• Imagen 1 STEVE JOBS, AS COISAS QUE NINGUÉM DIZ
    Quão honestamente a sua vida é avaliada.

Bolsonaro é vital para a luta das minorias



Detesto, odeio a doutrina do politicamente correto. E acho Jair Bolsonaro uma figura folclórica e espalhafatosa — portanto, divertida. Sem ele, o Congresso Nacional seria um deserto de chatices e mentiras.

É uma máquina de frases indecorosas, nosso parlamentar. Pronuncia homofobias, racismos, preconceitos e calúnias com a maior desfaçatez, como se estivesse brincando de ser um dinossauro da direita.

Mas não. Ele fala a sério. Acredita nas bobagens que propaga. É violento, como suas convicções. Fica no limite da sanidade mental. Ele é malvado. E gosta de ser assim. Na verdade, vive disso, de seu pensamento arcaico e reacionário.

A última dele gerou indignação, só para variar. Perguntado pela cantora Preta Gil o que faria se o filho dele se apaixonasse por uma mulher negra, o capitão disse não “discutir promiscuidade com quem quer que seja”. Acho até que não entendeu a pergunta, pela manquitolagem da resposta.

E continuou colocando palavras no pau-de-arara: “Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”.

Para completar, disse que não voaria em avião pilotado por um “cotista” (estudante que se beneficia da política de cotas raciais). O cara é um Highlander da elite branca, um Darth Vader em conflito por estar do lado "negro" da força!

Daí a quererem cassar o mandato do deputado vai uma longa distância. Vivemos numa democracia e todos os brasileiros têm o direito de lá serem representados.

E se tem algo legítimo que Bolsonaro faz é representar o pensamento de milhares de cidadãos deste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.

E mais: é inestimável o serviço que ele presta na união de negros, homossexuais, comunistas e escoteiros! O que seria das minorias sem um aglutinador tão poderoso? Pensem nisso!

Não ousem calar essa voz! Defendo o direito de Jair Bolsonaro dizer o que pensa. Mesmo sabendo que ele jamais faria isso por alguém.

Precisamos de gente com coragem de dizer as coisas horrorosas que passam pela cabeça dos covardes.

O Provocador = r7

Uma luta de classes sem nenhuma classe


O Estado de S.Paulo de domingo, 27, fez uma reportagem (aqui) involuntariamente hilariante sobre cerca de cem mulheres que criaram o Grupo Anti-Terrorismo de Babás (o GATB). Acredite se quiser.

As pobres donas de casa, com seus sobrenomes pomposos, foram à luta para se proteger da "petulância" e "abuso de direitos" da criadagem. Tornaram-se militantes de uma causa, literalmente, nobre.

As representantes da outrora nobreza quatrocentona de São Paulo estão cansadas de serem exploradas pelo proletariado. Em meio a essa luta de classes, arrumam tempo para trocar dicas sobre cabeleireiros, esqui em Aspen e outros assuntos emergentes.

Um delas, desesperada, disparou um e-mail com uma dúvida indiscutivelmente cruel: "É necessário pagar feriado??" Vejam como a crise da educação neste país afeta a todos.

Essas senhoras que viajam tanto ao exterior deveriam saber que em países desenvolvidos ter mucamas e vassalos custa caro, muito caro. Cada um que lave seu prato.

Por aqui, estão acostumadas a ter quem limpe suas privadas por preço vil. Um salário de empregada doméstica dá para comprar duas sandálias, segundo confessou Astrid Fontenelle (que ainda não se filiou ao GATB).

Com o desenvolvimento econômico em curso, a mão-de-obra para cuidar do filho dos outros vai escasseando. Se quiser, tem que pagar o que vale. E quanto vale alguém que dá banho e troca as fraldas de uma criança? Perguntem aos seus maridos.

Como estamos em uma democracia, cada um tem o direito de pensar como quiser. E a se organizar da forma que julgar mais adequada. O Kassab não fundou um partido só pra ele? Então.

A situação vai piorar para essas damas da sociedade. Fazem bem em se defender de quem lava, passa e cozinha para elas. Imaginem a tragédia ter que esfregar chão, levar cachorro pra passear e não ter tempo para ir ao shopping?

O Brasil é um país injusto. E tem um povo muito ingrato. Cospe no prato que cozinhou e se recusa a voltar para a senzala. Gentinha.

O Provocador

Sensacionalismo do CQC e suicídio

O suicídio da atriz e as ofensas do deputado: duas vezes sensacionalismo

Pouco antes de morrer, ao cair pela janela do sétimo andar do prédio onde morava, a atriz Cibele Dorsa enviou à revista “Caras” um longo bilhete de despedida. No texto, ela pede perdão aos filhos pelo gesto, critica o ex-marido, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, por ter levado as crianças para o exterior e fala da solidão que sentia desde que perdeu o noivo, Gilberto Scarpa, morto no final de janeiro de forma idêntica a ela.

Horas depois da morte da atriz, no sábado, 26, o site da revista “Caras” começou a publicar o bilhete de despedida que ela enviou. “EXCLUSIVO: Cibele Dorsa deixa carta antes de morrer”, estampou a revista. O texto foi dividido em vários trechos, como se fossem capítulos, publicados de tempos em tempos ao longo da tarde. Na segunda-feira, a Justiça determinou, atendendo a pedido de Doda, que todas as referências a ele fossem retiradas do site e da revista.

A mídia brasileira, de um modo geral, noticia com muito comedimento suicídios. O temor de que o suicídio possa ocorrer por imitação, uma tese levantada ainda no século 19, orienta a discrição dos principais veículos de comunicação.

Suicídio só é notícia mesmo quando envolve figuras públicas. Ainda assim, creio, a revista “Caras” agiu de forma sensacionalista, sem nenhum cuidado ao publicar os principais trechos da carta de Cibele Dorsa. Faltou editar, contextualizar a noticia e ouvir as pessoas envolvidas, além de pesar os danos que esta publicação poderia causar aos filhos da atriz.

A entrevista do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao “CQC”, da Band, envolve problemas de outra natureza. Num quadro previamente gravado, como todos do programa, o político respondeu a provocações de diferentes espectadores. Foi uma oportunidade para repetir suas notórias posições conservadoras, com traços de homofobia e de nostalgia da ditadura militar que dirigiu o país entre 1964 e 1985.

No momento mais forte, foi questionado pela cantora Preta Gil sobre qual seria a sua reação se um filho seu namorasse uma mulher negra. “Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu.

Antes de exibir a entrevista, Marcelo Tas apresentou Bolsonaro como “o deputado mais polêmico do Brasil”. Ao final, disse: “Eu prefiro acreditar que o Bolsonaro não entendeu a pergunta da nossa querida Preta Gil”.

O “CQC” tem o direito de entrevistar quem quiser e o deputado pode falar o que bem entender. A Justiça está aí para avaliar se ele cometeu algum crime, ou não. O que me espanta é o programa ter levado ao ar uma resposta tão polêmica havendo dúvidas, como manifestou Tas, que Bolsonaro pode ter entendido errado a pergunta.

Se é verdade isso, o trecho da entrevista não deveria ter sido exibido sem que o deputado fosse consultado antes. Também caracteriza sensacionalismo.

blog do Mauricio Stycer

Dilma em busca de seu estilo


O Brasil já elegeu, democraticamente, sete presidentes civis: Getúlio Vargas (em 1950), Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Não incluo na lista os escolhidos em pleitos fraudados na República Velha, os ditadores e os substitutos que se tornaram presidentes. Ora, todos esses eleitos foram ou são bons comunicadores - com exceção da nossa atual presidente.

Este é um problema. Dilma tem sido elogiada pelo perfil discreto, pelo empenho contra a corrupção, pela dedicação ao funcionamento da máquina de governo e pela elegância com que convidou os antecessores a encontrar o presidente dos EUA, Barack Obama. Admiro tudo isso. Mas, numa República presidencialista, o supremo mandatário tem de se comunicar bem. Precisa persuadir. Cada um dos nomes citados fez isso a seu modo. Curiosamente, um dos mais prestigiados, Getúlio, não seria aceitável nos padrões atuais. Lembra Fernando Henrique Cardoso, em entrevista que me deu para a revista Sociologia, Ciência e Vida (2010), que o ex-ditador não falava com a massa, do modo de Lula e do próprio FHC: "Getúlio Vargas lia discursos absolutamente cultos e chatos. Ele se dirigia à massa de chapéu, charuto, jogava golfe". Com a censura e a Hora do Brasil, isso bastava; hoje, não.

Jânio e Collor foram os mais demagogos dos presidentes eleitos; em compensação, os dois últimos presidentes souberam construir maiorias de opinião bem produtivas. Fernando Henrique Cardoso foi mais racional, Lula captou melhor a emoção. Mas FHC é modesto quando fala de sua racionalidade. "Nunca tive problema para me comunicar", afirma. "Diziam que eu não teria voto porque não sabia falar com o povo, mas nunca tive o problema de fazer com que as pessoas entendam o que digo. Eu era um sociólogo de campo, trabalhava com a favela, com negros, com pobres, com gente não culta; sempre fiz muita pesquisa de campo, então tive de falar de jeito acessível. Sou mais racional (que Lula), mas uso uma razão no nível do senso comum, para que as pessoas entendam."

