Aparelhar o Estado não é privilégio de ninguém, é mania de todo mundo

Não é por acaso que o senso comum diz que político é tudo igual. Só muda o partido. Até os privilégios e falcatruas são os mesmos.

O PSDB, por exemplo, adora dizer que o PT aparelhou o Estado, loteou cargos entre apadrinhados e empesteou o governo com seus militantes. Uma vergonha.

Verdade. Pena que os tucanos façam exatamente a mesma coisa quando o Diário Oficial é escrito por eles. Igualzinho. Uma vergonha.

Os exemplos são tamanhos que causa espanto a desfaçatez com que eles esfregam o dedo acusador no focinho do inimigo.

Em uma única manhã de trabalho, pela internet, deu para levantar uma dezena de nomes de tucaninhos que são amparados pelos tucanões do governo de São Paulo.

Quando cheguei no 15º nome, em meia hora de Google, fiquei entediado e parei.

Nada pessoal, nem questão de competência, mas vejam só a turma de carteirinha que praticamente só vive de cargos nomeados há anos, sempre em gestões do PSDB:

Carlos Eduardo Sampaio Doria, por exemplo, é advogado. Foi deputado federal. Perdido o mandato, como ele não se aperta, virou diretor da Agência de Transportes do Estado desde 2003. E presidiu a Telesp de 1993 a 1998. Entendi.

Raul Christiano é jornalista, mas topa qualquer parada, desde que comissionado. Fundador do PSDB, tem, literalmente, uma folha de serviços prestados ao partido. Até na Sabesp ele militou.

Antonio Carlos da Silva foi prefeito de Caraguatatuba e deputado estadual. Com essa bagagem toda, virou diretor técnico da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo).

Na mesma linha, pesquei os nomes de Gesner de Oliveira, Felipe Soutello , Geraldo Biasoto Jr., Otávio Azevedo Mercadante , Roger Ferreira, Thomaz de Aquino Nogueira Neto e Manuelito Pereira Magalhães Júnior.

Não falei que era chato? Agora vamos aos nomes de alguns secretários do governo que são políticos profissionais: Guilherme Afif Domingos, Bruno Caetano, Paulo Renato Souza e José Benedito Pereira Fernandes.

Até o Geraldo Alckmin, quando ficou desempregado, foi bater na porta do governo do Estado. Abriram. E o mandaram sentar na cadeira de secretário do Desenvolvimento. Para que servem os amigos?

Deve ter mais gente, com certeza. Fiquei com preguiça, juro. Se alguém quiser continuar a pesquisa, bom proveito. Imagina nos segundo e terceiro escalões quantas surpresas nos aguardam.

Para mim está de bom tamanho e dá para afirmar que política é feita por políticos. Que cargo nomeado serve para botar a patota na boiada. Que a farinha vem do mesmo saco.

Por isso, quando um candidato faz discurso acusando adversário e pregando moral e bons costumes ninguém presta atenção. É mentira mesmo. Conversinha.

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