Colunista política da Folha pensa em votar no Uni, Duni, Tê
19:58
A Verdade na Internet
, Posted in
Colunista
,
Demo-Tucano
,
Folha S.Paulo
,
Política
,
0 Comments
O estímulo ao debate e à participação política é papel fundamental da imprensa. O “são todos iguais” faz com que as pessoas acreditem que pensar não é preciso. |
Fernanda Torres é atriz, filha de uma das maiores que já nasceram no país, Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres meteu-se a escrever para a Folha, e sobre política. Sua coluna estreou no dia 1º de agosto em meio a outras novidades que, naquele fim de semana, surgiram na cobertura das eleições pela Folha.
Com um texto impecável, requintado e redondo, Fernanda Torres capricha nas referências, nas idas e vindas das ideias, unindo-as ao final em uma conclusão bem construída. Isso acontece tanto em “Dom Quixote de Ferrari”, sua estreia, quanto em “Uni, Duni, Tê”, publicado na edição do último domingo (15/8). Não fica claro, mas com poucas indicações qualquer um pode perceber rapidamente para que lado vão os textos. O primeiro texto trata de Cristóvão Buarque e Collor, e diz que quem pensa como o primeiro deve adquirir características do segundo, sob pena de não chegar ao poder. A segunda coluna é sobre a forma como a autora diz pensar em escolher em que candidato votar para a presidência.
Os dois primeiros textos da atriz que agora é comentarista política contribuem apenas para a tentativa de esvaziamento da política, o que, por sua vez, contribui apenas para manter o povo alienado e as elites de sempre no poder. “Uni, Duni, Tê” é um texto, publicado no maior jornal do Brasil, cuja autora afirma e argumenta explicando o porquê pensa em definir seu voto na sorte. Essa é a imprensa que precisamos para fortalecer a democracia, para incluir a todos no debate político, o debate que constrói a cada dia, a cada ação, a sociedade que temos?
A imprensa precisa ajudar a construir a democracia. Falar inadvertidamente em liberdade de imprensa é muito fácil, mas não é apenas disso que se faz uma sociedade verdadeiramente democrática. O estímulo ao debate e à participação política é papel fundamental da imprensa. O “são todos iguais” faz com que as pessoas acreditem que pensar não é preciso, e favorece sempre as piores escolhas. Fernanda Torres pode fazer melhor. A Folha, sempre preocupada com a qualidade de sua cobertura política, também.
Por Alexandre Haubrich do Jornalismo B
0 Response to "Colunista política da Folha pensa em votar no Uni, Duni, Tê"
Postar um comentário