Você votaria em FHC se soubesse que ele teve dois filhos fora do casamento…

Vamos falar do passado...

“Uma ex-empregada afirma ter um filho com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília. O rapaz, hoje com 20 anos de idade, é Leonardo dos Santos Pereira que trabalha como carregador (auxiliar de serviços gerais) em um órgão público, na Esplanada dos Ministérios. Ele nasceu da relação do então senador FHC com sua empregada Maria Helena Pereira, uma negra que o impressionava por sua formosura.(...)"

Pelo menos um filho fora do casamento, sabemos que Fernando Henrique Cardoso teve. O garoto tem dezoito anos. Eu sei da história faz dezessete.

FHC decidiu assumir, segundo a jornalista Mônica Bergamo, porque seu filho com a jornalista Mirian Dutra, Tomás, chegou à maioridade agora.

Tomás acaba de se formar no Imperial College, em Londres. De lá foi para os Estados Unidos, estudar Relações Internacionais na George Washington University.

A história foi oficializada com o artigo de Mônica na Folha, no dia 15/11. Você pode ler a íntegra aqui.

Todos os jornalistas do Brasil sabiam, desde antes da primeira eleição de FHC. E políticos também, oposição inclusive, claro. Ninguém tocou no assunto.

Um amigo repórter de política propôs no início de 1994 para o jornal onde trabalhava a seguinte pauta: ele iria para Portugal, onde Tomás vivia com a mãe; arrancaria um cachinho do cabelo do moleque; e na volta, fariam o exame de DNA para comparar com o de FHC.

A reportagem foi rejeitada pela secretaria de redação. Me ofereceu a matéria. Nós começávamos a revista “General”, independente, que pretendia cobrir de tudo, jornalismo cultural com ênfase em música, um tanto de política, muita “atitude” - como se dizia na época. Uma espécie de Rolling Stone, para quem não era nascido na época. Com menos grana e muita gana.

Era questão complicada, e cara, porque incluía o custo de enviar o repórter para Portugal. Ele garantiu que queimava suas férias com isso se fosse preciso. Eu tinha sócios na “General” e levei a questão a eles.

Nada feito. Mesmo que fosse verdade, era “questão particular”.

Eu arrancava os cabelos de raiva. Vida particular uma pinóia. A história mudaria a opinião de muita gente sobre o caráter de FHC, podia mudar o resultado da eleição para presidente, e portanto era e é de interesse público.

E a pauta colocaria a “General” no mapa. Éramos quatro sócios para decidir, dois votavam no PSDB, dois no PT. Fui voto vencido.

Quem finalmente fez reportagem sobre o assunto foi a Caros Amigos, mas só em 2000. Pauta capitaneada pelo valente Palmério Dória. A chamada de capa era “Por que a imprensa esconde o filho de FHC com a jornalista da Globo?”.

Várias pessoas eram ouvidas, inclusive o então diretor de sucursal em Brasília da Folha, Josias de Souza, que confirmou a história.
Ninguém repercutiu a história em lugar nenhum - salvo Sebastião Nery. O detalhe iluminador: a Caros Amigos citava a certidão de nascimento:

Tomás Dutra Schmidt. Sem Cardoso. E sem o nome do pai na certidão. Por essas e por outras que eu me orgulho de ter feito parte do time da Caros Amigos.

Agora, parece que tem outro menino na história. Menino não, vinte anos.

O colunista Cláudio Humberto - que para sempre lembrarei como sendo da turma de Fernando Collor, o que é difícil de perdoar - publicou no dia 18 de novembro as seguintes notas:

“Filho de FHC e a mãe trabalham no Senado"

“Príncipe da sociologia brasileira”, FHC disse uma vez que tinha “um pé na cozinha”. Maria Helena Pereira, a negra que o impressionou pela formosura e lhe deu outro filho fora do casamento, continua com o pé na copa.

A mãe de Leonardo, o filho mulato de FHC, ainda é a copeira do gabinete 22, do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), na Ala Teotônio Vilela do Senado. Trabalha todo dia lá, no período da tarde.

Leonardo, 20... também trabalha no Senado, como a mãe. É um modesto carregador."

A coluna de Cláudio Humberto é publicada em uma pá de jornais pelo Brasil afora e na internet. Depois, mais detalhes:

“Uma ex-empregada afirma ter um filho com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília. O rapaz, hoje com 20 anos de idade, é Leonardo dos Santos Pereira que trabalha como carregador (auxiliar de serviços gerais) em um órgão público, na Esplanada dos Ministérios. Ele nasceu da relação do então senador FHC com sua empregada Maria Helena Pereira, uma negra que o impressionava por sua formosura. Leonardo é considerado muito parecido com o pai." Demitida com o filho nos braços, Maria Helena só recebeu 130 mil dos R$ 250 mil prometidos, e uma pequena casa em Santa Maria (DF). Quem administrava o segredo e os pagamentos a Maria Helena, diz ela, era o ex-senador Ney Suassuna (PB) que depois virou ministro. FHC tremeu após ser informado que Maria Helena considerava pedir teste de DNA no 'Programa do Ratinho', sucesso do SBT, na época. Esta coluna tentou contato com o ex-presidente FHC, através de seu instituto, em São Paulo. Ele não retornou as ligações."

No dia 20, Cláudio Humberto soltou mais uma:

“Dinheiro enviado por FHC não chegou à copeira. Dos R$ 250 mil prometidos pelo então senador Fernando Henrique Cardoso à ex-empregada Maria Helena Pereira, mãe do seu filho Leonardo, somente R$ 30 mil chegaram às mãos dela de uma vez e cerca de R$ 100 mil em parcelas mensais no valor médio de R$ 6 mil. O dinheiro foi repassado a Maria Helena pelo então senador Ney Suassuna (PMDB-PB), transformado em fiel depositário do segredo. A pedido de FHC, Maria Helena foi nomeada auxiliar de copa no gabinete de Ney Suassuna, após ser demitida por d. Ruth Cardoso.”

Nei Suassuna negou seu envolvimento, aqui.

O Leonardo não consta no Siorg, que teoricamente contém todos os funcionários da administração federal.

Falta Cláudio Humberto, ou alguém, ouvir mãe e filho. Até hoje, dois de dezembro, Fernando Henrique não tocou no assunto

Blog do André Forastieri em dez/2009 

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