Lula comunica-se de outro modo. Alguns zombaram de suas metáforas, mas acho-as preciosas. FHC justificava-se, quando não podia implementar uma política que prometera, recorrendo à ética weberiana da responsabilidade. Mas, quando Lula usava imagens, com elas respondia à mesma questão que seu antecessor. Uma jabuticabeira demora anos antes de dar fruto. Não se conseguem os resultados com a rapidez desejada. É preciso paciência. Esse é um dos papéis do governante. Precisa convencer, dia após dia, seus eleitores de que não os traiu, e de que ou tem boas razões para não executar o prometido (crises mundiais, dizia FHC) ou acabará por executá-lo, ainda que a longo prazo e com certos custos não muito bonitos (as alianças de ambos com políticos fisiológicos). Um discurso que compara a demora na política ao tempo que leva uma árvore para frutificar, ou uma criança para andar, é acessível a todos, mesmo aos cidadãos menos cultos.

Por que o presidente tem de se comunicar bem, numa democracia de massas? A primeira razão é essa necessidade de constantemente se relegitimar, sobretudo quando as ações ficam aquém das palavras - o que, aliás, é inevitável. Mas também porque ele deve construir uma maioria significativa que apoie as inovações de seu governo. Para FHC, talvez tenha sido fácil vender a nova moeda, o real, acabando com a inflação, mas as privatizações exigiram mais persuasão. Para Lula, até parece fácil ter vendido o Bolsa-Família, mas as ações de seu governo tiveram alto custo, passando até pelo risco de impeachment.

Talvez por isso, os melhores momentos deles foram quando tiveram um chief minister, um primeiro-ministro incumbido da gestão - alguém de visão política, mas cujo papel é articular os ministros para que a máquina administrativa gere os resultados almejados. FHC teve Sérgio Motta, não conseguindo substituí-lo à altura depois de sua precoce morte, o que pode ter prejudicado o seu governo. Lula teve Dilma Rousseff, que ajudou muito seu segundo mandato. Não por acaso, Motta e Dilma passaram a imagem de durões. Mas a divisão de papéis parece boa. O presidente é simpático, fala ao povo, conquista apoio e, indiretamente, pressiona um Congresso que, pelo número de partidos, sempre dá trabalho. O ministro que chefia a gestão faz a articulação interna e, eventualmente, até repreende e pune, mesmo correndo o risco de ser antipático. O presidente é o grande comunicador, mas lidera a máquina. Já o ministro-chefe é quem azeita esta última.

O que faltaria à presidente Dilma Rousseff? Talvez devesse assumir o papel que os outros seis presidentes civis democraticamente eleitos tiveram, tão bem cumprido pelos dois últimos. Até agora, sua comunicação titubeia. Registrou o Estado que, num comício na Bahia, ela só entusiasmou a massa quando citou Lula.

Precisaria melhorar, mas isso não depende de técnicas oratórias. Porque FHC e Lula conquistaram, cada um, o País para uma nova agenda, mais econômica a primeira, mais social a segunda. Poderia a presidente Dilma simplesmente seguir a agenda construída por Lula - mas nos acostumamos a presidentes de impacto, e isso pode decepcionar. Mesmo dando continuidade às políticas de Lula, como deve dar, terá de encontrar seu estilo, ser capaz de galvanizar o povo e de delegar a gestão. Isso não é simples, porém é importante - pelo menos, se seguirmos o modelo bastante eficaz da Presidência que tivemos nos últimos 16 anos.

Mas também há a hipótese de que um modelo mais discreto se esteja definindo com Dilma, curiosamente um modelo que lembra o que seria de José Serra: mais gestão do que liderança. Porque os padrões políticos mudam com o tempo e talvez hoje não necessitemos de líderes como precisávamos quando o Brasil vivia a inflação, a discussão sobre o papel do Estado e ainda não estava consolidada a prioridade de políticas sociais.

Renato Janine Ribeiro - O Estado de S.Paulo

Viciados na bondade de estranhos


Maria Bethânia e Gal Costa são duas das maiores intérpretes brasileiras. Nando Reis, ex-integrante do grupo de rock Titãs, teve suas composições-solo gravadas por cantoras como Marisa Monte e Cássia Eller.

O grupo Tchakabum não tem esse tipo de prestígio (Kleber Bambam, vencedor do primeiro Big Brother, era louco por suas canções), mas vende disco e lota shows.

Nas últimas semanas, entretanto, esses artistas estiveram em evidência não por suas eventuais qualidades, e sim pela indignação que provocaram quando veio a público que estão entre os vários contemplados pelo Ministério da Cultura com autorização para captar verbas acima de 1 milhão de reais por meio de benefícios fiscais previstos na lei Rouanet.

Do ponto de vista legal, nada impede que artistas consagrados busquem esses recursos, nem que o MinC aprove seus projetos: todos os processos citados correram dentro do escopo da lei.

A questão é outra – se é ético que os artistas peçam o que na prática não passa de subsídio estatal para sua carreira, e legitimo que o MinC acolha proposta como a que beneficia Maria Bethânia, para um blog em que
cada dia será postado um novo vídeo com ela declamando poesia.

Até prova em contrário, a única coisa que o público de Bethânia espera dela é que cante. E esse público, aliás, é apenas uma fração de um conjunto bem maior, o dos contribuintes que financiarão compulsória e involuntariamente – muitos dos quais não têm interesse em ouvi-la cantar, muito menos declamar.

Isso é, como bem definiu o músico Zé Rodrix, “usar o dinheiro de muitos para financiar a aventura pessoal de poucos”.

A lei Rouanet foi criada em dezembro de 1991 para estimular as empresas do país a investir na área cultural e retirar parte desse ônus do Estado. Como contra partida, ela permite abater até 4% do imposto devido. Ou seja, o dinheiro não sai dos cofres do Ministério da Cultura – mas é, sim, dinheiro público, que poderia ser aplicado tanto em projetos culturais merecedores como em saúde, educação ou qualquer outro setor.

Os nomes mais conhecidos costumam sair ganhando com a lei Rouanet porque, além do desconto no fisco, a vantagem para as empresas está em associar sua marca a um artista que lhes dê projeção.

Muito mais dificuldade encontram os projetos de música erudita e de artistas iniciantes ou experimentais. De instrumento para movimentar a cultura, então, a lei Rouanet muitas vezes é brandida como ferramenta para o assistencialismo de privilegiados.

Poderia ser pior: certas correntes usam essa distorção na aplicação da lei como argumento para pregar sua reformulação – segundo a qual o MinC seria empossado como distribuidor de verbas, o que transformaria a pasta naquele vergonhoso balcão de negócios que era, por exemplo, a extinta Embrafilme.
VEJA teve acesso aos requerimentos dos quatro artistas citados, bem como aos de Erasmo Carlos, Zizi Possi e da filha de Elis Regina. São de causar espanto os valores pedidos por alguns deles.

Maria Bethânia, por exemplo, achou que merecia 600.000 reais para ser diretora artística de seu próprio projeto, e pretendia remunerar o moderador do blog com rendimentos finais de 120.00 reais.

Gal Costa, que vai realizar 25 ensaios e oito shows para um tributo ao compositor Tom Jobim (já revisitado por ela em um passado não tão distante), classificou popular ingressos no valor de 50 a 100 reais.
Já o Tchakabum, em sua cruzada para divulgar o gênero neopagode, vai gastar 162.000 reais em cada um de seus dez shows gratuitos nas praias do Rio.

Se não barraram essa festa toda, os avaliadores do MinC ao menos corrigiram alguns valores. Os 600 000 reais de Maria Bethânia viraram 302 500 e os 120 000 do moderador do blog, 72 000. Os ingressos de Gal Costa baixaram para a faixa de 30 a 60 reais – que continua nada tendo de popular.

Em países como os Estados Unidos, é comum que artistas retribuam um pouco do carinho recebido nos primeiros anos de carreira. O ator Brad Pitt e o saxofonista Branford Marsalis ajudam na construção de casas para os desabrigados de Nova Orleans.

O ator Jack Black, famoso por suas comédias escatológicas, contribui financeiramente com a Filarmônica de Los Angeles. Tony Bennett, talvez o último grande cantor de jazz, criou programas musicais em sete escolas de Nova York e fundou a Escola de Artes Frank Sinatra na mesma cidade.

Patti LuPone, artista que reina nos palcos da Broadway mas está longe de ser milionário, é uma das principais colaboradoras da Juilliard School, emérita formadora de músicos e atores do primeiro time.

O artista brasileiro, por sua vez, sempre dependeu da bondade de estranhos. Foi mimado nos tempos gordos da indústria fonográfica, ganhou fama e dinheiro com shows e ocasionais vendas de discos. E hoje, quando as transformações no mercado não o favorecem, acha que o Estado lhe deve o favor de bancar seus sonhos.

Mesmo que a cortesia seja feita com chapéu alheio – o de seu público. Em meio a essa guerra de vaidades e vontades, o Tckakabum até faz menos feio: seus shows pelo menos serão gratuitos. O prejuízo do contribuinte, no caso, se concentrará mais no aparelho auditivo que no bolso.

Muito barulho por nada


Chega a ser impressionante a falta de perspectiva de alguns jornais quando discutem as movimentações do prefeito Gilberto Kassab. Quem os lê fica com a sensação de que elas são relevantes. Só que não têm a menor importância.

Desde o início do ano, Kassab estava anunciando que sairia do DEM, que pretendia deixar o partido pelo qual conseguira os mandatos de deputado federal, vice-prefeito e prefeito de São Paulo. Não por acaso, depois que havia ficado patente que a maioria de seus correligionários abandonava o serrismo e mostrava preferência por Aécio.

Sua primeira intenção foi migrar para o PMDB, coisa que fazia sentido, pois, no estado, o partido estava de portas abertas, à disposição de quem chegasse para ocupá-lo. Com a morte de Quércia e a posse de Michel Temer na vice-presidência da República, ficara acéfalo e parecia uma presa fácil.

Por dois motivos, essa opção teve que ser abandonada. De um lado, requeria o endosso da direção nacional peemedebista, o que se revelou complicado. De outro, implicava alto risco de perda do cargo, pela interpretação da Justiça Eleitoral a respeito da titularidade dos mandatos. Para ela, quem sai de um partido sem uma boa razão não leva o mandato que recebeu por seu intermédio. Kassab podia se mudar para onde lhe aprouvesse, mas teria que abrir mão da prefeitura.

Havia, no entanto, uma maneira de circundar esses obstáculos. Bastava criar um novo partido e a mágica estava feita. Como os tribunais entendem que sair de um partido para fundar outro livra o eleito da perda do mandato, o caminho era esse. Que tinha, além disso, a vantagem de não exigir a aprovação de ninguém.

Por mais vantajosa que fosse, essa alternativa ainda apresentava problemas. Partido novo é partido sem cadeiras conquistadas no pleito anterior, donde sem acesso à propaganda eleitoral gratuita e aos recursos do fundo partidário. Sem ambos, incapaz de disputar competitivamente as eleições.

Como, para cada dificuldade, costuma haver um remédio, inventaram uma solução. O partido novo seria de mentira, feito somente para driblar a legislação. Antes de 2014, o novo/falso partido se fundiria a algum existente. Seria apenas uma baldeação de Kassab e dos companheiros de aventura que amealhasse, enquanto não arribassem a um partido de verdade.

Durante alguns dias, vimos Kassab à procura de um nome para sua legenda. Que foi PDB e passou a ser PSD (o que deve ter feito com que muita gente ilustre, da estirpe de Juscelino e Tancredo, se revirasse na tumba). É uma escolha tão importante quanto a da cor da gravata que ele vai usar amanhã.

Contam-se nos dedos os políticos que têm relevância pessoal e liderança para fazer o que o prefeito resolveu fazer. E ele não é um deles.

Atualmente, talvez só existam dois, um em cada campo de nossa política. Lula, caso saísse do PT, ou Aécio, caso se retirasse do PSDB, fariam diferença, cada um à sua maneira e em sua escala. Deixariam lacunas imensas nos seus partidos de origem, levando consigo gente expressiva, em número e qualidade. Mudariam o jogo político e eleitoral. Obrigariam, por exemplo, a que novos cálculos para 2014 tivessem que ser feitos.

E Kassab? A única coisa certa é que sua saída é ruim para o DEM, que vai mal das pernas e sofre mais um revés. Mas sua entrada em um novo partido e sua posterior ida para outro não querem dizer (quase) nada.

Como mostram todas as pesquisas, ele tem, hoje, uma imagem apenas sofrível na cidade que administra. Não exerce liderança política, moral ou intelectual nas oposições. Pior, não tem votos. Seu projeto de governar São Paulo esbarra em Alckmin, mais querido que qualquer antecessor e forte candidato a permanecer no Palácio dos Bandeirantes na próxima eleição.

Mas é provável que nada disso tenha importância e que Kassab esteja apenas dando suporte aos planos de Serra, de tê-lo em algum lugar em que possa (talvez) ser útil no futuro. Com o aecismo em alta no DEM, pouco a fazer na sua sucessão e sem espaço na eleição de governador, ele não tem mesmo o que perder.

Arregimentar uma tropa de políticos de menor expressão e ver no que vai dar é melhor que ficar vendo o tempo passar.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Conheça as primeiras frases enviadas por Twitter, e-mail e torpedo



Muitas frases iniciais são bastante modestas

O Twitter foi lançado há cinco anos, completados nesta segunda-feira, com a mensagem simples de "just setting up my twitter" (algo como "estou preparando meu twitter").

Da mesma forma, muitos avanços tecnológicos que ajudaram a moldar o mundo foram iniciados não de forma solene, mas com palavras simples.

"Tudo bem, estamos em frente aos elefantes", foram as primeiras palavras transmitidas pelo YouTube por Jawed Karim, co-fundador do site em seu vídeo inaugural de 2005.

Seis anos e bilhões de páginas visitadas depois, o YouTube se tornou parte da paisagem midiática, usados tanto por líderes globais e como por donos de animais que fazem coisas divertidas.

Se Karim soubesse o tamanho que seu negócio assumiria, talvez tivesse dado a seu vídeo um senso de ocasião melhor. Talvez não. Afinal de contas, todo fenômeno novo tem que começar de alguma forma.

E agora, para marcar os cinco anos do Twitter, as primeiras palavras de Jack Dorsey, enviadas em 21 de março de 2006, estão sendo relembradas.

Considerando que esse primeiro post levou a bilhões de outros, foi um começo bastante humilde.

Celular

Martin Cooper em 73 (esquerda) e atualmente

Tecnologias mais velhas começaram de forma parecida. Martin Cooper recebeu o crédito de ter feito a primeira ligação de um telefone celular, de uma calçada de Nova York em 3 de abril 1973.

Falando dos EUA, Cooper atualmente com 82 anos de idade lembra como fez a chamada histórica usando um protótipo Dyna-Tac quando era, aos então 45 anos de idade, o chefe de uma equipe da Motorola.

"Chamei Joel Engel, meu rival na AT&T, à época a maior companhia do mundo. Nós éramos uma pequena empresa em Chicago. Eles nos consideravam uma pulga em um elefante", disse Cooper.

"Eu disse 'Joel, aqui é o Marty. Estou ligando de um telefone celular, um verdadeiro e portátil celular'. Houve silêncio do outro lado da linha. Suspeito que ele estava rangendo os dentes", afirma.

Cooper, atual presidente da ArrayComm, disse que a conversa foi curta. Teria ele pensado muito no que dizer?

"Foi espontâneo. Falava com um repórter, tentando pensar em algo inteligente para dizer, como faço agora, quando tive a conversa", diz ele.

"A questão na época não era criar uma revolução, como acabou acontecendo, mas sim competir com a AT&T."

Ele diz que, acima de tudo, esperava que a ligação funcionasse. E depois daquela rápida troca de palavras, uma indústria global de telecomunicações floresceu junto com uma vasta gama de tecnologias que ajudam a determinar como vivemos.

Telefone

Uns cem anos antes de Cooper fazer história, Alexander Bell testava sua nova invenção, o telefone, ligando para seu assistente no quarto ao lado. "Sr. Watson, venha cá. Quero ver o senhor" foram suas primeiras palavras.

Em 1969, Neil Armstrong proferiu algumas das mais famosas e discutidas frases da história quando caminhou pela primeira vez na superfície lunar:"Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade".

O escritor de discursos Max Atkinson diz que estas palavras estabeleceram um padrão, envelhecendo tão bem. Uma das regras de uma grande frase é ela trazer algum contraste, coisa que Armstrong fez brilhantemente.

Atkinson diz que provavelmente a Nasa teve alguma influência no que o primeiro homem na Lua iria dizer. Lançar uma empresa online é diferente e só sabemos se as ideias vão ser bem-sucedidas com o tempo.

Torpedo

O primeiro torpedo para celular foi mandado pelo engenheiro Neil Papworth, então com 22 anos, da empresa Sema, agora Airwide Solutions, em dezembro de 1992 e dizia apenas "feliz Natal".

O atual chefe de tecnologia da Airwide, Terry McCabe, diz que a frase foi corriqueira porque muitos testes anteriores haviam falhado.

"Se fosse responsável por reescrever ela atualmente, faria uma paródia da frase Armstrong: 'uma mensagem breve para um homem, um salto gigante com para a humanidade'".

Ele diz que hoje cinco bilhões de pessoas podem enviar mensagens de texto, mas na época os telefones não tinham essa capacidade. Os torpedos só se popularizaram quando foi possível mandar mensagens entre operadoras e com o surgimento dos fones pré-pagos.

McCabe diz que seria um erro pensar tanto em termos históricos e as palavras mundanas que inauguram tecnologias devem ser admiradas por serem justamente tão modestas.

O primeiro e-mail é um bom exemplo. Credita-se o engenheiro informático Ray Tomlinson por tê-lo enviado em 1971 de um computador a outro em Cambridge, Massachusetts. Se conteúdo não era importante.

"É provável que a primeira mensagem fosse algo como QWERTYUIOP ou algo do gênero", afirma McCabe.

Paul Armstrong, chefe de mídias sociais da empresa britânica Mindshare, diz que o fato de que frases iniciais de projetos deste tipo sejam despretensiosas mostram o quanto o mundo mudou.

"O mundo hoje muda muito mais rapidamente do que fazia em 1969 e no momento em que essas frases são ditas, não se sabe se elas vão ser um sucesso ou fracasso. Para cada uma que permanece, existem milhares que não atingem sucesso comercial", diz ele.

Os autores não estariam pensando em frases elegantes, mas "muito mais focados em fazer a coisa funcionar. Por isso você não vê frases muito profundas". BBC Brasil

Zangief Kid: Garoto vítima de bullying resolve reagir. E o outro lado


O nome dele é Casey Heynes, um australiano de 16 anos, alto, gordo e quieto. Esse garoto se tornou a sensação na internet depois de divulgado no Youtube um vídeo com ele reagindo a algumas agressões.

Casey foi apelidado de Zangief Kid quando ao receber socos no rosto reagiu furiosamente, levantando e jogando o seu agressor contra o chão. O magrelinho teria quebrado uma perna.

Segundo o pai do Casey, ele sofria agressões há anos e por ser uma pessoa tranqüila, não revidava.

Este garotinho valentão nunca mais vai querer agredir alguém. Pelo menos vai pensar duas vezes antes de tentar qualquer coisa contra qualquer pessoa, principalmente uma que seja maior que ele.

Em apenas semana Casey Heynes deixou de ser motivo de piada entre os colegas de escola para transformar-se em um ícone. Tudo porque reagiu de forma inesperada às provocações e agressões de um outro garoto. O vídeo caiu na rede e o garoto ficou famoso. Entretanto, pouco se sabia a respeito da história de Casey, até que uma emissora de TV decidiu entrevistá-lo.




Abaixo a entrevista do garoto que agrediu Zangief Kid, Ritchard Gale,



VÍDEO ALTERNATIVO EM CASO DO YOUTUBE TER DELETADO O SEGUNDO VÍDEO:


Entrevista com Casey Heynes o Zangief Kid! Versão Completa e Legendada! por evelryu no Videolog.tv.

Por que Lula é "o cara" e FHC é personagem da revista "Caras"

O Itamaraty convidou todos os ex-presidentes brasileiros para o almoço que será oferecido ao presidente dos EUA, Barack Obama, no sábado, em Brasília.

O presidente Lula, segundo sua assessoria, declinou do convite, entendendo que o encontro é mais apropriado aos chefes de Estado.

Lula é ciente da responsabilidade de seu papel e de sua dimensão política. Haveria um gesto carregado de simbolismo político se ele fizesse uma distinção especial ao presidente dos EUA e não fizesse o mesmo às dezenas de presidentes africanos, latino-americanos e asiáticos que visitam o Brasil.

É como aquela história que ele conta, quando era presidente e no primeiro encontro de presidentes, todos se se levantaram da cadeira quando Bush chegou, e ele não, afinal ninguém havia se levantado quando ele (Lula) havia chegado, então por que fazer um distinção especial ao presidente dos EUA? E não houve nenhum atrito nas boas relações por isso.

Voltando ao almoço do Itamaraty, se Lula fosse, compareceria como líder político, e estaria ali prestigiando não a pessoa de Obama, com quem sempre se relacionou bem pessoalmente, e sim as políticas que Obama carrega na bagagem, onde há contenciosos bilaterais e multilaterais com o Brasil em disputa.

E que sentido político haveria num encontro destes? Falar o quê, se Dilma dirá tudo o que o Brasil e ele teriam a dizer?

Só faria sentido fazer tal distinção especial, se Obama viesse ao Brasil anunciar alguma mudança de posição no protecionismo comercial, na flexibilização da posição dos EUA na rodada de Doha ou na conferência do clima; enfim, algum acordo importante para o Brasil ou para os países mais pobres, negociado ao longo do governo Lula, que estivesse sendo destravado. Fora isso, estaria apenas prestigiando indiretamente e sem querer, as posições estadunidenses nas mesas de negociação internacionais.

Já FHC fez a mala e desembarcou em Brasília ainda na sexta-feira, a tempo de ser o primeiro da fila na "boca livre".

FHC não tem esse problema, porque ele também é ciente de sua dimensão política. No caso, da pouca dimensão que tem, pelo legado sofrível que deixou do seu governo e pelo próprio correr do tempo. FHC não vai prestigiar, vai atrás de prestígio para si. Com isso, animará metade da platéia de leitores demo-tucanos do PIG com suas fotos para revista "Caras", e irritará a outra metade ao ir, mais uma vez, bajular a presidenta Dilma Rousseff.

BLOG OS AMIGOS DO PRESIDENTE LULA

Arruda diz que ajudou líderes do DEM a captar dinheiro, VEJA esondeu a informação


Em entrevista publicada ontem no site da revista “Veja”, o ex-governador José Roberto Arruda, suspeito de comandar esquema de corrupção no Distrito Federal, afirma que atendeu de “pequenos favores aos financiamentos de campanha” de integrantes da cúpula do DEM. Os democratas reagiram dizendo que irão processá-lo.
Para não ser expulso do partido, Arruda abandonou o DEM em 2010. Ele perdeu o cargo em março de 2010 depois de passar dois meses preso, acusado de coagir testemunhas da investigação.
De acordo com os advogados do ex-governador, Cristiano Maronna e Nélio Machado, a entrevista foi dada em setembro de 2010. Eles alegam que as declarações estão “fora de contexto”.
“Toda a ajuda que ele deu ao partido foi rigorosamente dentro da lei”, afirmou Cristiano Maronna.
Arruda não diz, na entrevista, se o dinheiro tinha origem ilícita ou não. E afirma que não sabe se os repasses foram declarados à Justiça Eleitoral.
À revista, o ex-governador declarou que ajudava a “nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários”.
O presidente do DEM, José Agripino, disse que Arruda tenta se vingar dos ex-companheiros. O senador Demóstenes Torres (GO) afirmou que vai processar o ex-governador

Para não prejudicar Serra, e os demos candidatos ao Senado na eleição de 2010, a Veja só publica agora a entrevista. E só está publicando porque seria matéria em outra revista concorrente neste fim de semana. SIC seria a revista Época

Segundo o ex-governador, em entrevista à VEJA,  dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres
 
José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país. Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.

Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista: 

O senhor é corrupto?
Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?
Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Como o senhor ajudou o partido?
Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.

O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?
Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.

E o financiamento?
Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).
De que modo o senhor conseguia o dinheiro?
Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.

Esse dinheiro era declarado?
Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?
A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?
O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?
Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo?
Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?
Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.


Blog da Bethânia é odara


A cultura brasileira deve muito aos baianos. E eles fazem questão de cobrar. Portanto, vamos parar de mesquinharia com a Maria Bethânia. Não adianta nada mesmo.

A cantora, cansada de ser aplaudida por sua voz maravilhosa, resolveu testar sua capacidade de despertar ódio e vaias. Porreta. Só para contrariar, tem meu apoio.

Que mal há em receber autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 1,3 milhão destinado à criação de um blog pessoal? Isso é trocado, mixaria perto do que Caetano, Gil e Gal já embolsaram de incentivos fiscais.

E podia ser pior. E se o dinheiro fosse para um show do Timbalada? Ou Claudia Leitte? Ivete, então? E o Psirico, que medo! Ninguém pensa nisso!? É preciso ter muito cuidado com dinheiro público.

Implicância da oposição, preconceito contra nordestinos, coisa de sulista mal amado. Só pode. Um blog é algo inofensivo, imóvel, quietinho, jóia rara. É pro mundo ficar odara. Antes isso.

E outra: o MinC liberar a bufunfa não significa que vai aparecer alguma Odebrecht para patrocinar. Não é assim. É lento, demora, dá preguiça. E a Petrobras também vai querer brigar pelo direito de explorar em profundidade essa opção.

Nossa abelha-rainha da MPB merece respeito, carinho, consideração. É uma senhora. O que ela precisa é se benzer contra essa gente invejosa, que bota olho gordo no sucesso alheio. Eparrei!

Se precisar, eu ajudo a fazer uma vaquinha. Passo o chapéu, de boa. Não quero que os nossos gênios baianos fiquem chateados. Imagina que perigo, se Caê resolve entrar na briga?

Viciados e lucrativos

Depois de se livrar de problemas com álcool e drogas há mais de duas décadas, o ator e comediante Tom Arnold se tornou um silencioso agente de reabilitação na comunidade de Hollywood, facilitando intervenções que ajudassem astros e executivos da indústria a se livrar do vício.

Mas até um experiente sobrevivente do show business como Arnold ficou chocado com o que ocorreu quando tentou afastar seu amigo e ex-vizinho, Charlie Sheen, da beira do abismo. "Procurei uma pessoa próxima a ele e disse: ‘Esse sujeito está envolvido com drogas pesadas. Temos que ajudá-lo’", lembrou Arnold numa entrevista. "E a pessoa me respondeu, com toda a sinceridade: ‘Ganhamos muito dinheiro com ele. Não posso tomar parte nisso’".

Embora o mau comportamento de estrelas seja tolerado em alguns setores - por exemplo, nos esportes e no universo da alta costura -, Hollywood tem um longo histórico de encorajamento a viciados. Médicos contratados pela Metro deram a Judy Garland anfetaminas e outras drogas para combater o cansaço e controlar o peso, preparando o terreno para uma luta contra o vício que a atriz acabaria perdendo. No caso de Sheen, consumidor de crack e frequentador de prostíbulos, muitos dizem que sua situação é resultado da ação de uma longa lista de facilitadores: empresários, agentes, publicitários; assessores e companheiros de farra; prostitutas, traficantes e estrelas pornô; e a imprensa sensacionalista, que há anos lucra com suas peripécias.

O esforço dessas pessoas pode ter sustentado Sheen durante sua carreira, mas parece que o tiro finalmente saiu pela culatra. Como protagonista de uma comédia campeã de audiência, Sheen é mercadoria valiosa na Hollywood de hoje, e seu ataque de nervos público ocorreu no ponto mais rentável de sua carreira. A CBS, que transmite o programa Two and a Half Men, e a Warner Brothers, sua produtora, cancelaram o restante da atual temporada e podem perder US$ 250 milhões se a próxima também for cancelada.

A decisão de cancelamento foi tomada depois de tentativas de convencer Sheen a admitir seu problema com o vício. Um executivo ligado ao programa falou de uma recente visita de Leslie Moonves, principal executivo da CBS, e Bruce Rosenblum, diretor do grupo de televisão da Warner, à casa de Sheen. Eles acharam o ator mais para sem-teto que para estrela. Sheen teria concordado em ser internado numa clínica, mas, dias depois, disse que se recuperaria em casa. Os dois concluíram que Charlie estava zombando deles.

A inacreditável resistência do ator permitiu que ele misturasse trabalho e diversão de uma maneira que teria derrubado outros. "Ele podia ficar na balada até as 5 da madrugada, mas às 7 estava sempre no estúdio", disse alguém próximo a Sheen.

Mas não foi apenas a saúde de ferro que permitiu ao ator continuar trabalhando. Basta perguntar aos que já conviveram com Sheen qual a lembrança que têm dele e a resposta invariavelmente envolve sua generosidade e sua capacidade quase sobrenatural de cair nas graças das pessoas, apesar de seus demônios internos. Jim Abrahams, que dirigiu Sheen em Top Gang - Ases muito Loucos e Top Gang 2: A Missão, lembra como o ator passou a lhe dar presentes, como uma bola de beisebol de 1957 autografada pelos Milwaukee Braves, depois de descobrir que o diretor era fã de esportes e tinha nascido no Wisconsin. "Ele é um ator de enorme talento", diz Abrahms. "Não reconheço o sujeito ressentido que tem aparecido nessas entrevistas na TV. Nunca vi esse lado dele e duvido que na época ele não estivesse abusando das drogas no tempo livre."

Abrahams afirma que Sheen falava abertamente sobre seu vício, chegando a mencionar o estrago que tal estilo de vida já teria causado em seu cérebro. "Ele me disse que ao assistir a seus filmes não se lembrava de ter gravado cenas inteiras - não porque estivesse sob o efeito de drogas enquanto atuava, mas porque todo aquele embalo já estava começando a afetar sua memória."

Em termos de salário, o auge de sua carreira cinematográfica foi Velocidade Terminal (1994), thriller de ação da Disney pelo qual o ator recebeu US$ 6 milhões. O filme teve retorno modesto de bilheteria, mas o grande golpe contra o valor de mercado de Sheen foi o espetáculo público de seu depoimento, registrado em vídeo, na acusação de conspiração federal e evasão fiscal contra Heidi Fleiss, cafetina de Hollywood.

Sheen admitiu ter gastado mais de US$ 50 mil com prostitutas num ano. Pouco à vontade no depoimento, fez comentários machistas que depois se tornariam sua marca registrada em Two and a Half Men. "Serviços heterossexuais", diz ele em certo momento, esclarecendo o que Heidi Fleiss fornecia. Sheen também se envolveu em incidentes de violência doméstica com duas de suas mulheres e, no semestre passado, uma acompanhante paga disse que ele tentou estrangulá-la. Alguns dizem que seu comportamento com as mulheres foi tolerado porque Hollywood mantém a atmosfera de um clube masculino, e as empresas apontavam o fato de ele não ter sido acusado formalmente ou ter recebido penas leves pelos incidentes.

Além de Tom Arnold, outras pessoas na vida de Sheen tentaram convencê-lo a se tratar, como Sean Penn e Mel Gibson. Martin Sheen, que lutou contra o vício no passado, foi talvez aquele que exerceu mais pressão. Em 1998, quando Charlie foi levado de ambulância para o hospital por "cansaço extremo", seu pai convocou uma coletiva. "Meu filho sofreu uma overdose de drogas", disse Martin, chorando. "Esperamos que concorde com a recuperação e finalmente se liberte."

Charlie Sheen acabou procurando a reabilitação, mas o incidente provocou um cisma. "Não se pode comentar esse episódio com ele", disse Arnold. "Charlie ficou furioso com aquilo. Demorou algum tempo até que voltasse a falar com o pai. Mas tenho certeza de que, na época, a vida de Charlie foi salva por essa intervenção."

BROOKS BARNES, BILL CARTER E MICHAEL CIEPLY - THE NEW YORK TIMES

A revolução Geek



Livros intempestivos são uma subcultura interessante. Lembro-me de Dow 36.000, escrito por James Glassman e Kevin Hassett, publicado em 1999, quando a bolha de tecnologia chegava ao pico. Agora temos o livro de Evgeni Morozov The Net Delusion - que leva o subtítulo The Dark Side of Internet Freedom. Ele chega às lojas quando a juventude na Tunísia e no Egito, armada com o Facebook, se levanta para mostrar o poder libertador da mídia social.


Morozov, nascido na Bielo-Rússia, educado na Bulgária e vivendo na Califórnia, é um jovem de roupas amarrotadas, óculos, 26 anos ("sou embaraçosamente jovem", me disse ele), sem carteira de motorista e um cérebro fora do comum. É divertido e fala muito rápido, como se as palavras estivessem tentando, em vão, compor-se com as ideias que passam pela sua cabeça, como elétrons em torno de um átomo.

E essas ideias, reunidas no seu livro repleto de detalhes, são do tipo: os idealistas do mundo cibernético, principalmente a secretária de Estado Hillary Clinton, difundiram uma perigosa ilusão ao sugerir que, por meio dos blogs, Twitter, Facebook, YouTube e Google, o mundo consegue abrir o caminho para a liberdade e a democracia.

Numa era em que os melhores e mais brilhantes hoje são também os mais geeks, Morozov afirma que, com frequência, a chamada "doutrina Google" se tornou uma sedutora armadilha. A internet, na verdade "dá poderes aos fortes e os tira dos fracos". Longe de favorecer os oprimidos, ela dá novos instrumentos para o opressor reprimir alguns oponentes - "uma senha roubada hoje abre portas de dados que não existiam" - colocando outros numa atitude passiva.

O fato de a mídia social estar dominada pelas corporações americanas dá munição a governos repressivos, da Bielo-Rússia à China, para tramarem convincentes teorias conspiratórias, fundindo, digamos, o Twitter com complôs do governo americano, especialmente quando, como ocorreu com a insurreição iraniana em 2009, existem contatos públicos entre autoridades do Departamento de Estado americano e a companhia.

Considero Morozov brilhante e seu livro é uma provocação útil. Mas acho também que ele está totalmente errado.

É certo que na primeira década do século 21 o autoritarismo antiocidental vem tomando corpo, e não há dúvida de que aqueles que administram sistemas repressivos estudaram como explorar, ou suprimir, uma tecnologia revolucionária que os desafia. Mas eles nadam contra a corrente. A liberdade de os indivíduos se conectarem é um instrumento de libertação - e poderoso.

