A estratégia da deslegitimização do voto

Faltam 12 dias até 3 de outubro

Na reta final das eleições de 2010, a mídia demotucana desistiu de manter as aparências e ressuscitou o golpismo udenista mais desabrido e virulento.
O arrastão conservador não disfarça a disposição de criar um clima de mar de lama no país nas duas semanas que separam a cidadania das urnas.

Da Carta Maior

"Ódio e mentira", disse o Presidente Lula, no último sábado, em Campinas, para caracterizar a linha editorial que unifica agora o dispositivo midiático da direita e da extrema direita em luta aberta contra ele, contra o seu governo, contra o PT, contra Dilma, mas, sobretudo, contra a legitimidade do apoio popular avassalador ao governo e a sua candidata nestas eleições.


O jornal O Globo foi buscar no sempre desfrutável Caetano Veloso o mote para a investida: "É como se fosse assim uma população hipnotizada. As pessoas não estão pensando com liberdade e clareza". Ou seja, a vitória que se anuncia é ilegítima.
Virtualmente derrotada a coalizão demotucana já não têm mais esperança eleitoral em Serra, que avalia como um “estorvo”, um erro e um fracasso - o mesmo "Caê", na entrevista ao jornal carioca, classifica o tucano como "burro", por não ter , desde
o início, atacado frontalmente Lula.

Sua candidatura, agora, sobrevive apenas como mula de um carregamento de forças, interesses, veículos e colunistas determinados a sabotar por antecipação o governo Dilma, custem o que custar.

O objetivo é criar uma divisão radicalizada na sociedade brasileira.
Vozes do conservadorismo, mesmo quando travestido de ares pop, caso de Caetano, inoculam na elite e segmentos da classe média um sentimento de menosprezo e ilegitimidade pelo veredicto quase certo das urnas.

A audácia sem limite cogita, inclusive, levar Dilma a depor no Senado, às vésperas do pleito que deve consagrá-la Presidente do país.

O desafio à vontade popular é claro e típico do arsenal golpista. A receita é a mesma pregada por Carlos Lacerda, em manchete do jornal Tribuna da Imprensa, em 1º de junho de 1950, quando era evidente a vitória de Getúlio Vargas contra a UDN.
O lema de ontem comanda hoje a ordem unida que articula pautas, capas e manchetes nos últimos 12 dias de campanha: "o senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência, Candidato, não deve ser eleito, Eleito, não deve tomar posse, Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar..."

0 Response to "A estratégia da deslegitimização do voto"

2leep.com
powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme