora nobreza quatrocentona de São Paulo estão cansadas de serem exploradas pelo proletariado. Em meio a essa luta de classes, arrumam tempo para trocar dicas sobre cabeleireiros, esqui em Aspen e outros assuntos emergentes.<br />
<br />
Um delas, desesperada, disparou um e-mail com uma dúvida indiscutivelmente cruel: "É necessário pagar feriado??" Vejam como a crise da educação neste país afeta a todos.<br />
<br />
Essas senhoras que viajam tanto ao exterior deveriam saber que em países desenvolvidos ter mucamas e vassalos custa caro, muito caro. Cada um que lave seu prato.<br />
<br />
Por aqui, estão acostumadas a ter quem limpe suas privadas por preço vil. Um salário de empregada doméstica dá para comprar duas sandálias, segundo confessou Astrid Fontenelle (que ainda não se filiou ao GATB).<br />
<br />
Com o desenvolvimento econômico em curso, a mão-de-obra para cuidar do filho dos outros vai escasseando. Se quiser, tem que pagar o que vale. E quanto vale alguém que dá banho e troca as fraldas de uma criança? Perguntem aos seus maridos.<br />
<br />
Como estamos em uma democracia, cada um tem o direito de pensar como quiser. E a se organizar da forma que julgar mais adequada. O Kassab não fundou um partido só pra ele? Então.<br />
<br />
A situação vai piorar para essas damas da sociedade. Fazem bem em se defender de quem lava, passa e cozinha para elas. Imaginem a tragédia ter que esfregar chão, levar cachorro pra passear e não ter tempo para ir ao shopping?<br />
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O Brasil é um país injusto. E tem um povo muito ingrato. Cospe no prato que cozinhou e se recusa a voltar para a senzala. Gentinha.<br />
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O ProvocadorA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-3160740253601147382011-03-29T17:32:00.000-03:002011-03-29T17:32:21.252-03:00Sensacionalismo do CQC e suicídio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmHijELaOHaRPo7ajnY6Tcl1Sg2RK51q3I2S62iyPI-YA4DQpJwwL2m39uYgOyJ4LT6RDoiA06MUfNsXUvt52mesJoPILh4UCFmxLABYYpatOqgwON5TiOZ4fwS_5LM1Pe6D0UiAiDF2o/s1600/marcelo-tas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmHijELaOHaRPo7ajnY6Tcl1Sg2RK51q3I2S62iyPI-YA4DQpJwwL2m39uYgOyJ4LT6RDoiA06MUfNsXUvt52mesJoPILh4UCFmxLABYYpatOqgwON5TiOZ4fwS_5LM1Pe6D0UiAiDF2o/s400/marcelo-tas.jpg" width="400" /></a></div>O suicídio da atriz e as ofensas do deputado: duas vezes sensacionalismo<br />
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Pouco antes de morrer, ao cair pela janela do sétimo andar do prédio onde morava, a atriz Cibele Dorsa enviou à revista “Caras” um longo bilhete de despedida. No texto, ela pede perdão aos filhos pelo gesto, critica o ex-marido, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, por ter levado as crianças para o exterior e fala da solidão que sentia desde que perdeu o noivo, Gilberto Scarpa, morto no final de janeiro de forma idêntica a ela.<br />
<br />
Horas depois da morte da atriz, no sábado, 26, o site da revista “Caras” começou a publicar o bilhete de despedida que ela enviou. “EXCLUSIVO: Cibele Dorsa deixa carta antes de morrer”, estampou a revista. O texto foi dividido em vários trechos, como se fossem capítulos, publicados de tempos em tempos ao longo da tarde. Na segunda-feira, a Justiça determinou, atendendo a pedido de Doda, que todas as referências a ele fossem retiradas do site e da revista.<br />
<br />
A mídia brasileira, de um modo geral, noticia com muito comedimento suicídios. O temor de que o suicídio possa ocorrer por imitação, uma tese levantada ainda no século 19, orienta a discrição dos principais veículos de comunicação.<br />
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Suicídio só é notícia mesmo quando envolve figuras públicas. Ainda assim, creio, a revista “Caras” agiu de forma sensacionalista, sem nenhum cuidado ao publicar os principais trechos da carta de Cibele Dorsa. Faltou editar, contextualizar a noticia e ouvir as pessoas envolvidas, além de pesar os danos que esta publicação poderia causar aos filhos da atriz.<br />
<br />
A entrevista do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao “CQC”, da Band, envolve problemas de outra natureza. Num quadro previamente gravado, como todos do programa, o político respondeu a provocações de diferentes espectadores. Foi uma oportunidade para repetir suas notórias posições conservadoras, com traços de homofobia e de nostalgia da ditadura militar que dirigiu o país entre 1964 e 1985.<br />
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No momento mais forte, foi questionado pela cantora Preta Gil sobre qual seria a sua reação se um filho seu namorasse uma mulher negra. “Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu.<br />
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Antes de exibir a entrevista, Marcelo Tas apresentou Bolsonaro como “o deputado mais polêmico do Brasil”. Ao final, disse: “Eu prefiro acreditar que o Bolsonaro não entendeu a pergunta da nossa querida Preta Gil”.<br />
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O “CQC” tem o direito de entrevistar quem quiser e o deputado pode falar o que bem entender. A Justiça está aí para avaliar se ele cometeu algum crime, ou não. O que me espanta é o programa ter levado ao ar uma resposta tão polêmica havendo dúvidas, como manifestou Tas, que Bolsonaro pode ter entendido errado a pergunta.<br />
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Se é verdade isso, o trecho da entrevista não deveria ter sido exibido sem que o deputado fosse consultado antes. Também caracteriza sensacionalismo.<br />
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blog do Mauricio StycerA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8274184006591542384.post-73847943968608181232011-03-28T22:33:00.002-03:002011-03-28T22:35:01.853-03:00Dilma em busca de seu estilo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKH_0Fl-9jTShHRid3kBcR2Dj1q42RblGPn6oh8PnmwlrbdrlDhWnDLxS7tM59HcCEpd9vhCIaZ1ZaQ9WZXpOZp2jKJvHh2PffNpx9roBgjeZ0aE-zvM8PwbdmPJyCeF2DONJqvRW3ueM/s1600/Dilma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKH_0Fl-9jTShHRid3kBcR2Dj1q42RblGPn6oh8PnmwlrbdrlDhWnDLxS7tM59HcCEpd9vhCIaZ1ZaQ9WZXpOZp2jKJvHh2PffNpx9roBgjeZ0aE-zvM8PwbdmPJyCeF2DONJqvRW3ueM/s400/Dilma.jpg" width="285" /></a></div><br />
O Brasil já elegeu, democraticamente, sete presidentes civis: Getúlio Vargas (em 1950), Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Não incluo na lista os escolhidos em pleitos fraudados na República Velha, os ditadores e os substitutos que se tornaram presidentes. Ora, todos esses eleitos foram ou são bons comunicadores - com exceção da nossa atual presidente.<br />
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Este é um problema. Dilma tem sido elogiada pelo perfil discreto, pelo empenho contra a corrupção, pela dedicação ao funcionamento da máquina de governo e pela elegância com que convidou os antecessores a encontrar o presidente dos EUA, Barack Obama. Admiro tudo isso. Mas, numa República presidencialista, o supremo mandatário tem de se comunicar bem. Precisa persuadir. Cada um dos nomes citados fez isso a seu modo. Curiosamente, um dos mais prestigiados, Getúlio, não seria aceitável nos padrões atuais. Lembra Fernando Henrique Cardoso, em entrevista que me deu para a revista Sociologia, Ciência e Vida (2010), que o ex-ditador não falava com a massa, do modo de Lula e do próprio FHC: "Getúlio Vargas lia discursos absolutamente cultos e chatos. Ele se dirigia à massa de chapéu, charuto, jogava golfe". Com a censura e a Hora do Brasil, isso bastava; hoje, não.<br />
<br />
Jânio e Collor foram os mais demagogos dos presidentes eleitos; em compensação, os dois últimos presidentes souberam construir maiorias de opinião bem produtivas. Fernando Henrique Cardoso foi mais racional, Lula captou melhor a emoção. Mas FHC é modesto quando fala de sua racionalidade. "Nunca tive problema para me comunicar", afirma. "Diziam que eu não teria voto porque não sabia falar com o povo, mas nunca tive o problema de fazer com que as pessoas entendam o que digo. Eu era um sociólogo de campo, trabalhava com a favela, com negros, com pobres, com gente não culta; sempre fiz muita pesquisa de campo, então tive de falar de jeito acessível. Sou mais racional (que Lula), mas uso uma razão no nível do senso comum, para que as pessoas entendam."<br />
<br />
Lula comunica-se de outro modo. Alguns zombaram de suas metáforas, mas acho-as preciosas. FHC justificava-se, quando não podia implementar uma política que prometera, recorrendo à ética weberiana da responsabilidade. Mas, quando Lula usava imagens, com elas respondia à mesma questão que seu antecessor. Uma jabuticabeira demora anos antes de dar fruto. Não se conseguem os resultados com a rapidez desejada. É preciso paciência. Esse é um dos papéis do governante. Precisa convencer, dia após dia, seus eleitores de que não os traiu, e de que ou tem boas razões para não executar o prometido (crises mundiais, dizia FHC) ou acabará por executá-lo, ainda que a longo prazo e com certos custos não muito bonitos (as alianças de ambos com políticos fisiológicos). Um discurso que compara a demora na política ao tempo que leva uma árvore para frutificar, ou uma criança para andar, é acessível a todos, mesmo aos cidadãos menos cultos.<br />
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Por que o presidente tem de se comunicar bem, numa democracia de massas? A primeira razão é essa necessidade de constantemente se relegitimar, sobretudo quando as ações ficam aquém das palavras - o que, aliás, é inevitável. Mas também porque ele deve construir uma maioria significativa que apoie as inovações de seu governo. Para FHC, talvez tenha sido fácil vender a nova moeda, o real, acabando com a inflação, mas as privatizações exigiram mais persuasão. Para Lula, até parece fácil ter vendido o Bolsa-Família, mas as ações de seu governo tiveram alto custo, passando até pelo risco de impeachment.<br />
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Talvez por isso, os melhores momentos deles foram quando tiveram um chief minister, um primeiro-ministro incumbido da gestão - alguém de visão política, mas cujo papel é articular os ministros para que a máquina administrativa gere os resultados almejados. FHC teve Sérgio Motta, não conseguindo substituí-lo à altura depois de sua precoce morte, o que pode ter prejudicado o seu governo. Lula teve Dilma Rousseff, que ajudou muito seu segundo mandato. Não por acaso, Motta e Dilma passaram a imagem de durões. Mas a divisão de papéis parece boa. O presidente é simpático, fala ao povo, conquista apoio e, indiretamente, pressiona um Congresso que, pelo número de partidos, sempre dá trabalho. O ministro que chefia a gestão faz a articulação interna e, eventualmente, até repreende e pune, mesmo correndo o risco de ser antipático. O presidente é o grande comunicador, mas lidera a máquina. Já o ministro-chefe é quem azeita esta última.<br />
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O que faltaria à presidente Dilma Rousseff? Talvez devesse assumir o papel que os outros seis presidentes civis democraticamente eleitos tiveram, tão bem cumprido pelos dois últimos. Até agora, sua comunicação titubeia. Registrou o Estado que, num comício na Bahia, ela só entusiasmou a massa quando citou Lula.<br />
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Precisaria melhorar, mas isso não depende de técnicas oratórias. Porque FHC e Lula conquistaram, cada um, o País para uma nova agenda, mais econômica a primeira, mais social a segunda. Poderia a presidente Dilma simplesmente seguir a agenda construída por Lula - mas nos acostumamos a presidentes de impacto, e isso pode decepcionar. Mesmo dando continuidade às políticas de Lula, como deve dar, terá de encontrar seu estilo, ser capaz de galvanizar o povo e de delegar a gestão. Isso não é simples, porém é importante - pelo menos, se seguirmos o modelo bastante eficaz da Presidência que tivemos nos últimos 16 anos.<br />
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Mas também há a hipótese de que um modelo mais discreto se esteja definindo com Dilma, curiosamente um modelo que lembra o que seria de José Serra: mais gestão do que liderança. Porque os padrões políticos mudam com o tempo e talvez hoje não necessitemos de líderes como precisávamos quando o Brasil vivia a inflação, a discussão sobre o papel do Estado e ainda não estava consolidada a prioridade de políticas sociais.<br />
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Renato Janine Ribeiro - O Estado de S.PauloA Verdade na Internethttp://www.blogger.com/profile/04378412118338423564noreply@blogger.com0