FHC morreu, Getúlio está vivo: Dilma é o encontro do PT com a herança varguista

FHC propôs ao Brasil (desnacionalização, abertura total dos mercados, privatização – em suma, a receita neoliberal dos anos 90) morreu. FHC não consegue um candidato para defender seu legado (?!). Serra em 2002, Alckmin em 2006 e Serra de novo em 2010: todos fugiram de FHC. Três tucanos envergonhados, e um programa derrotado.

Getúlio Vargas morreu há exatos 56 anos (meteu uma bala no peito em 24 de agosto de 1954). Enterrado em São Borja (RS), segue mais vivo do que nunca.

Já houve quem quisesse enterrá-lo, politicamente. Foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso, logo depois de eleito em 1994. Não conseguiu. E parece que está amargurado com isso. Esses dias mesmo, FHC atacou o Brasil numa entrevista patética a um dos jornais de direita na Argentina (clique aqui para ler o que disse FHC ao “Clarin”).

O programa que FHC propôs ao Brasil (desnacionalização, abertura total dos mercados, privatização – em suma, a receita neoliberal dos anos 90) morreu. FHC não consegue um candidato para defender seu legado (?!). Serra em 2002, Alckmin em 2006 e Serra de novo em 2010: todos fugiram de FHC. Três tucanos envergonhados, e um programa derrotado.

Vivo, FHC está morto e enterrado.

Morto há 56 anos, Vargas segue mais vivo do que nunca.

Dilma representa o encontro do PT com a boa herança varguista. Marxista na juventude, quando lutou contra a ditadura, Dilma filiou-se ao PDT nos anos 80. Foi secretária de Alceu Collares no Rio Grande do Sul. Era uma brizolista – herdeira do programa e da história de Vargas.

Dilma hoje é a candidata de Lula e do PT. Candidata de um programa que defende o respeito aos movimentos sociais, a independência nacional, o resgate do papel do Estado e o desenvolvimento de um forte mercado interno. Os três últimos pontos eram também o cerne do programa varguista – especialmente em seu segundo governo, nos anos 50.

A candidata tem consciência da carga histórica que carrega. Uma carga que só a faz mais forte. A seguir, reproduzo as frases que me foram enviadas pelo leitor Mirabeu Leal - inicialmente publicadas pela “Carta Maior”.

1954 – 2010

DILMA ROUSSEFF: “Já houve quem dissesse que era necessário virar a página do Getulismo no Brasil. Mas não se vira a página de quem nos deixou a Petrobras, o BNDES, o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores.” (18-06-2010)

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: “…o caminho para o futuro desejado ainda passa, a meu ver, por um acerto de contas com o passado… Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas — ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista… “ (14-12-1994)

GETÚLIO VARGAS: “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes… Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente…” (Carta Testamento, 23-08-1954)

Blog Escrivinhador - Rodrigo Vianna

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