Vitória de Dilma Rousseff tem grande repercussão na imprensa internacional

A vitória de Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial neste domingo teve grande repercussão na imprensa internacional. Sites de jornais e TVs destacam o ineditismo de uma mulher no poder em Brasília e o peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vitória da candidata petista. Leia abaixo:

EUA

New York Times - O jornal americano deu destaque às eleições brasileiras ao noticiar que a escolhida pelo presidente Lula foi eleita para sucedê-lo na Presidência da República. Na matéria, Dilma Rousseff é apresentada como uma ex-líder guerrilheira que foi eleita presidente do Brasil depois de prometer continuar com as políticas sociais que têm tirado milhares de pessoas da linha da pobreza e têm feito do Brasil uma das mais promissoras economias do mundo. Wall Street Journal

"A eleição eleva um burocrata relativamente desconhecido para o comando do maior país da América Latina, como ele esculpe um papel maior na economia global. O Brasil se tornou a oitava economia maior do mundo nos últimos anos, dando-lhe força suficiente para ajudar a empurrar os EUA e a Europa para incluir países emergentes nas negociações sobre a crise financeira global", disse a publicação

CNN - A rede de TV americana destacou a vitoriosa Dilma como o braço direito de Lula e responsável "por ajudar o Brasil a se transformar em um dos maiores líderes mundiais no setor de energia".

França

Le Figaro - A manchete do site exaltou o resultado da eleição presidencial brasileira: "Dilma Rousseff, primeira mulher presidente do Brasil". Segundo o jornal, a vitória da herdeira de Lula mostra que os brasileiros emitiram a mensagem de que desejam continuidade do governo do atual presidente, que deixa o poder com 82% de aprovação. Mas o "Le Figaro" ressalta que as eleições também marcaram uma polarização clara entre os mais pobres e os mais ricos. "Basta entrar em um restaurante frequentado pela classe média para perceber esse fenômeno: aqueles que estão sentados votam no Serra, e os que estão de pé e fazendo o serviço votam Dilma", diz André Singer, cientista político da Universidade de São Paulo ouvido pelo jornal francês. O "Figaro" também destaca que a divisão entre eleitores de Dilma e Serra é geográfica, sendo ao norte vermelho (a cor do Partido dos Trabalhadores) e ao sul azul (cor do PSDB). O fato coincidiria, segundo o jornal, com a predominância do Bolsa Família, programa de transferência de renda.

Le Monde - O site do jornal de Paris ressaltou que a herdeira de Lula, que sobreviveu a um câncer, é desprovida de carisma, mas com reputação de dama de ferro quando estava à frente da Casa Civil. O periódico também lembrou que Dilma foi presa e torturada no início dos anos 70, quando combatia a ditadura militar. Segundo o diário, a presidente eleita era desconhecida até poucos meses e deve sua eleição ao apoio ativo do presidente Lula, que deixa o governo com popularidade recorde. Dilma também teria se beneficiado em sua campanha "dos resultados econômicos do governo Lula, com um crescimento espetacular que permitiu que milhões de brasileiros deixassem a linha de pobreza". O "Monde" afirma, ainda, que a polêmica sobre o aborto, um tema delicado para evangélicos, privou a candidata petista de uma vitória ainda no primeiro turno.

Le Parisien - Destacou que pela primeira vez na História uma mulher estará na liderança do país e que Dilma venceu Serra nas urnas com folga. O jornal apresenta a presidente eleita como "uma espécie de primeira-ministra do governo de esquerda do carismático Luiz Inácio Lula da Silva". O jornal afirma que Dilma Rousseff foi beneficiada pela enorme popularidade de Lula, que tirou da pobreza 29 milhões de brasileiros com uma economia em franca expansão. E atribui à candidata verde Marina Silva, terceira colocada, o fato de Dilma não ter vencido as eleições ainda no primeiro turno.

Libération - O triunfo de Dilma também foi a manchete do jornal francês, que também se refere a Dilma como o braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seria a primeira mulher presidente do gigante latino-americano.

