Merval e Marina

Ainda bem que eu escrevi ontem, senão iam dizer que eu copiei. Na coluna do Merval de hoje, sinais claros de que tem gente na oposição considerando a hipótese de dar uma de Bruce Banner e passar da raiva ao esverdeamento:

Do ponto de vista do militante tucano, chegar ao segundo turno é o objetivo estratégico para manter-se uma referência da oposição.
Mas para ganhar a eleição da candidata de Lula, a maior chance estaria com Marina Silva, desde que ela mostrasse nessa reta final da eleição capacidade de crescer tirando votos tanto de Dilma quanto de Serra, superando o tucano.
A mais recente pesquisa Datafolha mostra Marina subindo tirando votos de Serra e dos indecisos, mas sem alterar a posição de Dilma, o que não levaria ao segundo turno.
A campanha de Serra pode se deparar com um problema a mais: nas condições políticas atuais, o voto útil em Marina pode vir a se transformar em uma arma mais efetiva para derrotar o lulismo do que o voto em Serra.
Hoje, nas grandes cidades, há um movimento pró-Marina que pode provocar uma “onda verde” na reta final da eleição.
A estratégia que Serra tentou no início da campanha, de não encarnar o candidato anti-Lula, na esperança de que o eleitorado lulista o considerasse uma alternativa, Marina utiliza com mais naturalidade.
Tendo uma história de vida inteira dentro do PT e tendo sido ministra do Meio-Ambiente na maior parte do governo Lula, a candidata “verde” tem legitimidade para criticar o governo Lula sem se colocar como dissidente.
Por isso ela evitou durante toda a campanha fazer críticas diretas ao presidente Lula ou à candidata Dilma Rousseff, sem culpá-los pela sua saída do ministério.
O que parece a muitos uma fragilidade de sua campanha, pode ser o justo equilíbrio para levá-la a se tornar a opção do eleitor petista que esteja eventualmente desgostoso com os rumos que o governo vem tomando.
A situação de Serra, por outro lado, continuará bastante difícil mesmo que vá para o segundo turno.
Do Blog Na Prática a Teoria é Outra

Eu acho que é tarde demais, e o custo para o PSDB de deixar de ser a segunda força é evidente. Mas pode ser que seja tentado. A  Marina tem mais chance do que o Serra, mas suas chances também são pequenas. Como diz o Merval no final da coluna, a situação é parecida com a do PT na época do Plano Real. Difícil.
PS: muita gente vem comparando o Merval ao RA. Não procede. O Merval está em ritmo de campanha, eu também. Mas, em geral, vale a pena ler.
PSTU: um dos motivos de eu não querer que a Marina ganhe é que começaria tudo de novo: “Marina Silva aparelhou o governo com um monte de militantes ambientalistas!”, e, em oito anos, um polvo verde na capa da Veja.

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