Escrevo este artigo no meu retorno da Tunísia, onde o Facebook permitiu que os jovens manifestantes se conectassem para derrubar um ditador, como também vejo as imagens no YouTube dos corajosos jovens egípcios enfrentando os cassetetes e os canhões de água dos asseclas de Hosni Mubarak.

"Eles têm tudo, eles têm tudo", dizia um manifestante ensanguentado sobre a força bruta que enfrentou. Sim, quando o que você tem é um grande martelo - e isso é só o que ficou no arsenal dos regimes árabes decadentes e nepotistas -, tudo parece um prego.

A verdade é que esses homens - some o governo de 23 anos do ditador tunisiano deposto Ben Ali aos reinados de Mubarak e Kadafi na Líbia e você vai ter quase um século de despotismo - são relíquias que o mundo ligado na internet mostrou serem de mentira.

A organização, a comunicação em rede, o acesso a ideias e informações suprimidas, a prática do debate e o fortalecimento pessoal numa cultura de humilhação e conspiração: eis algumas dádivas que a mídia social vem concedendo a populações, na maioria jovens, em todo o mundo árabe.

O impacto da internet reside sobretudo no fato de ela expor a ilusão que levou os governos ocidentais a apoiar os autocratas árabes: de que a alternativa seriam os jihadistas islâmicos. A revolução na Tunísia foi da classe média, não islâmica e pró-ocidental. As pessoas nas ruas do Cairo são jovens conectados, não ideológicos e pragmáticos. Eles querem a promessa de que Mubarak não participará da eleição neste ano nem transferirá o poder para seu filho Gamal, que, a propósito, tem um belo apartamento na elegante Eaton Square, em Londres.

Se Hillary Clinton foi séria ao anunciar que a prioridade dos Estados Unidos hoje é "aproveitar o poder das tecnologias de conexão e aplicá-las a nossas metas diplomáticas" e se acha realmente que as estruturas árabes estão "afundando na areia", este é o momento de apoiar a mudança no Cairo.

E não posso pensar numa melhor expiação para os erros de Morozov do que ele aplicar sua genialidade e conhecimento da internet à causa da democracia tunisina e egípcia. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO - Jornal "O Estado de S.Paulo"


Terremoto de magnitude 8,9 atinge o Japão


Um forte terremoto de magnitude 8,9 afetou vastas áreas no nordeste do Japão nesta sexta-feira e provocou um tsunami de 10 metros de altura que arrasou casas, prédios e áreas agrícolas, deixando pelo menos 60 mortos. Outras 56 pessoas estão desaparecidas. Em Sendai, entre 200 e 300 mortos foram encontrados afogados após o tsunami, mas estas mortes ainda não foram contabilizadas no balanço oficial.


O governo japonês declarou estado de emergência na usina nuclear de Fukushima e outras três centrais atômicas foram fechadas. Ao menos 2 mil pessoas foram retiradas de áreas próximas após as autoridades não terem conseguido resfriar o combustível nuclear. Não há, no entanto, segundo os oficiais responsáveis, vazamento radioativo.

Fábricas e refinarias foram fechadas e milhões de pessoas estão sem energia elétrica. Há cerca de 80 incêndios provocados pelo terremoto, um deles em uma refinaria. O aeroporto de Narita, o maior do país, chegou a ser fechado, mas já foi reaberto. O tremor também paralisou em todo o país os serviços do "shinkansen", o trem-bala japonês, segundo a companhia ferroviária JR East. Um trem com passageiros desapareceu na área afetada pelo tremor.

O primeiro-ministro Naoto Kan disse a políticos que eles precisam "salvar o país" após o desastre. "O terremoto causou diversos danos em vastas áreas do norte do Japão", afirmou.

Foi o maior terremoto no Japão desde que começaram a ser registrados, há 140 anos e o sétimo pior da história. O tremor principal aconteceu às 2h46 de Brasília, com epicentro a 130 quilômetros de Sendal, na ilha de Honshu, e com profundidade de 24,4 quilômetros, na mesma região onde há dois dias ocorreu um terremoto de 7,3 graus que não deixou vítimas.


Site do ESTADÃO

Merval e Mainardi: próximos de Serra e EUA


Não havia muitas dúvidas de que Merval Pereira e Diogo Mainardi fizeram de suas colunas (em “O Globo” e “Veja”) um espaço aberto a serviço de Serra, durante a campanha de 2010.

Mas não se sabia que eles cumpriram também o papel de correia de transmissão entre o serrismo e os EUA.

Textos publicados por Maria Frô e Miguel do Rosário no blog Gonzum mostram as relações estreitas entre os jornalistas e o Consulado dos EUA no Rio. Tudo baseado em telegramas do wikileaks, repassados com exclusividade a um grupo de blogs (entre os quais se encontra esse Escrevinhador).

Aqui, a tradução dos telegramas no blog da Maria Frô:

WikiLeaks
24) CABLEGATE DE HEARNE
246840/ 2/2/2010 19:13/ 10RIODEJANEIRO32/ Consulate Rio De Janeiro/ NCLASSIFIED//FOR OFFICIAL USE ONLY
Excertos dos itens “não classificados/para uso exclusivamente oficial” do telegrama 10RIODEJANEIRO32.

A íntegra do telegrama não está disponível.

ASSUNTO: Ideias sobre possíveis candidatos a vice-presidente para José Serra


RESUMO. 1. (SBU) Observadores políticos e atores do PSDB no país entendem que há possibilidade de candidato do PSDB à presidência (na dianteira, nas pesquisas de intenção de voto) convidar a candidata Marina Silva, do Partido Verde, para sua chapa, como vice-presidente. Embora pareça pouco provável, nesse ponto, que Marina Silva aceite esse papel, muitos creem que, pelo menos, ela apoiará Serra num eventual segundo turno contra a candidata do PT Dilma Rousseff. Apesar de a hipótese Marina não estar descartada, analistas do PSDB veem, como cenário mais provável, que o governador de Minas Gerais, Aecio Neves (PSDB) venha a completar a chapa com Serra, como candidato à vice-presidência, apesar de Neves já ter declarado publicamente que concorrerá ao Senado. Mas, com a vantagem de Serra encolhendo nas pesquisas recentes, ressurge a especulação de que Serra possa renunciar a favor de Neves como candidato do PSDB. Até aqui, Serra é o candidato mais provável, e muitos dos nossos interlocutores declararam que uma chapa Serra-Neves seria o melhor caminho para Serra enfrentar com chances de sucesso os esforços do presidente para traduzir sua popularidade pessoal em votos para Dilma Rousseff, na sucessão. FIM DO RESUMO.


NO RIO, ANALISTAS DISCUTEM ALTERNATIVAS PARA A VICE-PRESIDÊNCIA


2. (SBU) Em almoço privado dia 12 de janeiro, o importante colunista político da revista Veja Diogo Mainardi disse ao cônsul dos EUA no Rio de Janeiro que a recente coluna [de Mainardi] na qual propõe o nome de Marina Silva como vice-presidente na chapa de Serra foi baseada em conversa entre Serra e Mainardi, na qual Serra dissera que Marina Silva seria a “companheira de chapa de seus sonhos”.


Naquela conversa com Mainardi, Serra expôs as mesmas vantagens que, depois, Mainardi listou em sua coluna: a história de vida de Marina e as impecáveis credenciais de militante da esquerda, que contrabalançariam a atração pessoal que Lula exerce sobre os pobres no Brasil, e poriam Dilma Rouseff (PT) em desvanagem na esquerda, ao mesmo tempo em que ajudariam Serra a superar o peso da associação com o governo de Fernando Henrique Cardoso que Dilma espera usar como ponto de lança de ataque em sua campanha. Apesar disso, Mainardi não acredita que Marina associe-se a Serra, porque está interessada em fixar sua própria credibilidade, concorrendo, ela mesma, à presidência. Mas Mainardi disse que crê – como também Serra – que Marina Silva pode bem vir a apoiar Serra num eventual segundo turno contra Dilma.


3. (SBU) Em plano mais realista, Mainardi disse ao cônsul que o governador de Minas Gerais Aecio Neves dissera a Mainardi, no início desse mês, que Neves permanecia “completamente aberto” à possibilidade de concorrer como candidato a vice, na chapa de José Serra. (Nota: Dia 17/12/2009, Neves declarou oficialmente encerrada a discussão sobre sua pré-candidatura à presidência e mostrou interessem em concorrer como vice-presidente [referido em outro telegrama. FIM DA NOTA).


Apesar das declarações públicas de que concorrerá ao Senado, Mainardi disse que Neves planeja esperar um cenário no qual o PSDB, talvez à altura do mês de março, convide Neves para compor a chapa, com vistas a aumentar a chance do partido contra Dilma. As ambições pessoais de Neves e seu desejo, intimamente ligado àquelas ambições, de não atrapalhar o PSDB nas próximas eleições, levariam Neves a compor a chapa, ao lado de Serra – na opinião de Mainardi.