Reino Unido

Independent - Segundo o jornal, Dilma Roussef parece ter feito o suficiente para aplacar as dúvidas dos eleitores religiosos e pode se tornar um dos líderes mais intrigantes da América do Sul. Destacou, ainda, Lula como figura decisiva para a vitória petista. "Ela derrotou José Serra no 2° turno, um político de carreira da capital financeira, São Paulo, e parece ter feito o suficiente para aplacar as dúvidas dos eleitores religiosos, que lhe custou a vitória absoluta no primeiro turno de votação quatro semanas atrás", escreveu o jornal.

The Economist- No blog do site da revista "The Economist", o correspondente da América Latina, Caribe e Canadá diz que "não houve surpresas" na eleição brasileira. A vida política de Dilma Rousseff, que nunca havia concorrido a um cargo público, foi "nos bastidores", afirma a publicação. "Pouco era sabido dela ou de sua personalidade. Serra era muito mais experiente e conhecido", diz a publicação. A revista acrescenta que "foram os pobres e as regiões menos desenvolvidas do Nordeste que deram a ela a vitória. Os ricos e mais bem-educados preferiram Serra, mas o Brasil tem poucos deles". Ainda de acordo com o site da revista, os brasileiros, perguntados sobre se preferiam continuidade ou experiência, escolheram a continuidade". A publicação completa que a escolha de Dilma para ministro das Relações Exteriores deve dar uma ideia se ela pretende frear a política externa aventureira de Lula e que o ministro da Economia escolhido vai mostrar se Dilma levará a sério a tarefa de colocar os gastos públicos sob controle.

The Financial Times - O jornal britânico Financial Times deu destaque na primeira página de seu site, com direito a pequena foto e chamada sucinta 'Roussef ganha presidência brasileira'. O jornal financeiro destaca que a vitória aponta um cenário favorável à continuidade das políticas implantadas pelo governo Lula.

Espanha

El País - "Dilma terá pela frente uma tarefa formidável em um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais", destacou o diário mais conceituado da Espanha. Segundo ele, "Rousseff se converterá, aos 62 anos, na primeira presidente mulher do Brasil, e terá pela frente uma tarefa formidável em um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais." O "El País" creditou a Lula grande parte do triunfo petista: "Lula, que a elegeu como candidata presidencial contra a opinião de muitos de seus companheiros do PT, foi um elemento decisivo na vitória, mas, como mantém o ex-ministro e sociólogo Roberto Mangabeira Unger, 'agora começa um momento destino, com uma pessoa diferente e com um trabalho que terá suas próprias exigências'".

América Latina

Clarín (Argentina) - O Clarín, principal jornal da Argentina, ressalta em a vitória "contundente" de Dilma, primeira mulher a exercer o cargo de presidente do "país vizinho". De acordo com a publicação, Lula foi a grande estrela da campanha de Dilma e diz que ele "falou mais do que ela nos atos eleitorais. "A chegada dela à Presidência não seria possível sem o empenho pessoal de Lula em sua candidatura, à qual conseguiu transferir parte de sua popularidade na forma de votos", afirma. "Os assessores de Rousseff, por sua vez, se encarregaram de adoçar seu discurso e de dar ao aspecto pessoal dela uma dose de coquetismo e maior feminilidade, com a intenção de mobilizar o voto das mulheres (...) A nova Rousseff, por baixo dessa imagem de elegância e jovialidade que procura transmitir, se topa com a Rousseff de sempre, que, apesar de apresentar uma cara mais amável, continua sendo uma mulher resolvida, diz o jornal.

La Nación (Argentina) - Na chamada do site do jornal de Buenos Aires, "os brasileiros apoiaram a continuidade do atual modelo de êxito construído por Lula da Silva". Em trecho da matéria, o jornal afirma: "Serra enfrentou dificuldades para articular um discurso opositor a Lula, o presidente mais popular da História recente do Brasil, com 83% de imagem positiva".

El Comercio (Peru) - "Quem é Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o Brasil?", pergunta o diário mais importante de Lima. "Contam aliados do atual presidente que este, depois de ganhar sua primeira eleição presidencial em 2002, se dirigiu à sua sucessora e lhe disse: 'Você vem comigo para Brasília'."

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