FHC morreu, Getúlio está vivo: Dilma é o encontro do PT com a herança varguista
19:35
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FHC propôs ao Brasil (desnacionalização, abertura total dos mercados, privatização – em suma, a receita neoliberal dos anos 90) morreu. FHC não consegue um candidato para defender seu legado (?!). Serra em 2002, Alckmin em 2006 e Serra de novo em 2010: todos fugiram de FHC. Três tucanos envergonhados, e um programa derrotado.
Já houve quem quisesse enterrá-lo, politicamente. Foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso, logo depois de eleito em 1994. Não conseguiu. E parece que está amargurado com isso. Esses dias mesmo, FHC atacou o Brasil numa entrevista patética a um dos jornais de direita na Argentina (clique aqui para ler o que disse FHC ao “Clarin”).
O programa que FHC propôs ao Brasil (desnacionalização, abertura total dos mercados, privatização – em suma, a receita neoliberal dos anos 90) morreu. FHC não consegue um candidato para defender seu legado (?!). Serra em 2002, Alckmin em 2006 e Serra de novo em 2010: todos fugiram de FHC. Três tucanos envergonhados, e um programa derrotado.
Vivo, FHC está morto e enterrado.
Morto há 56 anos, Vargas segue mais vivo do que nunca.
Dilma representa o encontro do PT com a boa herança varguista. Marxista na juventude, quando lutou contra a ditadura, Dilma filiou-se ao PDT nos anos 80. Foi secretária de Alceu Collares no Rio Grande do Sul. Era uma brizolista – herdeira do programa e da história de Vargas.
Dilma hoje é a candidata de Lula e do PT. Candidata de um programa que defende o respeito aos movimentos sociais, a independência nacional, o resgate do papel do Estado e o desenvolvimento de um forte mercado interno. Os três últimos pontos eram também o cerne do programa varguista – especialmente em seu segundo governo, nos anos 50.
A candidata tem consciência da carga histórica que carrega. Uma carga que só a faz mais forte. A seguir, reproduzo as frases que me foram enviadas pelo leitor Mirabeu Leal - inicialmente publicadas pela “Carta Maior”.
1954 – 2010
DILMA ROUSSEFF: “Já houve quem dissesse que era necessário virar a página do Getulismo no Brasil. Mas não se vira a página de quem nos deixou a Petrobras, o BNDES, o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores.” (18-06-2010)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: “…o caminho para o futuro desejado ainda passa, a meu ver, por um acerto de contas com o passado… Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas — ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista… “ (14-12-1994)
GETÚLIO VARGAS: “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes… Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente…” (Carta Testamento, 23-08-1954)
Blog Escrivinhador - Rodrigo Vianna
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