É a mesma opinião de Merval Pereira, colunista do jornal O Globo, o maior do Rio de Janeiro, que se reuniu com o Cônsul dia 21/1. Pereira disse ao cônsul que tivera uma conversa com Neves na véspera, na qual Neves dissera estar “firmemente comprometido” a ajudar Serra fosse como fosse, inclusive como vice-presidente, na mesma chapa.


Na opinião de Merval Pereira, uma chapa Serra-Neves venceria. Pereira disse também acreditar que não só Neves aceitará a vice-presidente de Serra, mas, também, que Marina Silva também apoiaria Serra num eventual segundo turno.
(…)


RELAÇÕES PERIGOSAS

Bastante esclarecedor o conteúdo de um dos telegramas mais polêmicos revelados pelo Wikileaks até agora, que mostra como o então candidato a presidente José Serra (PSDB) operou junto a certos membros da imprensa durante as eleições de 2010. E também sobre como jornalistas de veículos notórios por sua oposição ferrenha ao PT se prestam ao papel de correia de transmissão entre o tucanato e o Departamento de Estado norte-americano, compartilhando informações diretas do candidato da oposição e suas previsões sobre o desfecho das eleições brasileiras.

O plantio de informações favoráveis a sua candidatura por parte de Serra em colunas tradicionais de jornais brasileiros é desnudada no diálogo entre os profissionais e o cônsul norte-americano no Rio. Em um dos contatos de um jornalista com o consulado, em janeiro de 2010, o colunista revela que almoçou com Serra e que o candidato disse que Marina Silva (PV) seria sua “companheira de chapa dos sonhos”. Os motivos, de acordo com o que teria dito o tucano, seriam agregar apoio de parte do eleitorado de esquerda, ganhar a simpatia dos pobres e descolar sua imagem da do governo de Fernando Henrique Cardoso.

São exatamente os mesmos argumentos que o colunista publicou a título de análise pessoal em seu espaço em uma revista semanal de grande circulação, na mesma época: o texto foi ditado por Serra, em clara exaltação à possibilidade de que uma “chapa cabocla” fosse capaz de bater o PT nas urnas.

Cabe lembrar que, à época, ainda articulava-se muito fortemente sobre a possibilidade de que o então governador de Minas Gerais e hoje senador Aécio Neves (PSDB) viesse a compor uma “chapa pura” com Serra. O tucano paulista, confiante por estar à frente nas pesquisas de intenção de voto, começou ali a boicotar o colega de sigla –mais carismático e menos centralizador, que ameaçava a posição de Serra como líder do PSDB.

A essência do tipo de política que Serra pratica está nesse trecho de correspondência da diplomacia norte-americana: manipulação de informações por meio de aliados no seio da grande imprensa, maquinações contra aliados e, principalmente, um discurso enganoso para o eleitorado. Afinal, quantas vezes ele protestou quando era acusado de estar tentando esconder a “herança maldita” do governo FHC, do qual foi um dos principais expoentes? Pois disse, ao colunista, que queria Marina como vice; ex-ministra do governo Lula, ela permitiria que ele não fosse identificado como aliado do ex-presidente tucano, mas, sim, um defensor da continuidade do governo petista –o que nunca foi.

A promiscuidade das relações entre Serra, seu partido e parte da grande imprensa é um acinte contra a liberdade de escolha do cidadão, porque o induz ao erro tanto na hora do voto quanto na avaliação do trabalho do governo, a partir do que é publicado nos veículos que abrem mão de critérios éticos de apuração para publicar seus “ditados”.

Temos ciência dessas informações, hoje, graças à internet: em primeiro lugar ao Wikileaks, que vêm prestando relevante serviço público ao divulgar informações confidenciais da diplomacia norte-americana, e em seguida à rede de blogs que trabalha para esfacelar o discurso único, imprimindo pluralidade à comunicação de massas no Brasil.

Nas eleições, quando a central de boatos da oposição estava a mil para atingir Dilma Rousseff com calúnias de toda natureza, foram esses corajosos produtores de informação que desfizeram a trama de mentiras. Agora, consolidados como alternativa para a obtenção de informações, seguem contribuindo para que as práticas mais arcaicas e antiéticas da política brasileira sejam escancaradas ao público e percam a efetividade.

José Dirceu, 64, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

Aécio quer acabar com o Bolsa-família, entregando o dinheiro na mão de coronéis políticos

O senador Aécio Neves serviu como garoto-propaganda da cerveja Devassa, no carnaval.
O demo-tucano vestiu a camisa da cervejaria, literalmente.
No ano passado, a garota-propaganda da cerveja foi a modelo estadunidense Paris Hilton, que andou exagerando na bebida e fazendo performances desastrosas.

BOLSA FAMÍLIA

O senador demo-tucano Aécio Neves (PSDB/MG) sugeriu acabar com o Bolsa-família no formato atual.

Ele declarou ao jornal Estadão:

"A questão do Bolsa Família acaba com os prefeitos que querem intermediar as políticas sociais e ficam de fora".

Essa história de "querer intermediar..." é o tipo de coisa que mais dá trabalho à Polícia Federal, e a CGU (Controladoria Geral da União), em escândalos de corrupção com verbas repassadas.

O demo-tucano está regredindo ao tempo dos coronéis políticos, que submetiam o povo a passar fome, e confundiam, de propósito, direitos do cidadão com favores materiais em troca de voto.

Os coronéis pegavam dinheiro público para distribuir cestas básicas e coisas do gênero, escolhendo a dedo quem receberia, sem regras claras.

Os desonestos davam sumiço, pelo menos em parte, no dinheiro. Os honestos, ainda assim, não conseguiam fazer chegar a todos que precisavam, nem a tempo de não passarem fome. E ainda criavam uma relação de dependência material em troca de votos, em vez da situação de altivez do cidadão, atualmente, que porta um cartão do Bolsa-família porque tem direito à ele, e não por favor de ninguém.

O sucesso e os bons resultados do Bolsa-família, reconhecidos mundialmente, está justamente em entregar o dinheiro diretamente na mão da cada família (geralmente para a mãe), sem intermediários e sem desvios.

Os prefeitos já tem um papel importante nesse processo: fazer e manter o cadastro dos beneficiários que vivem em sua cidade.

Prefeito que é honesto, e que não é adepto do coronelismo político, tem coisas muito mais importantes a fazer e reivindicar na área social, do que estragar um programa exemplar: providenciar terrenos seguros e bem localizados para a baixa renda no "Minha Casa, Minha Vida", apresentar projetos de saneamento básico, comprar merenda escolar da agricultura familiar, contratar cooperativas de catadores para recolher e reciclar o lixo, em vez de só contratar grandes empreiteiras, fazer projetos de creches, UPA's, escolas técnicas, cidades digitais para banda larga, melhorar aplicação de verbas e salários dos professores na educação municipal, combater desvios e desperdícios no SUS e na educação, etc, etc, etc...

BLOG OS AMIGOS DO PRESIDENTE LULA

Cantando na areia



Antes elas se apresentavam em Las Vegas sem se incomodar com o jamegão de um mafioso no contracheque. Depois passaram a gravar comerciais no exterior, promovendo até produtos de que nunca ouviram falar. Há quatro anos, descobriram um novo mercado de trabalho: shows particulares para ditadores africanos e sua parentela. Com a indústria de discos fazendo água por todos os sulcos, os tiranos foram recebidos como um presente de Euterpe. Só a família Kadafi contratou os serviços de meia dúzia de estrelas pop, nos últimos quatro anos.

Gene Kelly cantava na chuva. Beyoncé, Mariah Carey, Nelly Furtado, Lionel Richie e os rappers Usher e 50 Cent foram cantar nas areias da ilha caribenha de St Barts, a soldo dos Kadafi Boys. A opção seria a areia do Saara. Cachês milionários. A gostosona Beyoncé levou US$ 2 milhões para se exibir cinco vezes no réveillon passado. Mariah faturou a metade por quatro números. O WikiLeaks não especificou a soma embolsada pelos rapazes, mas ninharia não foi: 50 Cent, que já dissera a que veio ao trocar o tráfico de drogas pelo show business e gravar um álbum intitulado Get Rich or Die Tryin’ (Fique rico ou morra tentando), só gosta de centavo no nome.

Se a repressão sob a qual vivem as mulheres líbias em algum momento constrangeu Beyoncé, só ela ou seus próximos podem esclarecer. O fato é que, até agora, apenas Nelly Furtado desculpou-se por sua ganância e falta de consciência. “Em 2007, eu recebi US$ 1 milhão do clã dos Kadafis para fazer um show de 45 minutos para convidados num hotel na Itália. Vou doar tudo” - tuitou a cantora luso-canadense, no início da semana. Para que instituição de caridade, não informou.

Também nas encolhas permaneceram a cantora Kesha (contratada pelo tirano Robert Mugabe para animar uma festa anual no Zimbábue) e os rappers Chris Brown (atração no palácio real da Arábia Saudita) e Eminem (principal nome de um espetáculo soi-disant beneficente patrocinado por Asayas Afwerki, aquele que adiou por 40 anos as eleições na Eritreia).

Às cobranças mais frequentes na internet (o que se esperar de celebridades que raciocinam com o bolso e só olham para o próprio umbigo? Como artistas tão ignorantes e alienados poderiam saber do que se passa na África?), acrescento outra: não dá para acreditar que o “rebelde” Eminem desconhecesse o currículo de Afwerki.

Confesso que fiquei mais impressionado com as preferências musicais dos ditadores (lorde Acton diria que até o gosto musical o poder absoluto corrompe absolutamente) do que com o comportamento insensato dos artistas citados, de resto, uma tradição no show business. Maurice Chevalier, Jean Cocteau e Sacha Guitry se esbaldaram com os nazistas, Elis Regina cantou o Virundu para o general Médici. Sim, eram de outro nível os inocentes e os oportunistas de antanho. A indulgência que as estrelas pop, por sua ignorância, talvez mereçam não se aplica aos experts e políticos que, por interesses vários, a maioria inconfessáveis, se aliaram aos sobas de todos os quadrantes da África e neles puseram asas.

Em represália ao atentado a uma discoteca berlinense por terroristas líbios, em 1986, Ronald Reagan oficializou a demonização de Kadafi, tachando-o de bárbaro e inimigo dos Estados Unidos. Em 2008, com outro republicano na Casa Branca, todas as barbaridades cometidas ou estimuladas pelo coronel foram indultadas. Obcecado com a guerra ao terrorismo e de olho gordo no petróleo, Bush, que dois anos antes suspendera o boicote econômico à Líbia, estendeu o tapete vermelho para Kadafi tão logo o ditador prometeu suspender seu programa nuclear. Em questão de horas, US$ 2,5 bilhões em petróleo saíram de Trípoli para os Estados Unidos. Nos meses seguintes, as exportações americanas para a Líbia subiram 419%.

A acochambração com a ditadura de Kadafi foi uma vitória de um poderoso grupo de lobistas a serviço de corporações ligadas ao petróleo (BP, ExxonMobil, Halliburton, Chevron, Conoco, Marathon Oil), à indústria da defesa (Raytheon, Northrop Grumman) e a multinacionais do porte da Dow Chemical and Fluor, que só tinham a perder com a Líbia na lista negra. Todas elas faturaram horrores no feudo de Kadafi, nos últimos três anos.

Já devíamos estar acostumados à prevalência da “moral do lucro”, mas porque somos bobos e românticos seu triunfo sempre nos surpreende e aturde. E o que dizer da ainda mais perturbadora falta de solidariedade de negros americanos não ligados ao show business com seus irmãos africanos? Sei de pelo menos quatro renomados afro-americanos que, nas últimas quatro décadas, comportaram-se de forma deplorável no trato com ditadores africanos.

O reverendo Jesse Jackson visitou a Nigéria em 1983 e salpicou de lantejoulas o general de plantão, Ibrahim Babangida. O cleptocrata nigeriano suprimira a oposição, fechara jornais independentes e transformara o país num entreposto de drogas, e o reverendo só se referindo a ele como “um dos maiores líderes do mundo moderno”. Claro que havia mufunfa na lambição: além das mordomias da viagem, Jackson ganhou algumas centenas de milhares de petrodólares para seus “programas sociais”.

Na década seguinte, a senadora negra Carol Moseley Braun fez o mesmo com o general da vez, Sani Abacha, bem mais feroz que o anterior. Depois, arrependeu-se e pediu desculpas, contrição que não se deve esperar do guia espiritual da Nação do Islã, o inacreditável Louis Farrakhan, amigo de todos os sacripantas africanos, em especial de Kadafi, que já o mimoseou com um prêmio no valor de US$ 250 mil, nem de Roy Innis, velho líder do Congresso Pela Igualdade Racial, comensal e promoter do finado canibal ugandense Idi Amin. Innis é um salafrário de primeira ordem. Com uma agravante: não tem as pernas da Beyoncé.

Dilma com Ana Maria Braga: a estratégia, a imagem e a notícia


Quando a presidenta Dilma foi à cerimônia de 90 anos da Folha de São Paulo, na semana passada, causou mal-estar em todos nós que apoiamos o governo Lula e a candidatura dela, contra o jornalão. Mas, como estratégia política, ela estava certa.

Ela colocou no bolso a oposição demo-tucana paulista e o PIG (Partido da Imprensa Golpista). A oposição, que já está na UTI, ficou menor ainda, foi desarmada, com ela sendo o centro da festa em pleno reduto oposicionista. De quebra, Dilma tomou a bandeira da liberdade de imprensa, daqueles que a criticavam justamente por isso.

Se nós sentimos mal-estar, pior foi para os reacionários demo-tucanos verem FHC, Alckmin, José Serra fazerem fila para beijar a mão da presidenta. Pior para eles foi ver FHC pedir audiência àquela que ele chamava de "poste". A oposição sentiu o golpe, tanto que enquanto nós aqui discutimos abertamente, eles simplesmente abafaram o caso, tratando com descrição para reduzir danos.

O que dá prestígio a um jornal não é cerimônias como estas, por mais gente importante que compareça. O que dá prestígio a um jornal são notícias exclusivas. É preciso notar que Dilma não concedeu ao jornalão nenhuma entrevista exclusiva, nem antecipou nenhuma notícia do governo que pudesse ser manchete.

Dilma também será vista na Rede TV, onde gravou entrevista para a estréia do Programa da Hebe Camargo; e na TV Globo, no programa de Ana Maria Braga, gravado hoje, e que deve ir ao ar amanhã, em comemoração pelo Dia Internacional da Mulher.

Desta vez a Presidenta gravou entrevista (diferente do que fez na Folha), mas de novo, dosou a "ração" que oferece ao PIG. Pelo que antecipa o G1 (das organizações Globo), também não haverá "furos", sendo uma conversa sobre amenidades, inclusive culinárias.

Obviamente que a Globo gostaria de uma entrevista da Presidenta no horário nobre, em um programa como o Fantástico, mas Dilma concedeu para um programa de nicho e para uma apresentadora que manteve-se isenta durante a campanha eleitoral (mesmo que tenha servido à oposição no passado como militante do fracassado movimento Cansei).

A imagem

Os telespectadores (na maioria telespectadoras) terão a oportunidade de prestar atenção no que ela diz, em vez do que dizem dela. Para o perfil da audiência desses programas, não é uma má decisão a Presidente aparecer como ela é.

É bastante provável que uma boa parte das telespectadoras destes programas tenham formado uma imagem deturpada da Presidenta pelo que ouviram dizer de homens que acompanham a política, e passem a ficar com uma boa imagem dela.

O problema é conseguir ganhos de imagem pelo lado do PIG, e perda da imagem junto à militância aguerrida do outro lado do PIG, que tem se sentido preterida, conforme inúmeros comentários sinceros na última semana, aqui e em diversos outros blogs.

O governo que Dilma está fazendo é, em essência, o que Lula faria se tivesse um terceiro mandato. As decisões que Dilma está tomando, tirando uma escolha ou outra, são as mesmas que Lula tomaria. Então, por que essa percepção não está chegando à militância?

Alguma coisa precisa ser feita para não baixar o moral da militância e não desestimular a mobilização conquistada, sem querer.

A notícia

A democratização dos meios de comunicação passa pela democratização da interlocução, e isso independe de novos marcos regulatórios. Depende da comunicação governamental diversificar os interlocutores com a sociedade.

Quantas vezes vimos no governo Lula, o presidente e a própria Dilma quando ministra, concederem entrevistas coletivas, e todo o PIG pinçarem trechos fora do contexto para usarem contra eles?

Era a blogosfera quem tinha que procurar a entrevista inteira e desmentir as artimanhas do PIG, travando uma verdadeira guerra pelo livre fluxo das notícias, sem a censura e manipulação do PIG.

O PIG teve sua lua-de-mel até com Lula no início do mandato, em 2003, quando as empresas de mídia estavam falidas e tentavam socorro no BNDES. Depois detonou-o, quando não conseguiram socorro, e conspiraram abertamente com um noticiário seletivo no "mensalão".

É natural que o PIG tenha sua lua-de-mel com Dilma, agora no início do mandato, e que Dilma explore bem essa boa relação neste período, até como estratégia de fortalecer-se para batalhas futuras.

Mas é importante nunca perder o foco de fortalecer as outras mídias que fazem contraponto ao PIG, nem desmobilizar a militância, porque elas serão necessárias na hora em que a oposição sair da UTI, já nas eleições de 2012, e mais ainda quando despontar um candidato das elites realmente viável para 2014 (até mesmo dissidente da base governista), certamente apoiado pelo PIG.


Blog Os Amigos do Presidente Lula

2leep.com
powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme